Póquer pela primeira vez para Portugal
O título de Portugal em Paredes selou um ano pleno, com quatro conquistas europeias, juntando-se às de Sub-17, Sub-19 e Sub-23 num feito digno de realce. E (quase) inédito, depois da Espanha o ter logrado em três ocasiões com a Taça Latina.

Nos trilhos da História, há factos incontornáveis.
Este ano, Portugal conquistou os Campeonatos da Europa masculinos de Sub-23, Sub-17, Sub-19 e, no passado sábado, de Seniores. É um feito de assinalar, a merecer um sublinhado a ouro na História do Hóquei em Patins português.
Em Abril, a selecção das quinas, naquela que foi apenas a segunda edição do Europeu de Sub-23, levou a melhor numa final decidida nas grandes penalidades, com Paulo Freitas ao leme e os agora também campeões absolutos Guga Bento e Zé Miranda. Seguiu-se, em Julho, o título de Sub-17, em nova decisão com a Espanha nas grandes penalidades. Hugo Azevedo ergueu o troféu pelo segundo ano consecutivo.
Mais um mês, mais um título. Em Agosto, foi a vez dos Sub-19 defenderem o seu título, e estes foram categóricos, vencendo, em nova final ibérica, a Espanha por 5-2, para um "tri" às ordens de Vasco Vaz. E, agora, o título absoluto.
A conquista de quatro europeus - um póquer de conquistas - num mesmo ano é um feito inédito, sendo que esta é apenas a segunda vez que há quatro europeus (com esta designação) num mesmo ano, depois de, em 2023, ter sido lançada a competição de Sub-23. Mas, até à década passada, houve quatro troféus europeus de escalões distintos em disputa mais vezes. E outros plenos.
Espanha com "quatro em quatro" por três vezes
O feito luso teve uma justificada exultação. Mas, noutros trilhos da História, há mais factos incontornáveis.
Antes do lançamento do Campeonato da Europa de Sub-23, o escalão disputava a Taça Latina, organizada pela entidade que superintendia o Hóquei em Patins a nível europeu, com uma história que remonta a 1956 e que terminou abruptamente com a pandemia, tendo a sua última edição em 2018.
Considerando esta prova, única antes de 2023 no escalão, houve 14 anos - entre 1987 e 2018 - com quatro troféus em disputa, e a Espanha logrou o feito de conquistar essas quatro provas europeias masculinas no mesmo ano em três ocasiões: em 2004, 2006 e 2018.
De resto, em ano de Europeu sénior, houve 28 anos em que se realizaram também uma ou mais competições europeias jovens. Portugal fez o pleno de duas provas com a Taça Latina e Europeu absoluto em 1959 e 1961. Espanha venceu o Europeu sénior e de Sub-19 em 1969 e 1979, o que Portugal repetiria em 1971 e 1975.
Em 1981, arrancou o Europeu de Sub-17 e, com o Europeu de Sub-19, Taça Latina, ou ambos, tornou-se mais difícil conseguir o pleno para o campeão europeu sénior. Só aconteceria pela primeira vez em 2004, no primeiro dos três plenos de quatro competições pelos espanhóis.
O "bónus" do título feminino
Em Paredes, o Campeonato da Europa de Seniores Femininos entra agora na sua fase "a sério", que vai culminar com a entrega de mais uma coroa europeia.
Com o Europeu de Sub-17 Femininos, que se realizou pelo terceiro ano, a ser ganho pela Espanha, Portugal não terá hipótese de conseguir um pleno total, mas ainda pode lograr o feito de juntar o Europeu absoluto feminino à conquista de quatro troféus europeus no masculino. Tal como conseguiu a Espanha em 2018.
É História.
Quinta-feira, 11 de Setembro de 2025, 18h05