Dragões com arranque em falso
Com a derrota na Luz, o Porto soma sete jogos sem ganhar em tempo regulamentar em oito no arranque da época. Para o campeonato, nunca tinha começado com apenas uma vitória em três jogos, mas os dragões e Paulo Freitas sabem que não é como começa...

Está certamente muito longe de ser o arranque desejado pelos adeptos portistas. Depois de concretizado o bicampeonato, a nova temporada começa com apenas uma vitória no tempo regulamentar em oito jogos.
Entre os jogadores, apenas saiu Diogo Barata, entrando Pol Manrubia. Mas houve mudança no comando técnico e, apesar de Paulo Freitas ter trabalhado para o Europeu com Gonçalo Alves, Hélder Nunes e Rafa, não terá tido o tempo de trabalho que seria desejável.
Na Elite Cup, o Porto empatou com o Juventude Pacense (ganhou nas grandes penalidades) e perdeu com o Sporting. Na Supertaça, empatou com o Sporting, perdendo no prolongamento. Para a Taça Continental, nova vitória apenas nas grandes penalidades frente ao Igualada, perdendo depois com o Óquei de Barcelos. Entretanto, vencera os barcelenses no arranque do campeonato - a única vitória nos regulamentares 50 minutos -, mas perdera em Turquel. E voltou a perder na Luz.
Nos últimos quatro jogos não ganhos, há um denominador comum: o chegar ao intervalo a perder. No descanso, o Porto perdia 2-1 com Turquel, Igualada e Óquei de Barcelos, e 3-0 com o Benfica. No "puxão de orelhas" ao intervalo, a equipa marcou tantos ou mais golos que o adversário na etapa complementar, mas apenas evitou a derrota com o Igualada.
Inédito no campeonato
Sendo um exercício complexo recuperar todos os jogos de arranque de temporada na História, há desde logo a destacar - pela negativa - um registo inédito de apenas uma vitória nas três primeiras partidas do Campeonato Nacional da I Divisão em 45 temporadas, desde que a primeira fase foi unificada (depois de estar dividida em Zona Norte e Zona Sul) em 1981.
O pior que o Porto enfrentara fora uma vitória e uma derrota, e apenas em duas ocasiões. Aconteceu em 1987/88, num campeonato em que os dragões terminaram vice-campeões atrás do Sporting, e em 1998/99. Esta de boa memória.
Em 1998/99, às ordens de António Livramento, e com o agora adjunto Pedro Lopes no plantel, o Porto empatou em Paço de Arcos, perdeu na recepção à Oliveirense e apenas somou a primeira volta na 3ª jornada, em Gulpilhares. Daí, partiu para o título de campeão, que escapara durante sete temporadas. Não voltaria a estar mais do que três temporadas sem vencer.
Dar a volta
Para dar a volta, Paulo Freitas tem a "autoridade" do último Campeonato da Europa, sagrando-se campeão depois de três derrotas nos três primeiros jogos. Será verdade que essas três primeiras partidas em nada comprometiam a segunda fase, mas o próprio Porto vem de uma "reviravolta" de sucesso.
Na pretérita temporada, os dragões terminaram a fase regular em 3º, e estavam condenados pelos "velhos do Restelo", ou lá onde se juntavam no Porto para apontar uma "equipa cansada", "sem fome de ganhar", "de vícios", com "jogadores velhos". Como agora.
No entanto, contrariando a "tradição" - e o factor-casa do Sporting - viriam a conquistar o título. Apesar de ser o único troféu da temporada, será também o único a rivalizar com a Champions League em termos de importância. E, sendo o último a ser entregue, é o que fica fresco na memória.
Apontava Ares partiu com três títulos de campeão em quatro temporadas.
De resto, nas últimas três temporadas, o Porto teve sempre uma derrota nas três primeiras jornadas, com deslocações difíceis pelas vicissitudes do sorteio do calendário. Perdeu no João Rocha em 2022, na Luz em 2023, e em Barcelos em 2024. O que não impediu, por exemplo, o bicampeonato.
Sexta-feira, 31 de Outubro de 2025, 7h57
 
            





