Uma reviravolta épica com o mais certeiro na estreia
Vídeo: Legahockey TV (YouTube)Fotos: Roberta Mirabile (LaRoby)Dificilmente Mário Rodrigues (“Marinho”) podia desejar melhor estreia na Série A1, principal campeonato italiano.
Mas a partida do Follonica frente ao Lodi esteve longe de começar da melhor maneira. A escassos dois minutos do intervalo, altura em que Marinho parte para a tentativa de conversão de um livre directo, o “seu” Follonica perdia por 0-4.
“Parecia que ia ser uma noite para esquecer… ainda por cima era a minha estreia aqui em Itália”, recorda Marinho ao HóqueiPT. “Mas a equipa está muito unida e nunca deixou de acreditar que era possível vencer”, sublinha. No momento do livre directo, respirava confiança. “A aposta do treinador para marcar tinha sido sempre eu, e naquele momento senti que poderia marcar e dar um novo ânimo à equipa para voltar a entrar no jogo”, conta-nos. E o internacional por Moçambique marcou, não defraudando a expectativa do seu treinador, e deu início a uma emocionante reviravolta. No espaço de um minuto, o mesmo Marinho – a responder a uma assistência para o coração da área – e o praticamente homónio argentino Mário Rodriguez, colocaram a diferença mínima no marcador antes do descanso.
Quando fui para intervalo pensei que vinha em má altura, mas no inicio da segunda parte demos rapidamente a volta ao jogo.
#QUOTR Marinho, jogador do Follonica
Motivados por três golos de rajada no final da primeira parte, os azuis de Follonica entraram fortes e consumaram (e consolidaram) a reviravolta em pouco mais de quatro minutos. Pablo Saavedra fez o 4-4 e Marinho colocou o Follonica na frente, com alguma sorte no ressalto na tabela de fundo, mas muito oportuno. A conta pessoal de Marinho ainda podia ser enriquecida com mais um golo, mas os árbitros não consideram o desvio à bola que Mário Rodriguez (o outro…) colocou sobre o guarda-redes para o 6-4, atribuindo o golo ao argentino.
Ainda assim, os três golos “oficiais” de Marinho colocam-no desde já no topo da lista dos melhores marcadores em Itália, com apenas uma jornada decorrida. “O Follonica contratou-me para fazer golos e para dar um novo ânimo a esta equipa. A equipa acredita em mim e com a ajuda deles é mais fácil fazer golos”, vinca, revelando a ambição que é comum a qualquer artilheiro. “Um ‘bomber’ quer sempre estar no topo na tabela de marcadores”, exclama.
Ainda que com o intervalo pelo meio, acabariam por ser seis golos no espaço de seis minutos a garantirem os três pontos para a equipa orientada por Franco Polverini. “A equipa está muito motivada e demonstrou que os cinco minutos iniciais foram atípicos”, analisa o atacante.
O Lodi – dos internacionais italianos Ambrosio, Verona e Illuzi – conseguiu reduzir mas, pese ainda muito tempo para jogar (cerca de 18 minutos), a vitória do Follonica estava escrita para o 6-5 final.
Em Follonica, os adeptos exultaram com a vitória. “Os ‘tiffosi’ de Follonica amam este desporto e estão habituados a vencer”, afirma. “Esta reviravolta fá-los acreditar na equipa. Dizem que faz lembrar os velhos tempos em que ganhavam tudo”, congratula-se, reconhecendo a importância do apoio da bancada. “Para nós é muito importante que venham aos jogos, para continuarmos a ganhar”, refere.
No final, houve jantarada como é comum. Mas condimentada com uma vitória saborosa. “A equipa janta junta depois de todas as partidas, independentemente do resultado, mas claro que ganhando o jantar é sempre mais animado”, graceja.
Resumo da partida
Quarta-feira, 7 de Outubro de 2015, 7h53