Uma «vitória esmagadora» do Benfica sobre o Sporting
No fecho da 3ª jornada do Nacional da I Divisão, o Benfica venceu o Sporting por 9-0 e juntou-se a Porto, Oliveirense e Barcelos no topo da classificação, no restrito grupo de equipas só com vitórias.
Não começou bem o dérbi. E com isto não nos referimos ao jogo em si mas à polémica trazida à baila pelo Sporting em comunicado, relativa à cedência de bilhetes e sobre a escolha do árbitro Miguel Guilherme. A Luz acabou por não estar cheia – mas muito bem composta, em particular para uma noite europeia de futebol – e ficou “órfã” de adeptos leoninos e Miguel Guilherme não teve interferência no resultado.
No jogo propriamente dito, o Benfica entrou com mais posse de bola e mais ofensivo, como se esperaria da habitual postura das duas equipas. No Sporting, Ricardo Figueira surgiu no cinco inicial no lugar do habitual André Centeno mas não teve muitas oportunidades para explorar a sua temível meia-distância.
Os encarnados adiantaram-se no marcador aos nove minutos por Carlos Nicolía e ampliaram a sete do intervalo por Marc Torra. Os leões procuraram ao longo da primeira parte contrariar o adversário com sinal "mais" de Estebán Abalos, esforçado na tentativa de virar os acontecimentos. Na recta final da primeira parte, o Sporting teve mesmo soberanas oportunidades de reduzir, mas nem Luís Viana de livre directo (a castigar azul a Tiago Rafael), nem no respectivo power-play, nem Ricardo Figueira de grande penalidade conseguiram bater Guillem Trabal.
A vantagem de dois golos, pese a réplica do Sporting, aceitava-se. Os leões não se apresentaram tão fechados como é apanágio, mas ofensivamente revelaram poucas ideias e poucas soluções para importunar Trabal.
Na etapa complementar, o Sporting ficava entregue a uma missão de procurar o golo para a qual não está talhado. E a partir dos quatro minutos, a tarefa ficou ainda mais complicada. Da marca de grande penalidade, o reforço Marc Torra bisou e fez o 3-0.
Com Cacau apagado, Luís Viana desinspirado, João Pinto a não conseguir desequilibrar, a meia-distância a não sair e o desânimo a tomar conta dos jogadores, o Sporting foi cedendo física e animicamente.
Aos oito minutos, surgiu Adroher na partida para acabar com qualquer esperança que os verde-e-brancos pudessem acalentar. No espaço de dois minutos e meio, Adroher fez três golos, com o terceiro da sua conta pessoal – sexto nas contas da equipa – a resultar de uma execução técnica eximia na conversão do livre directo a castigar a 10ª falta leonina. Logo a seguir chegou a 10ª falta das águias, mas Cacau também não consegui bateu Trabal.
O Sporting não era eficaz no ataque e facilitava atrás. Pese a boa exibição de Ângelo Girão, a evitar um punhado de golos feitos, os encarnados chegaram ao 8-0, com tentos de João Rodrigues e Tiago Rafael. Faltavam ainda mais de 11 minutos para o apito final e o resultado já tinha contornos de escândalo. Mas até final só João Rodrigues voltou a marcar – e em power-play -, fixando os números finais em nove golos sem resposta com tempo para Pedro Nunes lançar Pedro Henriques, já a pensar no jogo da Liga Europeia [ndr: Trabal está castigado].
O resultado premeia a boa exibição do Benfica e a eficácia na segunda parte. E castiga um Sporting que baixou cedo os braços e cuja exibição não pode ser justificada pelo desgaste anímico e psíquico da segunda mão da Taça Continental.
No final da partida, Ângelo Girão foi à conferência de imprensa assumir que o grupo deveria ter feito mais e que a imagem deixada não condiz com o Sporting. Nuno Lopes, parco em palavras para explicar o desaire, sublinhou que pese a “vitória esmagadora” do Benfica, os leões só perderam três pontos.
A mesma ideia foi defendida por Pedro Nunes, que se recusa a tirar o Sporting do lote de candidatos ao título. O técnico encarnado estava satisfeito com a prestação da sua equipa e em particular dos reforços Adroher e Torra, que combinaram cinco golos. O treinador fez questão de dedicar esta vitória ao “universo benfiquista, na pessoa do seu presidente”, e projectou desde já a partida da Liga Europeia, frente ao Vic, no próximo sábado.
No próximo fim-de-semana, o Sporting folga para a CERS, ao passo que os encarnados disputam a Liga Europeia. Na quarta-feira seguinte, de acerto de campeonato, o Sporting recebe o Barcelos e o Benfica vai a Cambra, num jogo em que estarão em confronto primeiro e último do campeonato.
Quinta-feira, 22 de Outubro de 2015, 3h03