Sporting tarda em regressar às vitórias
O Sporting começou de forma brilhante a temporada com vitórias sobre o campeão nacional Benfica (para a Supertaça) e o campeão Europeu Barcelona (para a Taça Continental) mas Braga marcou um ponto de inversão num balão anímico que parece cada vez mais vazio.
Depois das derrotas de Braga, Barcelona e Luz, o Sporting recebeu no Livramento um Barcelos apenas com vitórias no campeonato e com um fosso já cavado para os leões de cinco pontos.
A partida não podia ter começado pior para o Sporting. Se a um livre directo de Reinaldo Ventura, Girão respondeu bem, já não conseguiu evitar o golo de grande penalidade de Luís Querido aos cinco minutos, inaugurando o marcador. Foi a primeira de cinco grandes penalidades no jogo, terminando com três para o Barcelos (duas convertidas) e duas para o Sporting (uma convertida).
Em desvantagem, e ao contrário do jogo na Luz e sob o olhar de Bruno de Carvalho que acompanhou todo o jogo junto ao banco leonino, o Sporting teve nesta partida com o Barcelos "garra", viu-se vontade, em particular na primeira parte depois da entrada de Luís Viana, sempre muito interventivo com os seus companheiros, com ou sem bola.
A determinação leonina seria premiada com a reviravolta já nos cinco minutos finais da primeira parte, numa boa iniciativa de Estebán Abalos e numa grande penalidade concretizada por Luís Viana. Mas novo castigo máximo para o Barcelos, a minuto e meio do apito para o descanso, permitiu a Reinaldo Ventura restabelecer a igualdade.
No decorrer da segunda parte, o capitão Ricardo Figueira foi atingido com violência por uma bola na testa. Mas não querendo deixar de dar o seu contributo, recuperou enquanto limpavam a pista, pedindo para regressar de imediato.
Na segunda parte, o Sporting entrou bem e adiantou-se novamente no marcador, com Cacau a fazer o 3-2. Entre pedidos do banco de calma e posse de bola e a precipitação de alguns jogadores no ataque em busca de uma vantagem mais dilatada, os leões não voltaram a bater Ricardo Silva.
Junto da outra baliza, o Barcelos nunca deixou de procurar o empate e a história do jogo ganharia novos contornos na recta final, tal como acontecera na primeira parte. E se na primeira metade do jogo ninguém falhou da marca de castigo máximo, desta feita os guarda-redes levaram a melhor. Luís Querido não conseguiu concretizar a quatro minutos e meio do final mas o empate surgiria um minuto volvido, num lance em que nem Reinaldo Ventura - o autor do golo - dava nada por ele. O remate de muito longe saiu fraco mas terminou no fundo das redes da baliza à guarda de Girão, culminando no 3-3.
O terceiro golo da equipa de Paulo Freitas deixou Nuno Lopes irritadíssimo – que o digam as protecções de José Diogo Macedo, pontapeadas em desabafo – numa altura em que sobrava pouco tempo. Luís Viana entraria após o empate para pouco mais de dois minutos em pista. No conforto da análise "a posteriori", seriam escassos minutos para quem devia procurar dilatar a vantagem mas o atacante ainda teve a oportunidade de dar a vitória à sua equipa. No entanto, a um minuto do fim, de grande penalidade, "Zorro" não conseguiu bater o seu ex-colega no Benfica, Ricardo Silva.
No final, Paulo Freitas não estava totalmente satisfeito com o empate - "medianamente satisfeito", referiu - mas reconhecia que o Barcelos não tinha praticado o seu melhor hóquei, apontando o dedo às condições da pista, em particular na etapa complementar. O técnico fez uma antevisão da partida frente ao Benfica, já este sábado, na Luz.
Nuno Lopes lamentou as ocasiões perdidas na segunda parte, que impediram que a vantagem se avolumasse. O empate deixa a equipa leonina a oito pontos do topo da classificação, uma desvantagem "comprometedora para o título", segundo o treinador verde-e-branco.
Um Barcelos para algo mais?
Na última época, o Barcelos andou sempre no topo e terminaria em sexto. Este ano, com os jogadores mais experientes e, principalmente, com Reinaldo Ventura pode aspirar a um lugar mais alto.
Este sábado, os galos visitam a Luz, onde no ano passado protagonizaram uma excelente exibição frente a um Benfica que em todo o campeonato só cedeu um empate... em Barcelos. Ainda que, para já, nada fique decidido ou comprometido, este pode ser o momento de afirmação de um candidato - pelo menos - à Liga Europeia, seja pelo resultado ou a exibição.
Salvação ou naufrágio na ilha
No arranque para este campeonato, com todas as condicionantes que rodeavam o Candelária, seria fácil apontar o Sporting como claro favorito na sua deslocação ao Pico. Mas este jogo acarreta uma pressão extra... Sem vencer desde 3 de Outubro para o campeonato, com apenas quatro pontos em 12 possíveis, o Sporting não pode arriscar novo desaire e tem de garantir os três pontos frente aos picarotos, sob o risco de hipotecar definitivamente – pelo menos no campeonato – o elevado investimento feito este ano na equipa.
Sexta-feira, 30 de Outubro de 2015, 8h25