CERS entre Viana e Vilafranca
Fotos CP Vilafranca: Diari de VilanovaJoga-se este sábado a primeira mão dos oitavos-de-final da Taça CERS.
O detentor do título, Sporting, entra em prova na Alemanha com o Cronenberg, o Turquel recebe o finalista vencido da última edição, Reus, e o Óquei de Barcelos defronta os franceses do Coutras.
Em Viana do Castelo, a partir das 21h30, a Juventude de Viana recebe os catalães do Vilafranca no que promete ser um encontro e uma eliminatória pautados pelo equilíbrio. Em jeito de antevisão, o HóqueiPT esteve à conversa com dois jornalistas cujas primeiras recordações da modalidade têm as cores laranja do Viana e verde do Vilafranca.
Marina Alves nasceu em Viana do Castelo e Ernest Gili em Vilafranca des Penedès. Une-os a paixão pelo hóquei em patins e a missão autoproposta de divulgação da modalidade. As memórias da jornalista portuguesa, actual assessora de imprensa da Federação de Patinagem de Portugal, remontam a um pavilhão de Monserrate ainda com outro aspecto. “Lembro-me do pavilhão ainda antes das obras que lhe deram o actual visual”, recorda. “O meu pai costumava acompanhar o hóquei em patins e eu andava do lado de fora, à volta do rinque, a tentar patinar agarrada às tabelas”, afirma.
A mais de um milhar de quilómetros de distância, Ernest Gili, um dos mentores da Eurockey Cup, lembra-se de ter assistido aos primeiros jogos no Municipal. “Era muito pequeno e a recordação é um pouco nebulosa”, afirma, remetendo para 2001 a sua primeira memória mais clara. “Na Copa do Rei, realizada em Sant Sadurní d'Anoia”, vinca o repórter que começou a seguir “jornalisticamente” o hóquei em patins aos 18 anos.
Os anos passaram e alguns jogadores e planteis deixaram as suas marcas nestes profissionais da comunicação. Marina Alves destaca sem hesitar o nome de Paulo Félix, irmão do actual vianense Nuno Félix. “Mais pelo trato fora do rinque”, refere, salvaguardando outro nome dentro da pista. “Como jogador gostei muito do Xana [ndr: Alexandre Silva] no ano em que a Juventude garantiu a subida à I Divisão”, recorda em alusão à temporada de 2002/03. E o plantel dessa época é mesmo o que lhe traz melhores recordações. “Esse plantel tinha também João Veloso, Joel Ferreira, Arnaldo Queirós, o ‘Ninja’…”, enumera só para referir alguns. “Foi a equipa que acompanhei mais de perto, com o trabalho pela rádio e por um jornal local”, justifica, mencionando também o treinador. “Era o António Pires, pela personalidade um ‘Jorge Jesus’ do hóquei naquela altura”, graceja. “Lembro-me muito bem do jogo em que garantiram a subida e do jogo em São João da Madeira, num ambiente muito quente”, suspira num passeio pelas suas memórias.
Ernest Gili também tem a sua equipa de eleição. “Roger Torelló, Ricard Ares, Juli Anguita, Jordi Romeu, Jordi Raventós, Dani Campruví e Pol Carulla”, aponta sem hesitar. E o jogo que mais vezes revê mentalmente nem sequer foi disputado em Vilafranca. “A vitória por 1-2 na Corunha, com o Liceo”, recorda. “Foi há oito anos, na minha primeira grande deslocação com o Vilafranca”, indica, sendo que o Palácio dos Desportos do Liceo fica praticamente à mesma distância de Vilafranca que o Municipal de Monserrate que é casa da Juventude.
A Juventude de Viana está em quinto no campeonato português e o Vilafranca pode alcançar essa posição na Ok Liga se vencer a partida que tem em atraso com o actual lanterna-vermelha, Alcoy. Com menos um jogo está em nono ao cabo de 11 jornadas.
“O Vilafranca está a rubricar uma boa temporada. Já ganhou ao Barcelona e ao Vendrell”, congratula-se Ernest, contando mais um pouco da temporada. “Depois de oito jornadas invictos na OK Liga, a equipa somou duas derrotas e um empate. Com o Reus”, ressalva. Jordi Garcia, que como jogador se destacou no Reus, ganha o seu espaço no Vilafranca como treinador. “’Cozinhou’ uma equipa veterana e funcional com Rocasalbas, Galán, Navarro, Edu Fernández e Gerard Camps entre os postes”, analisa, destacando mais dois nomes. “Rubén Fernández e Joan Vàzquez completam a equipa”, acrescenta.
Os nomes de Rocasalbas, Navarro e Edu Fernandez granjeiam também o destaque de Marina Alves, que deixa uma palavra especial para o guarda-redes Gerard Camps, filho do seleccionador catalão Jordi Camps. “Tem apenas 22 anos e ganhou o lugar”, afirma, sublinhando que este é um momento especial para a equipa verde. “Há 17 anos que não jogava a Taça CERS…”, realça.
Sobre os anfitriões desta primeira mão, Marina Alves deixa um desabafo. “Tenho saudades de ver o pavilhão cheio”, confidencia, esperando que uma boa campanha na CERS chame mais gente, possivelmente ainda pouco identificada com este plantel. “Foi uma equipa que sofreu muitas mudanças”, refere.
E são dois reforços desta época que Ernest teme em particular. “Acredito que o Tó Silva e o André Azevedo sejam os jogadores mais perigosos”, identifica. André Azevedo regressa esta época à Juventude de Viana, onde viveu grandes momentos nos três anos que vestiu a camisola laranja até se transferir para o FC Porto em 2007. “Era um jogador espectacular”, frisa Marina Alves, fundamentando os receios de Ernest que não passam só pelas duas figuras. “Lutaremos contra a equipa e o público. Será um jogo muito difícil”, assegura.
Para confirmar este sábado.
Sábado, 12 de Dezembro de 2015, 0h53