Suíça quer ser parte da solução, mas históricos não deixam

Suíça quer ser parte da solução, mas históricos não deixam

Era uma vez um português, um espanhol e um italiano... Podia ser uma anedota, mas é apenas - e já há muitos anos - o grupo decisor do Hóquei em Patins europeu.

A federação suíça tornou público o seu desagrado por ser ignorada no comité europeu, tal como a maioria das federações europeias. Vendo na saída da direcção anterior - liderada por Fernando Graça - uma oportunidade para o comité que superintende as competições europeias abarcar outras realidades, os suíços lamentam que os seis cargos em aberto tenham sido, mais uma vez, ocupados por dirigentes de apenas três nações: Portugal, Espanha e Itália.

De facto, apesar de repetidamente se falar na necessidade de expansão da modalidade, desde 1992 que o comité europeu é presidido por um português e que as decisões são tomadas quase exclusivamente a três, entre os três mais históricos países europeus da modalidade. Em que a realidade do Hóquei em Patins é bem diferente daquela de outros países. Da maioria.

Apesar de ser ignorada, a Suíça foi proactiva e elaborou uma proposta de reorganização dos campeonatos de selecções, que recebeu o apoio de, por exemplo, Alemanha, Áustria, Países Baixos e Bélgica.

A proposta helvética, de encontro ao que alguns agentes da modalidade - como, por exemplo, Guillem Cabestany - abertamente defendem, advoga a realização dos grandes campeonatos de quatro em quatro anos, como acontece no futebol, apontando fundamentalmente as seguintes virtudes:

• Facilidade de planeamento, tornando a organização de eventos mais atractiva para nações ditas "mais pequenas";

• Possibilidade de melhor planeamento em termos de Marketing;

• Mais tempo para angariar financiamento para participação em grandes eventos;

• Menos recusas pelos melhores jogadores, elevando o nível das competições.

A proposta helvética

A proposta helvética, com validade ou não, nem terá chegado a um fórum de discussão, mas não se lhe pode negar boa argumentação e - numa lufada de ar fresco - um planeamento a médio/longo prazo.

A Suíça aponta às competições a realizar nos novos anos 20, entre 2021 e 2029. Os principais campeonatos - Mundiais e Europeus - passaria a ser realizados de quatro em quatro anos e não de dois em dois. Teríamos Campeonatos do Mundo de Sub-19 e de Seniores Femininos e Masculinos em 2021, 2025 e 2029 e os Campeonatos da Europa de Seniores em 2023 e 2027.

Os Europeus de Sub-19 seriam disputados nos anos em que não houvesse Mundial (2022, 2023, 2024, 2026, 2027 e 2028) e os Campeonatos da Europa de Sub-17, no Feminino e no Masculino, seriam disputados anualmente.

Quando não houvesse competições seniores (2022, 2024, 2026 e 2028), haveria um Europeu de Sub-23, prova que surgiria em vez da Taça Latina, prova de prestígio, mas fechada a Portugal, Espanha, Itália e, vá lá, a França.

AMGRoller

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