Orgulho, Raça, Tradição e muito Crer

O Valongo está na final da Liga Europeia. A perder por 1-4 já na segunda parte, nunca deixou de acreditar, levou o jogo para prolongamento e foi totalmente eficaz no desempate por grandes penalidades frente ao Tomar.

Orgulho, Raça, Tradição e muito Crer

Esqueçamos por um instante que estava em causa um lugar numa final. Esqueçamos que este é um embate desportivo em que tinha de haver um vencedor e, necessariamente, um derrotado. Que grande ambiente se viveu no Palácio dos Desportos em Torres Novas! Os adeptos de Valongo e Tomar não encheram as bancadas (pouco faltou...), mas foram incansáveis no apoio às suas equipas, sempre numa sã rivalidade que devia ser exemplo para todos. Foi um extraordinário espectáculo - o melhor de que há memória na prova - fora da pista. Mas também dentro da pista.

Rafa Bessa inaugurou o marcador.
Rafa Bessa inaugurou o marcador.

O Valongo garantiu, pela primeira vez na sua História, a presença na mais importante prova europeia de clubes ao derrotar o Tomar nas grandes penalidades.

A equipa de Edo Bosch entrou melhor, e marcou ainda não estava cumprido minuto e meio, com Rafa a bater Francisco Veludo de castigo máximo. O Tomar não entrara bem e o Valongo, sempre confortável quando está a vencer, até tinha melhores oportunidades. O critério dos conceituados árbitros Iván Gonzalez e Sergi Mayor levava a muitas reclamações e focos de picardias, naturais no espírito competitivo do momento.

Houve picardias e momentos de tensão, como a ocasião justificava. No momento mais quente, os árbitros foram salomónicos, com azul a Diogo Abreu e Filipe Almeida.
Houve picardias e momentos de tensão, como a ocasião justificava. No momento mais quente, os árbitros foram salomónicos, com azul a Diogo Abreu e Filipe Almeida.

O passar dos minutos ia mostrando uma formação tomarense em crescendo, mas sem soluções para o golo. Caio e Guilherme Silva fizeram tremer os postes da baliza à guarda de Bernardo Mendes e valeu Veludo na outra baliza a evitar golo de livre directo de Facundo Navarro.

Nuno Lopes apostaria então na irreverência de Lucas Honório. E o talentoso jovem que há poucos dias completou 19 anos respondeu à altura. A seis minutos e meio do intervalo, em jogada individual, igualou e empolgou a sua equipa para a reviravolta, por Guilherme Silva (que o ano passado representava os valonguenses) a marcar num forte remate cruzado. A minuto e meio do intervalo, em novo momento a solo, Lucas fazia o 1-3.

Lucas Honório faz o 1-1. O jovem do Tomar foi a figura do final da primeira parte.
Lucas Honório faz o 1-1. O jovem do Tomar foi a figura do final da primeira parte.

O jogo tinha virado e os adeptos tomarenses, não tão reconhecidos pelo seu entusiasmo como os valonguenses, abrilhantavam a festa. Por cima, o Tomar entrou melhor na segunda parte, possivelmente sem o compassar de jogo que a vantagem exigia. Caio desperdiçou uma grande penalidade e Tomás Moreira não faria melhor de livre directo. Mas, a passe de Lucas Honório, Tomás faria mesmo um 1-4 que o Tomar já justificava.

Faltava jogar meia parte e o primeiro finalista desta Liga Europeia parecia encontrado. Parecia.

Quando Facundo Bridge reduziu para 2-4, o jogo virou.
Quando Facundo Bridge reduziu para 2-4, o jogo virou.

Logo após o quarto tento tomarense, Facundo Bridge encheu o peito e, de meia distância reduziu. Foi o momento do jogo, o tónico que fazia falta à crença do Valongo, que não podia contar com Miguel Vieira, lesionado depois de um toque de Caio muito cedo no jogo. O Tomar tremeu, não soube segurar o jogo, e ia valendo Veludo na baliza, defendendo até uma grande penalidade de Rafa Bessa. Mas, a nove minutos do fim dos regulamentares 50, Diogo Barata reduzia para a margem mínima.

Francisco Veludo conteve o assomo do Valongo enquanto pôde.
Francisco Veludo conteve o assomo do Valongo enquanto pôde.

Pedia-se calma ao Tomar, raça ao Valongo.

As coisas pareciam complicar-se para a equipa nortenha quando Rafa Bessa viu o azul a cinco minutos do fim, mas Lucas Honório não conseguiu bater Bernardo Mendes e o Tomar também não conseguiu desequilibrar o bloco em underplay contrário. E, assim que foi reposta a igualdade numérica em pista, Facundo Navarro arrancou e repôs a igualdade também no marcador.

Explosão! Nafarro fez o 4-4 a três minutos do fim.
Explosão! Nafarro fez o 4-4 a três minutos do fim.

Era o delírio na pista, no banco e na bancada. O Valongo passava de uma desvantagem de três golos para uma igualdade no resultado, mas uma imensa vantagem anímica e quase resolvia a partida no tempo regulamentar, num remate de Bridge que acabou no poste.

O jogo seguiu para prolongamento, com uma primeira parte em que o Tomar, quebrado física e animicamente, deu a iniciativa de jogo. Na segunda parte, houve mais Tomar com a irreverência de Lucas Honório, mas as equipas temeram sempre mais perder do que ambicionaram ganhar.

Bernardo Mendes defendeu quase todas as bolas paradas do Tomar. Três durante o jogo (todas na segunda parte), outras três no desempate por grandes penalidades (em que foi batido apenas por Filipe Almeida).
Bernardo Mendes defendeu quase todas as bolas paradas do Tomar. Três durante o jogo (todas na segunda parte), outras três no desempate por grandes penalidades (em que foi batido apenas por Filipe Almeida).

No necessário desempate, por grandes penalidades, o Valongo foi exímio. Depois de Tomás Moreira falhar, Diogo Abreu marcou. Lucas acertou no ferro e Rafa fez o 2-0. Filipe ainda reduziu, mas Navarro, desta feita perante António Marante, também não desperdiçou. Quando Caio falhou, acabava-se o sonho do Tomar, reforçava-se o do Valongo.

À espera de adversário, a decidir no duelo italiano entre Trissino e Sarzana, o Valongo disputará a final este domingo, a partir das 15h.

Meias-Finais

• MF2 • Valongo 7-5 Tomar • 14.Mai (4-4, 3-1 pen.)

• MF1 • Trissino vs. Sarzana • 14.Mai • 15h

Final

• Valongo vs. Vencedor MF1 • 15.Mai • 15h

AMGRoller Compozito

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