Ana Catarina Ferreira no Gijón

Ana Catarina Ferreira será reforço do Telecable Gijón, vice-campeão europeu e espanhol. A capitã do Sporting muda-se para uma das melhores equipas do Mundo, num defeso em que o projecto leonino 'treme'.

Ana Catarina Ferreira no Gijón
Foto de capa: Sporting Clube de Portugal

Ana Catarina Ferreira está a caminho da OK Liga Iberdrola para reforçar o Telecable Gijón. A internacional portuguesa de 26 anos deixa o Sporting ao fim de três temporadas para disputar a mais competitiva liga feminina do Mundo.

Natural de Arazede, Ana Catarina mudou-se ainda jovem para a Académica de Coimbra, onde estaria até 2016. Os estudos trouxeram-na até à Grande Lisboa, integrando a Stuart, onde se destacaria, de 2016 a 2019. Vice-campeã nacional em 2017 e 2019 e semifinalista da europeia Taça da Liga Feminina em 2018, foi uma das apostas de um Sporting a estrear-se no panorama feminino e "conquistou" a braçadeira de capitã.

Agora, consolidada como uma das melhores jogadoras portuguesas e presença assídua nas chamadas à Selecção Nacional, Ana Catarina Ferreira será um reforço importante para o Gijón.

A equipa asturiana é uma das referências no Hóquei em Patins feminino, candidato à vitória em todas as competições em Espanha e na Europa. Cinco vezes campeão europeu em 15 edições, reclamou pela última vez o ceptro continental em 2018, numa Final Four na Luz em que afastou a Stuart de Ana Catarina nas "meias" e venceu o Benfica na final. Esse ano de 2018 marcaria também a última conquista do campeonato espanhol, no terceiro título em 14 edições de OK Liga.

Na pretérita temporada, o Gijón foi finalista na europeia Taça da Liga Feminina e no play-off da OK Liga, mas cedeu perante o Palau em ambas as finais, vendo as rivais celebrar nas Astúrias.

Projecto fragilizado... de morte?

A saída da capitã Ana Catarina Ferreira fragilizaria só por si o projecto feminino leonino, mas muitas outras saídas são dadas como certas, como das gémeas Rita e Rute Lopes, de Sofia Moncóvio ou da guarda-redes Cláudia Vicente. A concretizarem-se, não ficaria qualquer atleta das "pioneiras" no arranque do projecto em 2019. E a continuidade do próprio projecto, que não conseguiu quebrar a hegemonia das águias nestas três temporadas, estará mesmo a ser equacionada.

Caso haja renovada aposta no feminino, ainda que possivelmente com outros objectivos, o comando técnico das leoas, com Nuno Pinto a assumir os Sub-19 e equipa "B", poderá ser entregue a Daniel Santiago, que deverá ser também o timoneiro dos Sub-17.

Actual selecionador feminino da Associação de Patinagem de Lisboa, Daniel Santiago esteve nos escalões de formação do Benfica entre 2016 e 2021, saindo quando também Alejandro Dominguez, agora já oficializado no Sporting, deixou as águias.

O projecto leonino no feminino arrancou em 2019 às ordens de Andreia Barata, mas a primeira temporada foi interrompida pela pandemia. Para o segundo ano, chegou Nuno Pinto, que logrou, pelo colectivo, "morder" os calcanhares a um Benfica a quem era apontado mais valor individual.

Na primeira temporada ao leme, Nuno Pinto conduziu as leoas a duas vitórias sobre o "velho rival" (ambas na Luz e uma delas na final do play-off), mas sofreu seis derrotas em dérbis, uma nas "meias" da Taça, e terminou sem títulos. Nesta segunda temporada agora finda, o melhor que as leoas conseguiram foi um empate, somando cinco derrotas a que se juntou uma outra na final da "prova rainha".

AMGRoller

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