Playoffs arrancam com duelo de portugueses
Fotos: Gabriele BaldiAs 26 jornadas da primeira fase do principal campeonato transalpino – a Legahockey – ditaram um embate entre as duas equipas com representantes portugueses na primeira ronda do play-off.
O Matera de Nuno Resende defronta o Follonica de Mário Rodrigues (“Marinho”) nos quartos-de-final, num duelo que na fase regular correu melhor ao internacional por Moçambique do que ao ex-seleccionador de Sub-20 de Angola.
“Tivemos nos dois jogos com o Follonica condicionantes que nos impediram de nos apresentarmos na máxima força, mas evidentemente que foi com mérito que o Follonica obteve os resultados”, refere Nuno Resende, treinador do Matera, sobre o empate (3-3) da primeira volta e a derrota em Follonica na segunda (3-1). “Foram jogos em que não fomos competentes em algumas fases do jogo e pretendemos agora corrigir e fazer tudo para passar à fase seguinte”, garante Resende.
Para Marinho, os resultados da primeira fase são já passado. “Independentemente dos resultados nessas duas partidas, o favoritismo está do lado deles”, declinou o atacante do Follonica, recordando o excelente percurso do Matera. “Eles terminaram a primeira fase em segundo lugar, mas com os mesmos pontos do Forte de Marmi”, constata. “São eles que tem de passar esta fase!”, responsabiliza.
O Matera – tal como o vigente campeão Forte – somou 57 pontos, terminando como a defesa menos batida e surpreendendo de alguma forma os adversários. “As expectativas foram superadas em relação a um momento inicial da época”, concorda o treinador, que revela que a equipa acreditou nesta classificação. “No balanço que fizemos no final da primeira volta, analisámos e sentimos que se fizéssemos uma segunda volta melhor - embora fosse em teoria mais difícil - era possível chegar a esta posição”, confidencia.
O Follonica começou muito bem o campeonato mas decaiu. Sem nunca ter o lugar nos play-off em risco, o único emblema italiano que venceu a Liga Europeia terminou em sétimo, com 43 pontos. “Iniciámos muito bem a temporada, liderámos mesmo durante algumas semanas a série A, mas depois - digamos que em momentos cruciais da época – houve partidas que tínhamos de vencer e empatámos”, lamenta. Na segunda metade dos apurados para o play-off, o Follonica perdeu a “vantagem casa”. Mas tal não impede Marinho e os colegas de sonharem. “Acreditamos que podemos fazer algo. Esta liga é muito equilibrada e, para mim, só uma equipa que está acima de todas as outras... Depois depende de como corram as partidas e para que lado ‘tomba’ o jogo”, aponta.
O Matera apurou-se para a Final Four da Taça CERS, que decorre em Barcelos nos dias 30 de Abril e 1 de Maio, condicionando o calendário desta eliminatória dos play-off. “Devido à presença do Matera na CERS poderemos jogar três jogos em seis dias, sendo que dois serão em Matera, que fica a sete horas de viagem de Follonica”, explica Marinho. “Penso que não temos nada a nosso favor…”, lastima o avançado.
Nas “meias” da CERS, a 30 de Abril, o Matera defronta o Óquei de Barcelos.
E, pese o aproximar da decisão europeia, Nuno Resende até se congratula com a concentração de jogos. “Penso que até é bastante positivo para nós, pois são jogos de elevado grau de dificuldade, de concentração, a eliminar, o que faz com que tenhamos de estar num nível de performance desportiva máximo”, detalha o treinador.
O Follonica recebe o Matera esta quinta-feira às 19h45 (hora de Portugal continental) e o Matera faz de anfitrião no sábado, dia 23, a partir das 18h. Caso seja necessário um desempate nesta série à melhor de três, as equipas voltam a encontrar-se terça-feira, dia 26, também em Matera. Todas as partidas terão honras de transmissão no canal Youtube LegahockeyTV (link anexo).
Os golos de Marinho
A nível individual, Marinho dificilmente podia desejar melhor estreia no campeonato italiano. Com 41 golos, o luso-moçambicano só foi superado pela revelação argentina do Monza Lucas Martinez (56) e as estrelas Federico Ambrosio (47) e Jepi Selva (42). Atrás de Marinho, Pedro Gil apontou 34 tentos…
“Obviamente que estou muito satisfeito”, confessa. “Sinceramente, não esperava uma adaptação tão boa, e também não esperava fazer tantos golos”, revela. “Aqui todos os jogos são difíceis, com resultado incerto até ao final”, sublinha, admitindo um gosto especial pelos golos tardios. “Nesses momentos, os golos têm outro sabor…”
Cabe agora a Marinho fazer por marcar. E a Nuno Resende urdir a teia para o anular.
Quinta-feira, 21 de Abril de 2016, 9h59