Portugueses discutem Supercopa
Fotos: Luis Velasco HeviaO Reus e o Liceo são os finalistas da Supercopa de Espanha. Os portugueses Pedro Henriques e Henrique Magalhães entram em pista para discutir o primeiro grande título do calendário do país vizinho.
Disputada em sistema de Final Four em Reus, a Supertaça de Espanha conheceu este sábado os finalistas da prova.
Entrou primeiro em rinque o Liceo de Henrique Magalhães que, com o português a titular, venceu o Vic por 4-2. Ao Liceo juntou-se o anfitrião Reus na final. Os "rojinegros" venceram o Barcelona por 3-2, num jogo em que os livres directos foram decisivos. E Pedro Henriques, na baliza, também, sendo que o protagonismo foi "roubado" por Raul Marin: o ex-blaugrana transformou em golo três livres directos ao seu ex-companheiro Aitor Egurrola.
A final entre Reus e Liceo é jogada a partir das 17h portuguesas.
Vencer em casa
Na antevisão a esta Supercopa, Pedro Henriques sublinhava a ambição do Reus perante o seu público.
"Nunca tirando os pés do chão, mas reconhecendo a qualidade que temos, temos muita ambição. Em nossa casa, não se pode esperar outra coisa senão que queremos ganhar", vinca, com devidas cautelas. "Vamos respeitar os adversários. É uma Supercopa de grande qualidade, com quatro equipas fantásticas", sublinha.
O Reus vem da vitória na Liga Catalã, onde o outro finalista da Supercopa, Liceo, não participou. Pedro refere que o regresso às conquistas pelo Reus, ainda que numa prova "menor", pode chamar os adeptos.
"É tudo um bocado novo para mim", reconhece. "Mas penso de que estará uma casa que, se não estiver cheia, estará certamente bem composta. O meu desejo é que estivesse cheia", reforça. "Espero que o título da semana passada, tenha servido como um convite para os adeptos nos poderem apoiar nesta Supercopa", deseja.
Antes da meia-final da Supercopa, Reus e Barcelona encontraram-se na Liga Catalã. O Reus venceu por 8-4, mas frente à equipa "B" dos blaugrana. "Já sabíamos que o Barcelona tinha programado a pré-época e que passava pela presença num torneio português", afirma. "Penso que também foi para dar um prémio aos miúdos da equipa 'B', que são jovens, mas têm muita qualidade e, por isso, conseguiram disputar o jogo da forma como disputaram", reconhece.
Bem perto de Reus, em Vilanova, Pedro Henriques e Henrique Magalhães jogaram juntos uma Taça Latina. Longe de imaginarem que regressariam a Espanha para disputar uma Supercopa. "Não, nunca se imaginou isso. Nem faz sentido no hóquei estar a planear a nossa vida para mais de um, dois anos", explica.
O reencontro com Henrique, agora como adversários, será especial.
"Sim, porque gosto muito do Henrique", conta-nos, desfazendo-se em elogios. "O Henrique é um jogador espectacular, um excelente companheiro de equipa. Estive também com ele em estágios da Selecção - Montreux, Taça Latina, para o Mundial de 2015 -, conheço-o bem e fico contente por ele estar também numa grande equipa", refere.
Ambição de ganhar
Naturalmente, Henrique Magalhães também não se recorda de ter perspectivado, com Pedro Henriques carreira em Espanha. "Nessa altura estava longe de pensar que poderia jogar em Espanha", confessa. "Nós ainda estávamos a começar as nossas carreiras, mas claro que tínhamos sempre ambições. As carreiras fazem-se um bocadinho de momentos e daquilo que vai passando, e na altura não pensava jogar em Espanha", reconhece.
O Liceo, com várias alterações no plantel, não perde a ambição que o tem feito complicar a vida ao Barcelona nas últimas temporadas. "A expectativa tem de ser sempre ganhar", estabelece Henrique. O Liceo venceu o Vic por 4-2, pese algum cansaço pelo trabalho realizado em pré-temporada, marcado por passagem por Portugal. "Chegámos aos jogos de pré-época com muita carga e os jogos serviram para pôr em prática aquilo que tinhamos trabalhado tacticamente", explica. "É sempre diferente jogar entre nós ou com equipas adversárias. E é sempre bom ganharmos. Perdemos com o Barcelos, foi a única derrota que tivemos, mas é um balanço positivo da pré-época", analisa.
A perspectivar uma possível final, Henrique não escondia a preferência por um confronto luso. "Não tenho preferências entre equipas, mas claro, se conseguisse passar à final e o Reus também, era muito importante ter ali dois jogadores portugueses na final da Supercopa. Não só porque sou amigo dele, como também era giro ter dois portugueses nesta decisão", brinca.
A trabalhar desde o inicio de Agosto, Henrique Magalhães estabelece o paralelo com o trabalho em Portugal. "A grande diferença que notei foi em termos tácticos. Vim do Valongo, onde fisicamente se trabalha muito bem. A grande diferença que notei foi em termos tácticos. Acho que aqui o hóquei pensa-se mais um bocadinho, joga-se menos com a qualidade individual e mais com o colectivo. Os jogadores trabalham em prol da equipa e menos individualmente. É a grande diferença que tenho notado até agora", vinca.
Domingo, 18 de Setembro de 2016, 14h53