Chicote já estalou três vezes
O próximo fim-de-semana é de competições europeias e a maioria das equipas já entrou numa pausa natalícia que vai durar até 7 de Janeiro. E o interregno, que durará praticamente um mês, ainda com três jornadas por realizar na primeira volta, parece surgir uma oportunidade para mudanças.
Cumpridas 10 jornadas, são já três os treinadores que deixaram o cargo em que iniciaram o campeonato. Como no futebol, o técnico acaba sempre por ser o elo mais fraco, a vítima das más prestações colectivas... e de outras circunstâncias.
O primeiro divórcio foi consumado a 5 de Dezembro, ainda antes desta 10ª jornada. Antes da deslocação do Riba d'Ave ao Pico, a equipa minhota anunciou a rescisão com Diogo Pereira, no cargo desde 2015 e um dos artífices do regresso ao escalão maior. O Riba d'Ave vencera o Valença por 7-2, mas em comunicado foi apontado "um conjunto de circunstâncias externas, que abalaram de forma irremediável as condições de trabalho no seio da equipa" para a saída de Diogo. O treinador que em 2014/15 se sagrou campeão nacional de Sub-20 pelo Valongo já assumiu funções na Juventude Pacense, umas das muitas candidatas à subida na Zona Norte da II Divisão.
À altura da saída do técnico, o Riba d'Ave somava sete pontos e era, com 51 golos sofridos, a segunda pior defesa do campeonato.
Após a derrota com o Valongo no sábado, Paulo Garrido apresentou a demissão do cargo à direcção do Paço de Arcos, que não tardou a chegar a acordo com Jorge Godinho, treinador dos Sub-20 e equipa "B" do Benfica.
Paulo Garrido regressara ao Paço de Arcos em 2014, depois de uma primeira passagem entre 2010 e 2012.
Apesar de somar nove pontos - incluindo os muito badalados três na secretaria do jogo com o Sporting - e de estar acima da linha de água, a equipa da Linha só apontou 23 golos, um dos piores ataques a par de Candelária e... Valença.
Finda a 10ª jornada, mora em Valença não apenas o pior ataque da prova (23 golos sofridos) mas também a pior defesa (56 golos sofridos, ex-aequo com o lanterna-vermelha Sanjoanense) e os números não pouparam Paulo Morais.
Com um acordo "completamente amigável e sem qualquer tipo de ressentimentos ou desacordos", o actual penúltimo do Nacional comunicou esta terça-feira a saída do único técnico que conheceu desde que se aventurou no regresso ao Hóquei em Patins sénior de competição. Paulo Morais estava à frente da equipa desde 2013, tendo liderado os valencianos na subida à II Divisão (2013/14) e à I Divisão (2015/16).
Neste entra-e-sai da I Divisão, fica a curiosidade dos caminhos de Paulo Morais e Jorge Godinho se terem cruzado em 2014. Na altura, na final da III Divisão, o treinador da equipa "B" do Benfica levou a melhor, conquistando o título.
João Simões, o mais resistente
Mas nem só de lamentos é feita a vida dos treinadores. No reverso da medalha, há um caso de longevidade a merecer destaque. João Simões é treinador do Turquel há seis temporadas consecutivas, tendo pegado na equipa da Aldeia do Hóquei em 2011, ainda na II Divisão. No primeiro ano garantiu a subida e não mais deixou o convívio dos grandes.
Pese a actual 12ª posição, abaixo da linha de água, em Turquel a confiança é total e o "chicote" não estala. Deste registo extraordinário de seis temporadas consecutivas, os detentores das provas europeias Pedro Nunes (Benfica) e Paulo Freitas (Óquei de Barcelos) são quem mais se aproxima, mas estão a duas épocas de distância.
Quarta-feira, 14 de Dezembro de 2016, 21h02