Barcelona bate Reus na decisão da Copa
O Barcelona venceu o Reus por 3-4 e garantiu a 21ª Copa del Rey da sua história.
Este Reus tem um pendor declaradamente ofensivo e o Barcelona procurou não ser surpreendido nos minutos iniciais. Com Marc Gual, Matias Pascual, Sergi Panadero e Pau Bargalló, os blaugrana surgiram compactos e a anular todas as pretenções dos rojinegros.
E se o quarteto - complementado com Egurrola na baliza - é compacto a defender, tem também as suas armas a atacar. E, aos sete minutos, Pau Bargalló, com espaço para armar o remate, inaugurou o marcador.
O Reus procurou responder, mas não conseguia levar perigo a Egurrola. Enrico Mario procurava alternativas e, com um plantel mais curto - Ollé e Torné não foram opção - não hesitou em lançar Joan Salvat. Apesar de não ter havido tempo para providenciar uma máscara depois três dentes partidos e o lábio lacerado na véspera, o jogador entrou determinado.
Mas seria novamente o Barcelona a marcar. A sete minutos e meio do intervalo, Matías Pascual bateu Pedro Henriques para dois golos de vantagem e, com um azul mostrado (com o jogo parado) a Platero um minuto depois, a história desta Copa parecia seguir a linha de outras conquistas tranquilas do metódico Barcelona.
No entanto, o Reus "sobreviveu" ao "underplay" e, a pouco mais de três minutos do intervalo, Raul Marín tinha a oportunidade de reduzir depois de um azul a Ordoñez que levou o capitão "reusence" para a marca de livre directo. O exuberante jogador não conseguiu bater Egurrola naquele momento, mas, aproveitando a superioridade numérica, fez mesmo o 1-2 com que se chegaria ao intervalo.
A emoção, que estava em risco de não regressar dos balneários, ganhava novo alento com a desvantagem mínima no marcador. O Reus reentrou em busca do empate e aos cinco minutos foi "premiado" com a 10ª falta contrária. Mas, em novo duelo entre Marín e Egurrola, o guarda-redes voltou a ganhar.
O "Polvo" estava a ser determinante na baliza blaugrana e o português Pedro Henriques também viria a reclamar protagonismo na baliza do Reus.
Aos 10 minutos, Raul Marin viu azul. Pedro ganhou o duelo de "especialistas" com Lucas Ordoñez no livre directo e parou tudo na pressão blaugrana para aproveitar o "powerplay". O português até "parou" um patim com o capacete, que o deixou muito queixoso e deixou o pavilhão suspenso da sua recuperação. Que aconteceria...
O Barcelona carregava e, mesmo reposta a igualdade numérica, não levantou o pé, encostando o adversário. Um pouco contra a corrente do jogo, o Reus conquistou uma grande penalidade e Albert Casanovas não se fez rogado, restabelecendo a igualdade.
Com o empate no marcador e dez minutos para jogar, o jogo ganhou outro cariz. Na intensidade altíssima com que se pautaram os 50 minutos, o jogo ficou mais partido, mais de "repelões", de iniciativas inesperadas. Como o remate de meia distância de Pau Bargalló a sete minutos e meio do final, a surpreender Pedro Henriques que não viu a bola partir.
O Reus apelava a todas as forças que lhe sobravam de três dias de competição intensa - nos dois dias antes fora a prolongamento - e, com quatro minutos e meio para jogar, ganhava nova grande penalidade. Mas, desta feita, Casanovas não conseguiu bater Egurrola. Menos de um minuto volvido, a pressão "reusence" custava-lhe a 10ª falta. Pablo Alvarez podia "matar" a partida, mas não conseguiu bater Pedro Henriques, e a emoção crescia enquanto o tempo fugia.
Voltou a ser nas asas do capitão Marín, em destaque nesta Copa del Rey, que o Reus encontrou esperança. A apenas um minuto do final, em rotação, bateu o ex-companheiro Egurrola para o 3-3 que prometia um quinto prolongamento em sete jogos desta Copa. Contudo, na jogada seguinte, nova grande penalidade colocava o tempo extra em risco. Já com dois golos apontados, Pau Bargalló - o mais novo da equipa do Barcelona - foi chamado para desfeitear Pedro Henriques. Ganhou o português... à primeira. Os "reforços" tardaram a chegar e, com muita tranquilidade, Pau fez o 3-4 definitivo.
Saiu Pedro Henriques, entrou Aleix Rodriguez como quinto jogador de pista, mas o Reus arriscou pouco, apesar do Barcelona já somar 14 faltas. Procurou rematar apenas na certa e, quando o fez, já era tarde. Esta foi a sexta vez que Reus e Barcelona se defrontaram na decisão da Copa del Rey e o Reus apenas saiu vencedor do duelo em 2006...
Em conferência de imprensa, Ricard Muñoz e o guarda-redes e capitão Aitor Egurrola (que somou o 61º título pelos blaugrana) elogiaram a competição, o adversário e o mérito blaugrana.
Mais organizado, o Barcelona conquistou assim a 21ª Copa del Rey da sua história. Na lista de vencedores seguem-se, agora mais longe, o Español (com 11 títulos), o Liceo (9) e o Reus (7).
Esta foi o segundo triunfo consecutivo do Barcelona numa década que se encaminha para ser a melhor de sempre. Os quatro triunfos conseguidos depois nas sete edições depois de 2010 igualam os dos anos 70, 80 e 2000 e ainda há três edições para disputar...
Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2017, 15h19