Em busca das quatro vagas mais apetecidas
Decidem-se este sábado quais as quatro equipas que estarão presentes na decisão da Liga Europeia, prova máxima de clubes.
A Final Four mais desejada já está no horizonte, mas há um último passo a dar.
Este sábado disputa-se a segunda mão dos quartos-de-final, com nenhuma das equipas que jogam a passagem em casa - as que se qualificaram em primeiro nos respectivos grupos - a partir em desvantagem. Benfica, Barcelona e Oliveirense venceram fora, e o Reus empatou.
Benfica na senda de 'defesa' inédita
Nunca uma equipa portuguesa logrou defender com sucesso o mais importante título europeu de clubes. Até porque as vitórias lusas - seis, repartidas por Benfica e Porto (duas cada), Barcelos e Sporting - só por si já são dignas de registo, numa prova que historicamente é dominada por espanhóis (44 triunfos) e em particular pelo Barcelona, que já reinou em 21 edições.
O Benfica, com 40 golos, é a equipa mais concretizadora desta edição da Liga Europeia.
Depois da conquista de 2016, o Benfica tenta para já marcar de novo presença na Final Four pela terceira vez consecutiva. Da Corunha, os encarnados trazem uma vantagem de apenas um golo (2-3), mas deverão contar com boa casa [ndr: no complexo da Luz segue-se um Clássico em futebol] que tem sido garante de bons resultados.
O Liceo está arredado da fase decisiva da prova desde 2012, ano em que - com Jordi Bargalló e Ricardo Barreiros (e também Sergi Miras, agora no Sporting) - se sagrou bicampeão europeu. Dessa equipa, sobram de verde, sob o comando do já mítico Carlos Gil, o guarda-redes Xavi Malián e os jogadores Toni Perez e Josep Lamas. Esta época, o técnico argentino conta com os reforços Henrique Magalhães, Carlo Di Benedetto e Marc Coy, este último de regresso à Luz depois de ter representado as águias entre 2012 e 2014.
Barcelona ataca 22º
É quase confrangedor falar do número de triunfos do Barcelona na Liga Europeia. 21 conquistas em 51 edições são um temível cartão de visita e Ricard Muñoz, que anunciou a sua saída do comando técnico blaugrana no final da temporada, quererá fechar o seu ciclo em beleza.
Às ordens de Ricard Muñoz, o Barcelona esteve em quatro Final Fours. Ganhou duas e foi afastado nas meias-finais noutras duas, ambas no desempate por grandes penalidades e ambas frente ao Benfica.
Esta época, o cruzamento ditou que Barcelona e Benfica só se possam encontrar na final, cabendo aos blaugrana fazer a sua parte. Para já, a vitória em Forte dei Marmi por 1-3 dá boas indicações para uma segunda mão num Palau Blaugrana onde nos últimos anos, para a Liga Europeia, só o Porto "ousou" vencer.
O Forte dei Marmi já surpreendeu na fase de grupos com uma vitória na visita ao Sporting (5-7), mas a missão de Pierluigi Bresciani e seus "ragazzos" afigura-se muito complicada. Porque o Barcelona é de longe a melhor defesa da prova - apenas 12 golos consentidos em sete partidas - e até porque historicamente falta tradição às equipas italianas na prova. Apenas por uma vez, em 2006, é que uma formação transalpina - o Follonica de Sérgio Silva, Guilherme Silva e um "best off" do hóquei italiano - logrou estar no topo da Europa.
Tudo como no início em Reus
Em Reus, tudo estará por decidir. Sem se aplicar vantagem por golos fora num eventual desempate, o empate a sete entre Porto e Reus na primeira mão no Dragão Caixa deixou tudo para decidir na Catalunha.
O Reus apostou forte esta temporada e será um possível destino da Final Four em caso de apuramento, mas o Porto não quererá repetir o cenário de afastamento nos quartos-de-final do ano passado.
O plantel dos dragões, às ordens de Cabestany, é claramente mais completo do que aquele de que Enrico Mariotti dispõe, mas, no cinco para cinco, a maior experiência dos jogadores do Reus vingou no explorar de algumas desatenções defensivas e da precipitação ofensiva dos jogadores do Porto.
Os jogadores azuis-e-brancos quererão consolidar as vitórias da Taça de Portugal e Supertaça - e também no Europeu de selecções - com a presença na Final Four, mas para tal exige-se uma exibição sólida no Palau d'Esports, que o clube "reusence" quer encher.
Oliveirense só sabe ganhar
Sete vitórias em outros tantos jogos é o saldo da Oliveirense. A última conseguida em Lodi, por 3-5, a valer uma vantagem de dois golos para a equipa de Tó Neves gerir.
Nesta segunda mão, Nuno Resende regressa ao Salvador Machado, onde foi jogador e treinador, agora à frente do Lodi, e a tarefa de contrariar o valor do adversário, vice-campeão europeu, adivinha-se hercúlea.
A jovem formação do Lodi já jogou esta época em Portugal - perdeu 7-3 na Luz - e terá pela frente uma equipa experiente, a tentar superar a presença na final do ano passado e com um precedente que, valendo o que vale, não deixa de ser de relevo: sempre que Ricardo Barreiros e Jordi Bargalló jogaram juntos (três épocas no Liceo), venceram a prova europeia que disputaram...
A Final Four
A Final Four terá lugar a 13 e 14 de Maio, perfilando-se - caso confirme o apuramento - a Oliveirense como principal candidata à organização. Mas, sendo ainda prematuro falar do palco da decisão, são já conhecidos os cruzamentos para as meias-finais. Assim, o vencedor da eliminatória entre Benfica e Liceo defrontará o mais forte entre Reus e Porto, enquanto na outra-meia final o apurado entre Barcelona e Forte dei Marmi irá defrontar Oliveirense ou Lodi.
Sábado, 1 de Abril de 2017, 12h53