O fiel da balança
Às 18h deste sábado apita-se no Dragão Caixa e em Alverca para o derradeiro acto do Campeonato Nacional da I Divisão, que decidirá o campeão nacional.
Benfica e Porto são os candidatos ao ceptro e têm compromissos bem distintos.
Os dragões recebem o Riba d'Ave, actual 11º classificado e à procura de um ponto que garanta desde logo a manutenção, sem esperar por resultados alheios. Pese a necessidade de vencer dos minhotos, é esperado que seja a necessidade dos azuis-e-brancos a falar mais alto: o Porto tem de vencer e esperar que o Benfica não vença em Alverca, bastando um empate aos pupilos de Cabestany se, à mesma hora, os encarnados terminarem derrotados.
Apesar da importância do jogo do Dragão Caixa, os focos estarão apontados a Alverca, onde se joga o Dérbi Capital mais importante dos campeonatos nacionais das últimas temporadas.
Para o Sporting, é um ponto de honra. Apontados à vitória em qualquer jogo - como Paulo Freitas frisou no final do jogo em Oliveira de Azeméis -, será sempre com um certo prazer que os leões "roubarão" o título ao eterno rival, evitando a festa naquela que deixará em breve de ser a sua casa. Já para o Benfica, e sendo mais provável a vitória do Porto no Dragão, é fundamental vencer para garantir os três pontos que valem só por si o tricampeonato.
Fortaleza
Nesta temporada de 2016/17, em 12 jogos em casa (11 realizados em Alverca e um no Livramento), o Sporting regista nove vitórias, dois empates e uma derrota.
Mas, de facto, em pista, o Sporting ainda não perdeu em casa. A derrota que entra nas contas foi na secretaria, depois de, em rinque, os leões - então orientados por Guillem Perez - terem vencido o Paço de Arcos por 6-4. Os empates foram frente ao Porto (3-3) e frente ao Óquei de Barcelos (6-6), tendo os leões já vencido em sua casa a também candidata Oliveirense (3-1).
Campeonato dos candidatos
Esta é aquela fase do campeonato em que os quatro primeiros do último campeonato se defrontam, num mini-torneio muito próprio.
Neste particular, entre Benfica, Porto, Oliveirense e Sporting, os leões mostram que não foi aqui que claudicaram na luta pelo título. Somaram sete pontos (podendo ainda chegar aos 10), contra 11 do Porto, nove do Benfica e "apenas" quatro da Oliveirense. E, até ao momento, foram os únicos a lograr uma vitória fora, em Oliveira de Azeméis (6-7), algo que só também o Benfica poderá conseguir... se vencer o Sporting. Por outro lado, os encarnados - que venceram sempre na Luz - perderam nas deslocações já realizadas, a Oliveira de Azeméis (4-2) e ao Dragão (9-7).
Sporting e Benfica já se encontraram esta época em duas ocasiões. Primeiro nas meias finais da oficiosa Elite Cup, com os leões a passarem à final (conquistariam mesmo a prova) com uma vitória por 6-7, e depois no final da primeira volta do Nacional, com uma vitória encarnada por 5-4 num jogo marcado por uma excelente exibição leonina, reconhecida inclusivamente por Pedro Nunes, que foi traída primeiro por um erro de julgamento da arbitragem que valeu um azul a Ângelo Girão e depois por um erro do banco que, numa entrada precipitada de João Pinto após uma exclusão, acabou por ver o capitão e o treinador do Sporting expulsos.
Jogos entre os assumidos candidatos têm - em 11 partidas - uma média de 9.8 golos por jogo.
Pecados
O Sporting apostou muito para esta temporada e arrancou da melhor maneira, com cinco vitórias consecutivas. No entanto, a quinta dessas vitórias passou a derrota em secretaria, seguindo-se a derrota, em pista, em Barcelos, onde também nem Porto (perdeu), nem Benfica (empatou) passariam. Seguiram-se mais sete jogos até final da primeira volta, com cinco vitórias (uma delas com a Oliveirense), um empate em condições estóicas frente ao Porto e uma derrota frente ao Benfica, na Luz. Na regularidade dos adversários, o Sporting virava o campeonato em quarto muito por culpa de um erro de bastidores frente ao Paço de Arcos.
A segunda volta arrancou com uma derrota em Valença, a grande mancha desportiva no percurso dos leões no campeonato. Seguir-se-iam quatro vitórias e o outro resultado a destoar, que afastava cedo - mas irremediavelmente do ponto de vista desportivo - o Sporting do topo da classificação. Na recepção ao Barcelos, já com Paulo Freitas no banco leonino, o jogo parecia ganho mas terminou com um empate a seis, com o técnico a tecer duras críticas aos seus jogadores.
Desde aí, seis jogos, apenas uma derrota "aceitável" (mas com queixas de uma bola que terá entrado e daria o empate) no Dragão Caixa, e cinco vitórias, incluindo uma que impediu a Oliveirense de se isolar no topo da classificação. No final desse jogo, Paulo Freitas frisou a responsabilidade da sua equipa jogar sempre para vencer, independentemente das contas de terceiros. Algo que se volta a aplicar nesta partida com o Benfica.
Futuro
O Sporting deverá terminar com o terceiro melhor ataque e a terceira melhor defesa, mas pontualmente já é certo que acabará em quarto. Ainda que aquém de expectativas mais optimistas, o quarto lugar valerá a segunda presença consecutiva na Liga Europeia e, ainda que não declaradamente, já se pensa na próxima época.
Em 2017/18, o Sporting volta a ter casa própria: o Pavilhão João Rocha é inaugurado a 26 de Junho.
Depois de meia revolução no último defeso - saíram Viana, Cacau, Figueira e Losna e entraram Miras, Font, Caio e Gil - o Sporting aponta a outra meia renovação.
Não sendo ainda oficial qualquer movimentação, é certa a chegada de Vítor Hugo (Porto), Toni Perez (Liceo) e Henrique Magalhães (que retorna de empréstimo ao Liceo). De saída estarão, segundo os orgãos de comunicação social, Estebán Abalos ("Tuco"), que regressará à sua Argentina natal, Poka, André Centeno e Sergi Miras.
Faltando ainda um jogador no "deve e haver" destas entradas e saídas, o Sporting ainda agitará o "mercado".
Sábado, 17 de Junho de 2017, 2h18