Os treinadores, os capitães e um Jorge que não é gago
A vitória do Porto na final da Taça de Portugal não mereceu contestação e tal reflectiu-se numa conferência de imprensa final em que voltaram a não faltar questões sobre a ausência do Benfica.
Pelo Tomar, o treinador Nuno Domingues e o capitão Ivo Silva estavam tristes pela derrota, mas orgulhosos do caminho percorrido, que culminou numa histórica primeira presença numa final da Taça de Portugal. Isto, apesar de "não saber se ainda vai descer mais algum lugar na classificação", ressalvou o técnico em alusão às decisões disciplinares que já fizeram descer os nabantinos de oitavo para 10º. O capitão fez questão de sublinhar que este Tomar é a segunda equipa mais jovem da I Divisão, frisando que "há alguns que já são carecas, mas que são jovens". Nesta final, "faltou sorte".
Do lado azul-e-branco, Guillem Cabestany venceu a sua quinta Taça consecutiva - duas pelo Vendrell, uma pelo Breganze e duas pelo Porto - significando esta última um triplete. Mas, para o técnico, a época não foi perfeita, havendo sempre espaço para se fazer melhor.
Em tónica de afirmação da equipa, Hélder Nunes cumpriu a sua primeira temporada de braçadeira de capitão e levantou Supertaça, Campeonato Nacional (ainda que o troféu ainda não tenha sido entregue) e Taça de Portugal, revelando-se naturalmente satisfeito. A ausência do Benfica nas "meias" não ficou à margem e o capitão dos dragões revelou mesmo que em conversa com um colega do Benfica lhe terá sido confidenciado que a posição das águias foi imposta pelo clube.
Mais incisivo foi Jorge Silva. O jogador que, como o próprio frisou, "não é de redes sociais nem tem de ser politicamente correcto", criticou veementemente a posição do Benfica, bem como o castigo de três jogos que lhe foi imposto depois da expulsão em Oliveira de Azeméis. O atacante - em pista, mas também nas palavras - pediu para não se misturar futebol com a "modalidade mais bonita que há em Portugal", relembrando ainda a posição complicada em que estarão os atletas do Benfica que daqui a um mês poderão vir a representar a selecção nacional. "E quem fala assim não é gago", fechou Hélder Nunes.
Terça-feira, 27 de Junho de 2017, 8h30