Agora sim, há alteração numa norma
Foi muito o alarido em torno do comunicado 21 de 2017 do Comité Europeu de Hóquei em Patins (CERS-RH), datado de 5 de Novembro. Mas, nesse comunicado, ao contrário do que foi interpretado, não era alterada qualquer norma. Apenas eram lembradas as normas em vigor, estivessem estas "certas" ou "erradas".
O famigerado comunicado 21 serviu, no entanto, para lançar a discussão sobre a actualidade das normas, em particular no que à segurança dos capacetes de guarda-redes diz respeito. E a discussão levou a uma reunião urgente com a Comissão Técnica daquele organismo europeu.
Da reunião na passada quarta-feira da Comissão - que o seleccionador nacional Luís Sénica integra com Quim Paüls e Catia Ferretti - saiu um parecer que, acatado pelo CERS-RH, leva ao consentimento da utilização de máscaras típicas do Hóquei no Gelo, semelhantes à utilizada por Carles Grau (Porto).
Estas serão mais seguras ao impacto da bola e passam a ser aceites - apesar de contrariarem a norma relativa às partes metálicas expostas - e até recomendadas em termos de segurança, dados exemplos recentes de quebra de viseiras plásticas.
Stick foi "mau exemplo"
Já o caso do stick apresentado como exemplo de irregularidade é diferente.
A Azemad reagiu em "press release" a rebater a alegação de irregularidade - que, dadas as medidas regulamentares, não se vislumbrava - do stick desenhado por Guillem Trabal e utilizado não só pelo guarda-redes catalão do Benfica, mas também - entre outros - por Pedro Henriques e Xevi Puigbi.
Apesar de um tamanho de pá mais curto do que o tido como convencional, a Comissão Técnica clarifica que este se encaixa nas "duas possibilidades de utilização de sticks por parte dos Guarda-Redes" (a utilização de um stick de jogador de pista ou de um modelo próprio de guarda-redes) e solicitou que o mesmo fosse tido como válido, sugestão que seria aceite.
Fiscalização aos peitilhos (e não só nas competições europeias)
Permeável nas normas dos capacetes e dos sticks, o CERS-RH não recuou na questão dos peitilhos "sobredimensionados", em que o equipamento de Ângelo Girão (Sporting) é dado como exemplo, reforçando mesmo a necessidade de fiscalização.
A mandatação dos árbitros para a inspecção dos peitilhos, apesar de não ser efectuada, não é uma novidade. Para as competições europeias, a recomendação só reforça o Manual de Actuação dos Árbitros emitido pelo organismo europeu, onde se lê que estes devem garantir a regularidade dos equipamentos no início de cada uma das partes de jogo.
Agora, no final de uma semana agitada, também a Federação de Patinagem de Portugal anuncia em Comunicado que terão sido dadas indicações aos árbitros para que, nas provas intra-muros, estes "fiscalizem" a adequação dos peitilhos.
Até agora, tal "fiscalização" - que incidirá em particular sobre a moldagem ao corpo do guarda-redes - só seria feita com o protesto da equipa adversária, mas, por muito que se vá falando nos bastidores, não há registo (com ecos públicos) de qualquer protesto nesse sentido.
A caminho da homologação
Esta preocupação do CERS-RH com os equipamentos visa regulamentar um sector de normas pouco rígidas e que muitas vezes não são respeitadas. O caminho será certamente o da homologação dos equipamentos junto dos fabricantes, adequados aos materiais e conhecimentos mais recentes, reforçando a Comissão Técnica a necessidade de um processo de "amplo estudo" nesse sentido.
Sexta-feira, 10 de Novembro de 2017, 22h28