Benfica conquista Taça Intercontinental
O Benfica venceu a primeira edição da renovada Taça Intercontinental ao bater o Reus, na partida decisiva, por 5-3.
Era a final por muitos esperada.
O Reus, vigente vencedor da Liga Europeia, que já vencera uma Intercontinental perante o seu público (em 2010), defrontava o Benfica, vencedor da Liga Europeia em 2016 e, nesta edição de transição de modelo, a participar por convite por não ter podido disputar o ano passado a prova (não se realizou).
Uma meia-final intensa, só decidida no prolongamento, deixou marcas num Reus que só utiliza dois jogadores do banco. E a equipa, com quatro jogadores experientes - Bancells, Casanovas, Marin e Torra - soube adaptar-se, dando a iniciativa ao Benfica e procurando espreitar as transições rápidas, com que, uma semana antes, o Barcelona destroçara os encarnados.
Mas o Benfica que se apresentou na final da Intercontinental foi um Benfica com mais cautelas, não deixando o guarda-redes Pedro Henriques à mercê do talento atacante do adversário.
Foi o Reus que deu o primeiro sinal de perigo, com um remate de Marc Torra ao ferro. Responde Adroher de pronto, sem golo - com uma perdida a roçar o escândalo de baliza aberta - mas a mostrar de onde poderia vir o perigo.
As águias controlaram os primeiros quinze minutos de jogo, sem no entanto conseguirem bater Candid Ballart, protagonista de uma excelente exibição. As 12 minutos, Nicolía teve oportunidade de marcar de grande penalidade, mas atirou ao ferro. Pouco depois, o Reus ficou a pedir falta, e Valter Neves surgiu isolado, mas Ballart negou-lhe o golo.
As primeiras substituições nos encarnados fizeram-nos perder o ascendente que tinham. Diogo Rafael, de cabeça ligada, não conseguia impor a intensidade que impõe habitualmente e, aos poucos, o Reus passou a ter mais tempo de posse de bola e compassou ainda mais o jogo depois de se adiantar a sete minutos do intervalo, quando o especialista Albert Casanovas bateu de grande penalidade o seu ex-colega Pedro Henriques.
O intervalo chegaria com o Reus em vantagem, muito por culpa de Ballart que, perto do apito para o descanso, negou duas vezes o golo a Miguel Rocha, mostrando ser sucessor à altura do guarda-redes internacional português que agora teve como adversário.
Foi de grande penalidade que surgiu o golo na primeira metade de jogo e seria de grande penalidade que se começaria a marcar numa segunda metade que teve mais golos.
De castigo máximo, Jordi Adroher restabeleceu a igualdade aos três minutos e meio e Casanovas voltou a repôr a vantagem "reusence", aos sete. Nesse mesmo minuto, o Benfica chegou à 10ª falta e Raul Marin partiu para o duelo de livre directo com Pedro Henriques. Ganhou o português, motivando a reviravolta. Em menos de três minutos, Jordi Adroher apontou mais dois golos e virou o resultado, colocando pela primeira vez os encarnados na frente do marcador.
Perante o desnorte do adversário, o Benfica esteve mesmo perto do quarto, mas - completamente isolados - Adroher e Nicolía não conseguiram ludibriar Ballart. Perdida a soberana oportunidade, Raul Marin tirou da cartola um remate em jeito em que Pedro não viu a bola partir, e, com uma igualdade a três no marcador, deixava tudo para decidir nos derradeiros 12 minutos.
O jogo ficara mais aberto, com mais oportunidades, mas sempre com as equipas a terem as devidas cautelas defensivas. E, quando os atacantes conseguiam uma nesga para tentar alvejar a baliza, estavam lá dois guarda-redes a negar o golo.
Para além do tento, o Benfica procurava ainda provocar a 10ª falta, negada diversas vezes pela equipa de arbitragem formada por Franco Ferrari e Xavier Bleuzen. Pese os protestos a pedir a tal falta que valia o livre directo, os encarnados não perderam o foco. E a dois minutos do fim, chegaram ao golo.
O pouco suspeito Valter Neves teve espaço e não enjeitou a oportunidade, marcando de meia distância o golo que colocava uma mão do capitão das águias no troféu intercontinental. Na reposição, o Reus respondeu com tudo. Literalmente, apostando em cinco jogadores de pista. Todavia, a estratégia cairia com a 10ª falta cometida, que levou Adroher para a marca de livre directo.
O catalão, campeão do Mundo, não falhou, assinou o seu quarto golo na partida com o 5-3 final e entregou definitivamente o troféu ao Benfica, o segundo da sua história. Pedro Nunes, Pedro Henriques e Jordi Garcia analisaram a partida em conferência de imprensa.
Adroher talhado para as decisões
Há Baltazar, Belchior e Gaspar... e depois há Jordi Adroher. O "Mago" - epíteto que ganhou ainda jovem na Catalunha - foi um Rei em altura de quadra natalícia, apontando quatro dos cinco tentos encarnados com que o Benfica venceu a final da Taça Intercontinental frente ao Reus, equipa que o internacional espanhol representou entre 2011 e 2014. Caso fosse atribuído um prémio de MVP ("jogador mais valioso") da final, certamente não escaparia a Adroher, tal como não escapou na final da Elite Cup.
Palmarés
Esta conquista é a segunda na Taça Intercontinental para o Benfica e para o treinador Pedro Nunes, que já liderara os encarnados na conquista de 2013.
Entre os jogadores que levantaram o troféu, este foi o terceiro triunfo para Guillem Trabal, único do grupo que já vencera por outra equipa (Reus, em 2010), a segunda para Pedro Henriques, Valter Neves, Diogo Rafael, João Rodrigues e Miguel Rocha - todos presentes na vitória do Benfica em Torres Novas em 2013 - e a primeira para Miguel Vieira, Tiago Rafael, Jordi Adroher e Carlos Nicolía.
Sábado, 16 de Dezembro de 2017, 19h05