A eficácia a marcar a diferença

A eficácia a marcar a diferença

O Benfica venceu este sábado o Porto por 6-2 no Clássico que fechou 2017.

Numa jornada que praticamente coincidiu com a passagem de ano, a Luz encheu para assistir a mais um embate entre as duas equipas mais tituladas do Hóquei em Patins nacional.

Com um início com algumas cautelas, o Benfica, perante o seu público, foi o primeiro a tomar a iniciativa, mas o Porto cresceu rapidamente, passando a impor o seu jogo.

Seria contra a corrente da partida, que os encarnados chegariam ao golo. Valter sofreu falta entre Hélder Nunes e Gonçalo Alves e um azul (mostrado a um inocente Ton Baliu...) levou Jordi Adroher para a marca de livre directo. O catalão do Benfica não perdoou perante o compatriota Carles Grau e inaugurou o marcador.

Ton Baliu viu o azul num equivoco (seria para Hélder Nunes), e Adroher inaugurou o marcador
Ton Baliu viu o azul num equivoco (seria para Hélder Nunes), e Adroher inaugurou o marcador

Os dragões continuaram por cima, mas - novamente de bola parada - podiam ter sofrido novo revés, não fosse Jordi Adroher não conseguir marcar de grande penalidade a sete minutos do intervalo. Pouco depois, Adroher veria azul, oferecendo uma soberana oportunidade ao rival, mas Hélder Nunes não conseguiu bater Pedro Henriques de livre directo, ilustrando uma tarde completamente desastrosa dos azuis-e-brancos nas bolas paradas. Seriam quatro oportunidades de livre directo e uma de grande penalidade, sem que Pedro Henriques fosse buscar a bola ao fundo das suas redes.

Quase sempre o mais perigoso dos dragões, Gonçalo Alves restabeleceu a igualdade
Quase sempre o mais perigoso dos dragões, Gonçalo Alves restabeleceu a igualdade

Nesta recta final de primeira parte, a equipa de Cabestany não só não marcou de bola parada como desperdiçaria o tempo de powerplay, tardando em capitalizar o seu ascendente. Mas tal ainda seria conseguido... Antes das equipas recolherem aos balneários, Gonçalo Alves restabeleceu a igualdade de meia distância e Rafa, numa jogada de insistência virou o resultado.

A vantagem do Porto, conseguida praticamente sobre o intervalo, apenas pecava por ser magra. Os dragões trocavam bem a bola e não permitiam reais oportunidades ao adversário, mas também não concretizavam as suas.

Vermelho a Jorge Silva marcou reatamento, mas o Benfica não aproveitou nem o livre directo, nem o powerplay de quatro minutos
Vermelho a Jorge Silva marcou reatamento, mas o Benfica não aproveitou nem o livre directo, nem o powerplay de quatro minutos

Numa partida de 30 faltas, a etapa complementar começou com a 10ª do Benfica. Com minuto e meio jogado, o capitão Hélder Nunes voltou a não bater Pedro Henriques e, na resposta, Carlos Nicolía restabeleceu a igualdade.

Num reinicio fatídico para os dragões, o Benfica teve oportunidade de voltar para a liderança do marcador. Pouco depois do tento da igualdade a dois, Jorge Silva viu o vermelho por, em queda, atingir Nicolía, mas nem Adroher - de livre directo - nem os encarnados em superioridade numérica durante quatro minutos lograram marcar.

Muito jovens, Miguel Vieira e Alvarinho, campeões do Mundo de Sub-20 em 2016, são rostos de futuro de um Clássico intemporal
Muito jovens, Miguel Vieira e Alvarinho, campeões do Mundo de Sub-20 em 2016, são rostos de futuro de um Clássico intemporal

As águias não acusaram a oportunidade desperdiçada e, melhores do que na primeira parte, mais rápidas, com mais intensidade em rinque, chegariam à vantagem, suportada na diferença de eficácia nas bolas paradas. Aos nove minutos, na 10ª falta azul-e-branca, Nicolía não bateu logo Grau, mas assinou o 3-2 na recarga. No mesmo minuto, Alvarinho não conseguiu bater Pedro Henriques.

Em semana em que a sua hipotética ida para o Barcelona fez correr tinta, João Rodrigues decidiu a questão do vencedor com uma grande penalidade e um livre directo
Em semana em que a sua hipotética ida para o Barcelona fez correr tinta, João Rodrigues decidiu a questão do vencedor com uma grande penalidade e um livre directo

Persistente, o Porto não baixava os braços, faltando-lhe eficácia para fazer mexer o marcador. E o 44º minuto de jogo seria paradigmático... No espaço de 15 segundos, João Rodrigues fez o 4-2 de grande penalidade, Gonçalo Alves não marcou de livre directo depois de azul a Adroher e, com o avançado do Porto a ver também o azul no seguimento do livre directo falhado, João Rodrigues fez o 5-2, agora de livre directo.

Já faltava discernimento aos azuis-e-brancos que, apesar de novo azul - a Hélder Nunes -, procuraram reduzir a desvantagem, que pode ser decisiva numa eventual necessidade de desempate na tabela classificativa. Não marcaram e ainda viram Nicolía ampliar para 6-2, já bem perto do apito final.

Pedro Henriques foi figura maior, ao sair vencedor dos cinco duelos de bola parada que enfrentou
Pedro Henriques foi figura maior, ao sair vencedor dos cinco duelos de bola parada que enfrentou

O resultado final tem números justificados pela diferença de eficácia nas bolas paradas, mas a forma como essas oportunidades surgiram mereceu reparo de Guillem Cabestany. Recusando-se a apontar o dedo aos árbitros, o treinador catalão do Porto criticou o regulamento e como este é aproveitado em simulações permanentes, que não são devidamente punidas. Pedro Nunes reconheceu um excelente jogo do adversário - a não merecer números tão pesados -, enaltecendo a reacção da sua equipa na segunda parte e sublinhando a capacidade de a superação perante as adversidades que, segundo o técnico encarnado, a caracteriza.

Com esta vitória, o Benfica mantém-se em segundo lugar, a dois pontos do Sporting, que venceu em Paço de Arcos por 0-3. Na próxima jornada, em dia de Reis, os dois primeiros do campeonato irão protagonizar o primeiro dérbi no pavilhão João Rocha.

O Porto está agora a seis pontos do topo da classificação e na próxima ronda, primeira de 2018, joga em Oliveira de Azeméis. O jogo está agendado para domingo, dia 7.

AMGRoller Compozito

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