Pau que vale ouro
A IV Gala da Patinagem da Federação Espanhola de Patinagem, de passada sexta-feira, serviu de palco à entrega dos prémios MVP - "Jogador Mais Valioso" - da OK Liga e OK Liga Feminina, relativos à pretérita temporada. Numa votação levada a cabo entre capitães e treinadores - que tinham de atribuir três, dois e um pontos aos melhores jogadores do seu campeonato, sem poderem votar nos da sua equipa -, Laia Vives e Pau Bargalló foram os vencedores.
Um ano de sonho
Quando a 11 de Janeiro de 2017, Pau Bargalló soprou as velas do seu 23º aniversário, não terá desejado muito mais do que conseguiu. Se, para muitos, Bargalló ainda é Jordi, jogador da Oliveirense, 2017 foi decididamente o ano do irmão mais novo, "Paueti".
Natural de Sant Sadurní d'Anoia, Pau começou a patinar aos três anos no Noia, tal como anos antes Jordi Bargalló, Pedro Gil ou Marc Gual. Todo o seu percurso formativo culminou em 2014, ano em que - com apenas 20 anos - foi titular na final da Taça CERS que o Noia conquistou frente ao Breganze. Foi uma despedida perfeita, antes de se juntar ao irmão no Liceo.
Do "irmão de Jordi" a Pau foi um ápice, conquistando o seu espaço não só nos "verdes", como na selecção espanhola. Em 2016 esteve no Campeonato da Europa e, pese a decepcionante participação espanhola, agarrou o lugar. Nesse mesmo defeso, mudou-se, de regresso à Catalunha, para o Barcelona.
Na sua primeira época ao serviço dos blaugrana, falhou a final da Supercopa - conquistada pelo Liceo - mas isso foi ainda em 2016. Virado o ano civil, conquistou a Copa del Rey, sendo eleito MVP da prova. E conquistaria a OK Liga, também como MVP. Finda a época, Alejandro Dominguez confiou-lhe a braçadeira de capitão daquela que fora uma Armada Invencível, mas que em Nanjing partia como "underdog". E, a 9 de Setembro, Pau, 23 anos, levantou o troféu de campeão do Mundo. E logo após o regresso da China, já na nova temporada, levantou a Supercopa que lhe fugira um ano antes.
#IMAGE18269 A Espanha esteve discreta no Euro 2016, mas Pau Bargalló ganhou o lugar... e a braçadeira
Em 2018, Pau Bargalló segue como segundo melhor marcador do Barcelona na OK Liga, apenas atrás de Pablo Alvarez, tal como em 2016/17, em que terminaria com um total de 22 golos conseguidos. O principal objectivo será o da conquista europeia, quer a nível de clube (Liga Europeia), quer de selecção (Campeonato da Europa). Um pouco como Hélder Nunes, a outra grande figura do Hóquei em Patins nascida em 1994, um mês mais novo que Pau, mas que, para Itália, levará já na "bagagem" o Europeu conquistado em 2016.
MVPs
Esta foi a oitava época que a votação para MVP da OK Liga foi levada a cabo. Com um empate em 2010/11 a coroar simultaneamente Marc Gual e Guillem Trabal, Pau tornou-se o sétimo vencedor depois de Gual (duas vezes), Trabal, Marc Torra, Jordi Bargalló (duas vezes), Lucas Ordoñez e Josep Lamas.
Pau Bargalló é o mais novo de sempre a vencer ou até a aparecer entre os três mais votados, ficando desde já bem posicionado a destronar, a longo prazo, o mais citado de todas as edições... Jordi Bargalló. O irmão de Pau não "foi a concurso" em 2016/17 (representou a Oliveirense), mas conta cinco citações. Jordi venceu em 2013 e 2016, foi uma vez segundo (2012) e duas vezes terceiro (2011 e 2015).
Nesta temporada em que o vencedor foi o "outro" Bargalló, o pódio de MVP da OK Liga ficou completo com outros dois estreantes entre os três mais votados. O melhor marcador da prova, Raul Marin, ficou em terceiro, e o segundo jogador a receber mais preferências foi... Pedro Henriques.
Pedro Henriques, segundo "mais valioso"
Se a última temporada/ano correu de feição a Pau Bargalló, Pedro Henriques também não terá muitas razões de queixa... E na votação para MVP terminaria num histórico segundo lugar na votação.
O guarda-redes que representou o Reus, granjeando a conquista na Liga Europeia que "fugiu" a Pau, tornou-se o primeiro português a ser citado entre os três mais votados, juntando-se a apenas outros 15 nomes num total de 24 possíveis.
Olhando para o histórico da votação, Pedro Henriques é o terceiro estrangeiro - depois dos argentinos Pablo Alvarez e Lucas Ordoñez - a surgir. E o quarto guarda-redes, depois de Sergi Fernandez, Aitor Egurrola e... Guillem Trabal, este o único guarda-redes a vencer (em 2010/11, ex-aequo com Gual) e que agora representa, com Pedro Henriques, o Benfica.
De referir que, dos 16 que subiram ao pódio da votação MVP da OK Liga, sete - Trabal, Adroher, Coy, Torra e Pedro Henriques (Benfica) e Jordi Bargalló e Jepi Selva (Oliveirense) - jogam ou já jogaram no campeonato português.
Sexta-feira, 26 de Janeiro de 2018, 19h54