«Estamos onde queremos estar»

«Estamos onde queremos estar»

Arranca este sábado a segunda volta do Campeonato Nacional, com a Oliveirense isolada na liderança.

A equipa de Oliveira de Azeméis tinha perdido o comboio da frente logo à terceira jornada, na derrota caseira com o Benfica (1-3), somando empates às quinta (3-3 no João Rocha) e sexta jornadas (1-1 na recepção ao Porto). E, frente aos rivais de Lisboa, ficaram… lições. Com seis minutos para jogar, com as águias venciam por 1-0 e cometeram erros quase incompreensíveis e com os leões venciam por 1-3 e recuaram demasiado.

Remetendo-se cedo à defensiva, a Oliveirense deixou escapar uma vantagem de dois golos no João Rocha
Remetendo-se cedo à defensiva, a Oliveirense deixou escapar uma vantagem de dois golos no João Rocha

Mas, sem perder pontos com as ditas “outras equipas”, a Oliveirense manteve-se no encalce dos adversários directos e à espreita de escorregadelas.

Nas duas últimas jornadas, a derrota do Sporting com o Paço de Arcos permitiu à Oliveirense igualar os leões e agora o empate leonino em Barcelos, conjugado com uma vitória tangencial da equipa de Renato Garrido em Oeiras, deixam-na só no topo no virar do Campeonato.

Vitória difícil em Oeiras vale “título” de Inverno
Vitória difícil em Oeiras vale “título” de Inverno

Desde que a principal prova do Hóquei em Patins nacional tem 14 equipas a discutirem o título a duas voltas (2014/15), que a primeira metade não terminava com outro líder que não o Benfica. Nas duas primeiras temporadas, as águias, às ordens de Pedro Nunes conquistariam o bicampeonato, mas nas seguintes seriam ultrapassadas por quem estava em segundo ao “virar” da prova: Porto em 2016/17 e Sporting em 2017/18.

Com 14 equipas (desde 2014/15), o “campeão de Inverno” tinha sido sempre o Benfica.

Nestas temporadas, o mais perto que a Oliveirense esteve da liderança findas as 13 primeiras jornadas, foi em 2016/17, quando estava a três pontos do Benfica e um do Porto. E, no decorrer da segunda volta, sob o comando técnico de Tó Neves, saltou mesmo para a frente, “cheirando” o título. Mas, já nas últimas quatro jornadas, os confrontos com os adversários directos – com empate com o Porto e derrota com Sporting e Benfica – custaram um feito que seria histórico.

De 2016/17, em que o título esteve tão perto, mantém-se seis jogadores: os guarda-resdes Domingos Pinho e Xevi Puigbi e os jogadores de pista Pedro Moreira, Ricardo Barreiros, Jordi Bargalló e Pablo Cancela.

Agora, às ordens de Renato Garrido, a Oliveirense entra na segunda volta com 32 pontos, seguido de Porto com 31 e Sporting e Benfica com 30. A Oliveirense é a melhor equipa fora de portas, só com um empate em sete jogos [o Sporting também tem apenas um empate, mas em seis jogos], e, no global, tem apenas o quarto melhor ataque, com 56 golos, mas a melhor defesa, com 25 tentos consentidos a par do Porto.

Renato Garrido chegou na recta final da pretérita temporada, já para preparar a actual
Renato Garrido chegou na recta final da pretérita temporada, já para preparar a actual

Os números fazem lembrar o título leonino da pretérita temporada, com uma aposta no rigor defensivo em detrimento da “avalanche” ofensiva. De resto, há outro paralelo importante com a conquista do Sporting. Tal como Paulo Freitas, Renato Garrido – e o adjunto Edo Bosch - entrou na recta final da época anterior, preparando terreno para a nova – a presente – época.

Em Barcelos, onde Benfica e Sporting já deixaram pontos, a Oliveirense venceu.

Têm sido épocas de investimento sucessivo, com grandes figuras a chegarem a Oliveira de Azeméis. No último defeso, chegaram Marc Torra (Reus) e Jorge Silva (Porto), que, respectivamente com 14 e 11 golos, são os mais certeiros da equipa no Campeonato Nacional, mas também Xavi Barroso (Barcelona), que se assumiu como líder defensivo, e Emanuel Garcia, atacante da confiança de Garrido e uma aposta segura.

Marc Torra, de regresso a Portugal, é o melhor marcador da equipa
Marc Torra, de regresso a Portugal, é o melhor marcador da equipa

De resto, não há riscos nesta Oliveirense, com aposta na qualidade e na experiência. Entre cinco espanhóis, quatro portugueses e um argentino, todos são internacionais pelas suas selecções. A segunda volta começa com o “benjamim” Barroso com 26 anos e nove já trintões, com Jordi Bargalló a “liderar” com 39 primaveras cumpridas em Dezembro último, numa média etária próxima dos 34 anos.

O capitão Ricardo Barreiros – ausente em Oeiras com lesão por determinar -, campeão nacional pelo Porto, (bi)vencedor da Liga Europeia pelo Liceo, campeão europeu por Portugal, é uma das referências da equipa, voz da experiência que advoga como necessária à conquista de títulos numa prova muito igual. E aponta os jogos com os outros candidatos como cruciais, e em que a Oliveirense não pode voltar a falhar.

Este sábado, a partir das 21h30, a Oliveirense inicia a segunda volta em Viana do Castelo – onde a equipa local ainda tem muito do cunho de Garrido, que ali chegou no defeso de 2016 - em mais um teste sério à sua condição de candidato ao título.

AMGRoller Compozito

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