A actualidade derrotou o peso da História
O Benfica venceu esta sexta-feira o CACO por 2-13, num jogo que foi reflexo do momento e das capacidades – bem distintas – das duas equipas.
A partida começou com pouca gente nas bancadas, mas os adeptos foram chegando para deixar o Pavilhão Carlos Bernardino bem composto. Quando muitos chegaram, o Benfica, que tem um dos orçamentos mais altos do Hóquei em Patins mundial e que vai lutar pela conquista da Liga Europeia, já vencia o agora modesto CACO, conformado a disputar a III Divisão na próxima temporada…
O triunfo encarnado começou a ser construído aos três minutos por um jogador com um dia muito especial. Miguel Vieira foi chamado à selecção para substituir Diogo Rafael em Montreux, foi titular e assinou o primeiro do jogo, a desbloquear cedo a defensiva contrária. Minuto e meio volvido, Casanovas não conseguiu bater João Robalo de grande penalidade, mas mais minuto e meio depois, Lucas Ordoñez, solto na zona frontal, rematava forte para o segundo.
Nuno Henriques parou o jogo e conseguiu de alguma forma conter o ímpeto inicial dos encarnados. Já com André Lopes em pista, Alejandro fez entrar Adroher e Nicolia – que chegou a estar em dúvida, por condicionamento físico – e, quase de imediato, Casanovas fez o terceiro.
Num jogo de muitas bolas paradas – nove livres directos e três grandes penalidades – o CACO teve a sua primeira oportunidade aos 11 minutos, mas André Lopes, que há 13 anos se sagrava campeão distrital de Infantis B (hoje Escolares) pelo Benfica, não conseguiu bater Pedro Henriques. Um “filme” que se repetiria um minuto volvido, desta feita com o atacante do clube do Bairro a ficar bem perto do golo…
Apesar da superioridade numérica depois de azul a Casanovas (o primeiro de seis azuis do jogo, três para cada equipa), o CACO não conseguiria contrariar a superioridade técnica dos visitantes. Em jogada individual, Ordoñez faria o segundo da sua conta pessoal – marcaria três – antes de entrar Miguel Rocha, determinado a aproveitar todos os minutos em pista.
O atacante que está de saída do Benfica marcou logo no primeiro remate, elevando para 0-5, e não se coibiu de usar a sua temível meia distância para pôr à prova João Robalo, que esteve em excelente plano apesar dos tentos sofridos.
O quinto golo encarnado descansou os homens de Alejandro Dominguez e libertou de uma visível ansiedade os de Nuno Henriques. Os jogadores do CACO ganhavam mais duelos, eram mais confiantes a sair com bola e equilibraram um jogo que estava a ser de sentido único. Nos derradeiros 10 minutos da primeira parte, o CACO só consentiria mais um golo, por Adroher, chegando ao intervalo a perder por 0-6.
A eliminatória estava decidida e a segunda parte arrastou-se pelas sucessivas bolas paradas. Ainda assim, com muitos golos, o público não deixou de seguir atento o regresso dos jogos grandes a Campo de Ourique.
Logo a abrir a segunda parte, Miguel Rocha fez o 0-7, pouco antes de ver um azul que levaria àquele que terá sido o momento da noite. Aos três minutos, Hugo Nascimento, capitão do CACO e campeão nacional de Sub-17 pelo Benfica em 2006 com Pedro Henriques e Diogo Rafael (que nesta partida não foi usado), foi para a marca de livre directo e transformou em habilidade, batendo Marco Barros, chamado para a baliza à segunda parte.
Um pouco mais tarde, Hugo faria também o segundo para o CACO, de grande penalidade, mas sem beliscar o triunfo encarnado. Todos os jogadores da equipa de Campo de Ourique jogariam, incluindo o guarda-redes Ricardo Ribeiro, um dos jogadores ligados no passado à formação das águias. Tal como Hugo Nascimento, André Lopes ou André e Rodrigo Raposo.
Miguel Rocha chegaria aos quatro golos e Miguel Vieira e Ordoñez selariam hat-tricks numa vitória tranquila antes da pausa para a Taça das Nações.
Para Montreux viajam Miguel Vieira, Carlos Nicolia e Lucas Ordoñez. Duas semanas após o regresso, a 4 de Maio, o Benfica recebe a Juventude de Viana para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Este sábado, os oitavos-de-final fecham com o dérbi minhoto entre Óquei de Barcelos e o Riba d’Ave, com o vencedor a receber o Paço de Arcos nos “quartos”.
Reacções
No final do jogo, a análise ficou a cargo dos treinadores, de Hugo Nascimento e de Miguel Vieira.
Sábado, 13 de Abril de 2019, 9h57