Aragonès é para já
O namoro entre Benfica e Aragonès dará já em casamento, no culminar de um romance curto, mas atribulado, de avanços e recuos.
Apesar de ter assinado compromisso com o Noia em 2019 por duas temporadas, Aragonès seria cedo tentado esta época pelo campeonato português. Foi a Oliveirense que estabeleceu os primeiros contactos.
No entanto, em Janeiro, quando Aragonès já estaria praticamente comprometido com o emblema de Oliveira de Azeméis, o Benfica de Alejandro Dominguez intrometeu-se. E a vinda do catalão para Portugal continuou na ordem do dia, mas então com a Luz como destino. Mas, como em tantas outras coisas, a quarentena intrometeu-se.
Na Luz, fizeram-se contas. Aragonès estava já adiado para (pelo menos) o defeso de 2021, mas, apenas com a saída de Albert Casanovas como certa, as iminentes chegadas de Xavier Cardoso e Danilo Rampulla complicavam um plantel de 11 jogadores. Na corda bamba, entre a continuidade e o abandono, estava Valter Neves, mas o capitão do Benfica renovou para uma 17ª temporada de águia ao peito.
O praticamente certo regresso de Xavi Cardoso encontraria, no entanto, resistência no plantel dos encarnados, e acabou por ser oficializada a sua permanência em São João da Madeira. Urgia dotar o plantel de outras soluções e Aragonès voltou à equação. Mas teria um custo: Adroher.
Ainda com a colocação de Jordi Adroher, com mais um ano de contrato, por resolver, as águias e o técnico argentino pretendem assim atacar a nova temporada com Carlos Nicolía, Danilo Rampulla (ex-Braga), Diogo Rafael, Eduard Lamas, Gonçalo Pinto, Lucas Ordoñez, Miguel Vieira, Sergi Aragonès (ex-Noia), Valter Neves e os guarda-redes Marco Barros ("Tuga") e Pedro Henriques.
O percurso de Aragonès até à Luz
Sergi Aragonès, que completa 24 anos em Dezembro, é natural de Sant Sadurni d'Anoia e começou a patinar na escola de Sant Joseph. Aos nove anos "saltou" para o Noia, emblema mais representativo da cidade e com pergaminhos na formação.
Chegaria ainda muito novo à equipa principal e, aos 17 anos, esteve na conquista da Taça CERS em Forte dei Marmi, numa vitória empolgante (3-4) frente ao Breganze. As boas prestações numa equipa orientada por Ferran Lopez (que regressa na próxima temporada ao Noia) e que contava também com os jovens Pau Bargalló e Marc Julià ou o já experiente Francesc Gil, agora vice-presidente do Comité Europeu, levaram-no para o Barcelona, onde estaria até 2016, mas sem conseguir espaço na principal equipa blaugrana.
Às ordens de Guillem Perez, ex-treinador do Sporting, esteve nos Campeonato da Europa de Sub-20 em 2014 (Valongo) e Campeonato do Mundo de Sub-20 em 2015 (Vilanova i la Geltrú), tendo por exemplo no Mundial defrontado Gonçalo Pinto e Miguel Vieira, agora seus futuros companheiros no Benfica.
Regressou a Noia em 2016 para o seu primeiro ano com idade sénior e afirmou-se definitivamente como um dos bons valores do Hóquei em Patins espanhol, merecendo chamadas à Taça Latina de 2018 e à Taça das Nações de 2019, ambas por Alejandro Dominguez.
Jogador combativo, Aragonès assinou 18 golos nas 25 jornadas realizadas da OK Liga, sendo apenas superado por Xavi Costa num Noia que era terceiro em plena afirmação como uma das quatro potências espanholas (com Barcelona, Liceo e Reus). Na Liga Europeia, com uma jornada por disputar na fase de grupos, o Noia estava a um empate (recebia o Monza) de carimbar a presença nos quartos-de-final.
Sábado, 6 de Junho de 2020, 0h23