Divisão de pontos no Dérbi custa liderança a águias e leões
Benfica e Sporting dividiram pontos no Dérbi Capital e descolaram do topo da classificação. Óquei de Barcelos e Valongo venceram pela terceira vez em outros tantos jogos e lideram, agora com mais dois pontos que os eternos rivais de Lisboa.
No dérbi dos dérbis, Alejandro Dominguez e Paulo Freitas deixaram os mais jovens a assistir da bancada. Rampulla, Alvarinho e Gonçalo Nunes assistiriam de fora a um jogo intenso, com muitas oportunidades de golo e dois guarda-redes a exibirem-se praticamente sem mácula.
O Sporting surpreendeu na sua abordagem, roubando ao Benfica o papel de “equipa mandona”. Com Ferran Font e Toni Perez no cinco e sem ficarem na expectativa, os leões pressionaram alto e procuraram ter a bola para desenharem as suas jogadas no ataque.
O Benfica, focado na defesa, procurava responder em ataques rápidos, mas um problema mecânico levou Lucas Ordoñez à “box”, afastou o criativo argentino de metade da primeira parte do jogo e reduziu as soluções dos encarnados, apesar da boa entrada de Gonçalo Pinto.
Com dois planteis ricos, quando Paulo Freitas mandou parar o jogo aos 12 minutos já todos os jogadores de pista excepto Miguel Vieira tinham entrado. Dessa paragem regressou um Sporting mais agressivo, a ganhar uma grande penalidade – a primeira de três – a sete minutos e meio do intervalo. Toni Pérez rematou por cima e Alejandro lançou a irreverência de Sergi Aragonés e Miguel Vieira, logrando soltar-se das “amarras” leoninas.
Numa primeira parte sem golos, Zé Diogo ainda contribuiu com uma defesa para o nulo encarnado. O fiel escudeiro de Ângelo Girão substituiu momentaneamente o guardião campeão do Mundo, depois deste ter de receber assistência em pista.
A etapa complementar começou praticamente com a segunda grande penalidade a favor dos leões, muito contestada pelos encarnados. Imune aos protestos, o italiano Alessandro Verona, claramente a ganhar importância no esquema de Paulo Freitas, inaugurou o marcador.
Cinco minutos depois, o mesmo Verona teria nova oportunidade da marca de castigo máximo, mas desta feita não conseguiria bater Pedro Henriques. No entanto, novo golo verde-e-branco parecia iminente perante alguma desorientação dos encarnados, com vários erros consecutivos.
Mas seria o Benfica a marcar. E de que maneira. Em mais um momento de inspiração, Lucas Ordoñez tirou Toni Perez do caminho em rotação e, sem ninguém a “dobrar” o asturiano, ludibriou com arte Ângelo Girão para o empate. O golo encarnado podia não ter chegado só, mas, no mesmo minuto, Valter Neves não conseguiria transformar em golo o livre directo a castigar a 10ª falta leonina.
De resto, a bola não tardaria a voltar a entrar numa baliza, na do Benfica, mas o remate de Platero à barra com a bola a ir depois para lá da linha de golo – perceptível em câmara lenta – não seria validado pela dupla de arbitragem. Os guarda-redes garantiram que não houvesse mais golos.
O Benfica foi mais perigoso em busca da vitória, arriscando mesmo desguarnecer a sua defensiva, mas o resultado não se alteraria, redundando na divisão de pontos.
Óquei de Barcelos e Valongo só sabem vencer
Aproveitando o empate entre os rivais de Lisboa, Óquei de Barcelos e Valongo destacaram-se.
No Parque das Goladas, o Braga tarda em carrilar e o ambicioso Barcelos não perdoou. A vencer por dois golos sem resposta ao intervalo, os barcelenses chegaram mesmo a estar a vencer por quatro (Miguel Rocha bisou), antes que Carlos Loureiro apontasse, já nos seis minutos inais, o tento de honra dos bracarenses.
No regresso a Braga para defrontar a sua ex-equipa, o técnico Rui Neto ainda viu um azul e João Guimarães (“Joca”) assinou um golo, ao passo que “Conti” mostrou segurança entre os postes.
Em Valongo, a equipa orientada por Edo Bosch venceu na recepção à Sanjoanense por 3-1. Nuno Araújo adiantou os valonguenses ainda na primeira parte, para Carlos Ramos ampliar já na segunda. Araújo bisou para o terceiro antes de Tiago Almeida reduzir para os visitantes.
Oliveirense e Porto à tangente
A tentar recuperar pontualmente das derrotas à primeira (Porto) e segunda (Oliveirense) jornada, os “outros” assumidos candidatos ao título venceram, mas pela diferença mínima.
Em casa, a Oliveirense recebeu um Riba d’Ave sem pontos, mas com a irreverência de muita juventude. Ao golo inaugural de Lucas Martinez, respondeu quase de pronto Nuno Pereira (“Miccoli”).
A equipa de Oliveira de Azeméis ainda recolheu aos balneários a vencer, com um golo de Marc Torra, mas Dinis Abreu voltou a repor a igualdade, com pouco mais de três minutos decorridos na etapa complementar. Adiantar-se-ia novamente – e definitivamente – a Oliveirense com um golo de Jorge Silva a 15 minutos do fim, com tempo ainda para muitos sobressaltos. Mas os três pontos já não escapariam.
Mais “hitchcockiano” foi o triunfo do Porto em Turquel. Muito por culpa de uma exibição monstruosa do guarda-redes Diogo Almeida. A lembrar uma certa Taça de Portugal, conquistada em 2012, então ao serviço da Oliveirense, com outra histórica exibição do herdeiro de Fernando Almeida.
Sem golos na primeira parte, o Porto só se adiantaria num livre directo de Gonçalo Alves já nos 10 minutos finais apesar do jogo de praticamente sentido único. Sem nada a perder, o Turquel foi em busca do empate, que lograria – a pouco mais de um minuto para o fim – em situação de superioridade numérica, depois de azul a Ezequiel Mena.
Era hora de voltar a defender para os alvinegros da Aldeia do Hóquei, mas Rafa, com poucos segundos para jogar, teve o esclarecimento suficiente para fazer o 1-2 que vale três suados pontos para os dragões.
Primeiras vitórias de Tomar e Juventude de Viana
A procurar fugir da zona perigosa de despromoção, Tomar e Juventude de Viana somaram – fora de portas – as primeiras vitórias para o campeonato.
Já com um ponto amealhado na prova, o Tomar deslocou-se a Almeirim para, tal como na Liguilha (então em Tomar), levar de vencida a equipa de André Luís.
Os nabantinos chegaram a uma vantagem de três golos ainda na primeira parte. Nada que Os Tigres não soubessem anular, como mostraram em Riba d’Ave… Mas, desta feita, nem o golo ainda na primeira parte de André Martins (“Keke”) serviu de tónico à reviravolta.
O Tomar soube gerir a vantagem com um Filipe Almeida particularmente inspirado, apontando quatro dos golos no triunfo por 2-6, o mais dilatado desta ronda.
Em Famalicão, Famalicense e Juventude de Viana procuravam os primeiros pontos. “Juanjo” desperdiçou dois livres directos numa primeira parte sem golos, e a mais experiente Juventude de Viana acabara por puxar dos galões. Nelson Pereira, Pedro Batista e Francisco Silva construíram uma vantagem sólida. Pedro Mendes reduziu já nos quatro minutos finais, mas seriam novamente os vianenses a celebrar, quando Batista fechou as contas, de livre directo, no derradeiro minuto.
I Divisão 2020/21 – 3ª jornada
Sábado, 10 de Outubro
• Braga 1-4 Óquei de Barcelos
• Turquel 1-2 Porto
• Famalicense 1-4 Juventude de Viana
• Benfica 1-1 Sporting
• Oliveirense 3-2 Riba d’Ave
• Os Tigres 2-6 Tomar
• Valongo 3-1 Sanjoanense
Classificação
1º Óquei de Barcelos (9 pontos), 2º Valongo (9), 3º Benfica (7), 4º Sporting (7), 5º Oliveirense (6), 6º Porto (6), 7º Tomar (4), 8º Sanjoanense (4), 9º Juventude de Viana (3), 10º Os Tigres (3), 11º Turquel (3), 12º Riba d'Ave (0), 13º Braga (0), 14º Famalicense (0)
I Divisão 2020/21 – 4ª jornada
Sábado, 17 de Outubro
• Óquei de Barcelos vs. Valongo • 21h30
• Porto vs. Braga • 14h
• Juventude de Viana vs. Turquel • 18h
• Riba d’Ave vs. Benfica • 18h30
• Tomar vs. Oliveirense • 18h
• Sanjoanense vs. Os Tigres • 16h
Domingo, 18 de Outubro
• Sporting vs. Famalicense • 18h30
Domingo, 11 de Outubro de 2020, 15h09