O estranho caso de um Benfica a zero
A vitória do Riba d'Ave sobre o Benfica na Luz é um feito para além do triunfo. No Pavilhão Fidelidade, inaugurado em 2004, só por uma vez as águias tinham ficado em branco. Tinha o guarda-redes ribadavense Miguel Rocha um ano... #PrimeiraDivisão
A vitória do Riba d'Ave sobre o Benfica na primeira volta, por 4-5, foi a primeira em 16 duelos entre ribadavenses e águias. A vitória desta quarta-feira, no complexo da Luz, é a primeira derrota dos encarnados no Pavilhão Fidelidade, inaugurado em 2004, sem marcar qualquer golo e apenas a segunda ocasião em que terminam em branco.
Inaugurado a 28 de Fevereiro de 2004, o Pavilhão Fidelidade assistiu a grandes triunfos dos encarnados no Hóquei em Patins, como a conquista da Liga Europeia em 2016. E, numa modalidade que prima pela rapidez, foram muitos os golos celebrados. Em todos os jogos. Menos em dois.
De facto, o nulo com que o Benfica terminou o jogo frente ao Riba d'Ave só acontecera uma outra vez, na muito distante época de 2004/05, há mais de 16 anos. Nesse jogo, a 27 de Novembro de 2004, o Benfica empatou sem golos com um Porto que caminhava para o tetra do histórico deca.
O guarda-redes dos dragões era Edo Bosch, agora treinador do Valongo. Valter Neves estava na sua primeira temporada de águia ao peito. Tal como Diogo Rafael e Pedro Henriques, mas estes tinham chegado, respectivamente, para os Sub-17 e Sub-15, e a sua estreia na equipa principal ainda demoraria. Miguel Rocha, guarda-redes do Riba d'Ave esta quarta-feira, completara um ano de idade há pouco mais de um mês...
Fora da Luz, uma partida sem golos para as águias também é algo raro. Depois desse nulo com o Porto, só há registo de dois outros nulos para o Campeonato, ambos fora de portas, ambos em 2005. Ainda na temporada de 2004/05, o Benfica perdeu em Fevereiro em Espinho - com Domingos Pinho na baliza - por 1-0, e, já em 2005/06, em Dezembro, empataria sem golos em Alenquer, com Nuno Canelas entre os postes. Curiosamente, Espinho e Alenquer terminariam despromovidos no final das respectivas temporadas...
A última vez que o Benfica ficou em branco, foi em Janeiro de 2018, para a Liga Europeia. No Palau Blaugrana, Sergi Fernandez fechou a sua baliza, com Lucas Ordoñez a marcar o primeiro do jogo... para o Barcelona. Os blaugrana, que contaram também com Xavi Barroso (hoje no Porto), venceriam por 2-0 o Benfica de Pedro Nunes em que estavam já Pedro Henriques, Valter Neves, Carlos Nicolia, Diogo Rafael e Miguel Vieira.
Miguel Rocha intransponível
Com 17 anos completados em Outubro último, Miguel Rocha estreou-se na equipa principal do Riba d'Ave no passado dia 7, na recepção ao Porto. Sofreu sete golos na derrota por 2-7 frente aos campeões nacionais e líderes do campeonato, ficando no currículo com um pecúlio internacional.
Numa só partida, Miguel sofreu golos em francês (dois de Carlo Di Benedetto), em catalão (Xavi Barroso), em italiano (Giulio Cocco), em castelhano da América do Sul (Ezequiel Mena) e dois em português, por Rafa e Gonçalo Alves. Mas ganhou "tarimba" para a Luz, onde, três dias depois, voltou a merecer a confiança de Raul Meca Lopes para voltar a ser o dono da baliza na ausência do lesionado Diogo Fernandes.
Admirador confesso de Pedro Henriques e Ângelo Girão, o jovem guarda-redes cumpriu toda a sua formação no Riba d'Ave ao lado do irmão gémeo Pedro Rocha, este jogador de pista.
Sexta-feira, 12 de Março de 2021, 8h23