A Final Four 100% portuguesa e 50% estrangeira
Pela primeira vez, a Final Four tem quatro equipas portuguesas, com Porto, Oliveirense, Benfica e Sporting. Mas nunca teve tantos protagonistas estrangeiros nas suas equipas, autênticas multinacionais de talento. #LigaEuropeia
É a plena afirmação do Hóquei em Patins luso. Apesar de somar 16 títulos mundiais (só a Espanha, com 17, tem mais) e um recorde de 21 europeus, o vertiginoso e apaixonante Hóquei em Patins português de clubes ficou quase sempre aquém do pragmático modelo do país vizinho. Por exemplo, na Liga Europeia, nas 47 edições realizadas até 2012, 42 títulos foram para Espanha e apenas quatro para Portugal (o italiano Follonica conquistou o que falta nas contas).
Depois o paradigma mudou um pouco. Será um facto que, nas sete edições levadas até ao fim após 2012, a Espanha continuou a ganhar mais, com quatro conquistas. Mas desde 2013 que a final tem quase (apenas com a excepção de 2015) sempre presença portuguesa, e, em três das sete finais, estiveram mesmo duas equipas portuguesas. Este ano, na afirmação total com quatro equipas lusas na Final Four, está garantida uma quarta final - e uma oitava conquista - portuguesa.
Pese o inegável valor dos jogadores portugueses, será indissociável desta afirmação o contra-peso dos jogadores estrangeiros, transformando Porto, Oliveirense, Benfica e Sporting em autênticas multinacionais de talento.
Receita de "meio-meio"
As quatro equipas que chegam à fase final da prova somam, nos seus planteis principais, 44 jogadores. Destes, 22 são portugueses. A outra metade completa-se com dez espanhóis (nove deles catalães), nove argentinos, dois italianos e um francês.
Benfica e Oliveirense, ambos com planteis de 11 jogadores, contam cinco estrangeiros cada. Porto e Sporting têm seis estrangeiros cada, sendo que os dragões têm apenas uma "minoria" de quatro portugueses e, no seu plantel alargado, os leões contam seis. Nestas "mesclas" de características, note-se que nenhuma das equipas dispensa pelo menos dois argentinos (o Benfica tem três) ou dois catalães (a Oliveirense tem três).
Curiosamente, na liderança das equipas, há valor de além-fronteiras na mesma proporção de 50%. Oliveirense (Paulo Pereira) e Sporting (Paulo Freitas) têm treinadores portugueses, mas Benfica (Alejandro Dominguez) e Porto (Guillem Cabestany) apostaram nas visões claramente distintas de um técnico argentino e um catalão, respectivamente.
Para os restantes reflectirem, à Final Four chegaram as quatro equipas com mais estrangeiros da prova. Pelo caminho, na primeira fase, ficaram o Barcelona, Liceo, Noia, Óquei de Barcelos e Reus.
O Noia não tem qualquer estrangeiro, num plantel exclusivamente catalão. O português Óquei de Barcelos contou com dois argentinos ("Conti" Acevedo e Dario Gimenez) e o Reus com dois chilenos (Felipe Castro e Diego Rojas). Já o Liceo levou ao Luso um francês (Roberto Di Benedetto) e dois argentinos (Fabrizio Ciocale e Franco Plantero), ao passo que o Barcelona se ficou também pela primeira fase com "apenas" quatro estrangeiros, os portugueses João Rodrigues e Hélder Nunes e os argentinos Pablo Alvarez e Matías Pascual.
Sábado, 15 de Maio de 2021, 8h58