Trocar o blaugrana pela águia ao peito
Anunciado esta terça-feira, Pablo Alvarez torna-se o quarto jogador a mudar-se do Barcelona para o Benfica, todos nos últimos 10 anos. Mas houve mais figuras que representaram os catalães antes de rumar à Luz. #Mercado #OkLiga #PrimeiraDivisão
A grande transferência deste defeso está confirmada. Pablo Álvarez, agora ex-Barcelona, foi anunciado como reforço do Benfica, juntando-se aos também já anunciados Pol Manrubia (ex-Noia) e Poka (ex-Porto).
"Pablito", atacante de reconhecidos méritos, chega ao Benfica com 34 anos (a dois meses de completar 35), a mesma idade com que o compatriota Carlos López também chegou do Barcelona para as águias, faz agora 10 anos. Na altura, nos blaugrana, Pablito ocupou a vaga de "Carlitos", vindo do Liceo, depois de também este ter chegado - sete temporadas antes - da Corunha para Barcelona.
Carlitos pioneiro
Em 2011, "Carlitos" foi pioneiro nas transferências da equipa principal do Barcelona - historicamente tida como a mais forte do Mundo - para o Benfica, tendo quiçá marcado o início de uma década de investimento que granjearam ao campeonato português o epíteto de melhor campeonato do Mundo.
No "all in" do Benfica no grupo às ordens de Luís Sénica, López sagrar-se-ia campeão nacional em 2012 e seria basilar na conquista da primeira Liga Europeia do clube, em 2013. Já com Pedro Nunes ao leme, sairia em 2015 com novo título de campeão e para o seu "lugar" chegou outro reforço do Barcelona, Marc Torra. Torra chegou com 30 anos, mas só estaria uma temporada na Luz. Foi, no entanto, uma temporada de glória, com a conquista do título nacional e da Liga Europeia com uma equipa que é apontada como uma das melhores de sempre das águias.
Ainda com Pedro Nunes no comando, chegou do Barcelona Lucas Ordoñez, também com 30 anos, em 2018 para substituir João Rodrigues (a viajar em sentido contrário, para a Catalunha) na missão de marcar golos. Cumpriu plenamente no seu papel na equipa, mas - com o título a fugir desde 2016 - não conseguiria mais do que uma Taça 1947, esta temporada, já com Alejandro Dominguez como treinador.
Agora, Pablo Alvarez junta-se a Nicolia e Ordoñez para um tridente ofensivo albiceste que nenhum técnico desdenharia. O "sortudo" - depois da dispensa de Alejandro - é Nuno Resende, que o Benfica tarda em anunciar.
De Panchito a Aragonés
López foi o primeiro jogador a reforçar o Benfica vindo do Barcelona, mas não foi o primeiro a representar as águias depois de vestir a camisola blaugrana. O primeiro foi um tal de Panchito Velazquez, nome mítico no Hóquei em Patins mundial e da secção encarnada. Chegou a meio da temporada 1999/2000 e, ao contrário dos demais, que terminavam contrato, o Benfica teve de pagar bom dinheiro por ele (150 mil euros, fala-se...). Panchito estava ligado ao Barcelona, mas andava "perdido" na sua Argentina, a tentar reencontrar o rumo do Hóquei em Patins.
Entre os inúmeros lampejos de génio e as recorrentes lesões, Panchito sairia em 2003, com o Benfica mergulhado numa crise financeira profunda em que chegou a ser ponderado o encerramento da agora centenária secção.
Na tentativa de se reerguer e ombrear com o dominador Porto, o Benfica olhou em 2007 para a escola catalã de guarda-redes e - muitos anos antes de Trabal - chamou Albert Balagué, do Vigo Stick, mas que chegara a representar a principal equipa blaugrana no limbo entre os juniores e os seniores. Tal como Albert Casanovas, que chegou do Reus em 2018 (saíria em 2020), ou Sergi Aragonés, ex-Noia, que chegou em 2020.
Outra preponderância no plantel blaugrana tiveram Jordi Adroher e Edu Lamas, mas sem se afirmarem definitivamente. Adroher jogou no Barcelona entre 2009 e 2011 e chegou ao Benfica em 2015, depois de representar Reus e Breganze. Saiu, com alguma estranheza, em 2020, rumo ao Liceo, de onde, um ano antes, chegara para as águias Edu Lamas.
Lamas também esteve duas temporadas nos blaugrana, entre 2015 e 2017, mas uma lesão tramou-o e comprometeu-o logo na primeira temporada. Sem se reencontrar, regressou à Corunha antes de viajar para a Luz.
Noutras ligações de "águias" ao Barcelona, fica para a história o contrato com os blaugrana de Paulo Almeida (agora treinador da equipa feminina do Benfica), mas o internacional português nunca chegaria a vestir a camisola do colosso da cidade condal. Tal como Danilo Rampulla, que em 2015 esteve num estágio na "Masia" com Facundo Bridge. Já Pol Manrubia, reforço para esta temporada, representou o Barcelona, mas apenas nos escalões jovens.
Do Barça para Portugal
Os jogadores do Barcelona sempre foram apetecíveis, mas nem sempre foram possíveis para as bolsas portuguesas. Antes do investimento da última década, o "pioneiro" a receber um jogador da forte formação blaugrana foi o Porto, quando em 1988, o português Carlos Realista, regressou depois de apenas um ano na Catalunha. Anos mais tarde, em 2010, Luís Querido - que representava os juniores, mas actuou pela equipa principal blaugrana - trocou a cidade condal pela Ilha Dourada, reforçando o Porto Santo.
Já nos últimos 10 anos, em 2015, Reinaldo Garcia saiu do Barcelona para o Porto - no que também foi um regresso -, e, volvidos três anos, Xavi Barroso, agora companheiro de "Nalo" no Dragão, rumou do Palau Blaugrana ao Pavilhão Dr. Salvador Machado, para representar a Oliveirense.
Quarta-feira, 28 de Julho de 2021, 9h34