«Se puder, treinarei de manhã à noite para regressar»

Atraiçoado pelo coração na última temporada, Ângelo Fernandes vai acompanhando o trajecto do Braga na esperança de poder regressar. Haja garantias de saúde, porque o capitão bracarense ainda tem muito para dar nas pistas.

«Se puder, treinarei de manhã à noite para regressar»

Num desejo de Natal, gostávamos de ter os grandes craques bem perto, para desfrutar da sua arte e magia fim-de-semana após fim-de-semana. E, nesse campeonato, não faltaria Ângelo Fernandes.

Uma primeira crise em Janeiro último fez soar alarmes. Com exames e cautelas, Ângelo Fernandes capitaneou o Braga a uma manutenção apenas garantida na última jornada numa temporada que acabou demasiado cedo - em Abril - para quem não logrou a qualificação para o play-off.

Os treinos na cidade dos arcebispos, já de olho na nova temporada, prolongaram-se até 1 de Julho. No derradeiro treino, Ângelo sofreu uma paragem cardio-respiratória que, sem explicações para o sucedido, levaria ao pior cenário enquanto atleta: a necessidade de "parar".

Ângelo Fernandes tem um coração maior que o normal. Em sentido figurado, isso nota-se em pista. De uma estampa física impressionante, é um jogador duro a defender, com boa técnica, uma excelente - e temível - meia distância, mas leal com os adversários e um líder para os companheiros.

Em sentido literal e médico, o seu "coração grande" não devia ser - e não é - um problema. E os exames que vai fazendo não são conclusivos. Não há explicação médica e, como tal, não há garantias que o regresso seja seguro. Há mais vida, mas é uma vida diferente. E, se houver garantias (quando houver garantias), Ângelo não demorará a calçar de novo os patins.

Representando Lavra e Porto na formação, Ângelo - agora com 32 anos feitos em Agosto - esteve quatro temporadas na Fundação Nortecoope na sua subida a sénior, antes de rumar ao Braga em 2013. Tornar-se-ia o símbolo maior dos bracarenses.

Na sua primeira temporada pelo Braga, terminou em 11º entre 16 equipas e, em ano de redução de equipas no escalão maior, desceu à II Divisão. Regressou logo volvido uma temporada e, em sobe e desce, desceria novamente em 2016, para subir em 2017. Desta feita, para ficar.

O Braga conseguiria mesmo um excelente 6º lugar antes da cancelada temporada de 2019/20. Na pretérita, a manutenção só foi garantida na derradeira jornada da fase regular, em Famalicão, num triunfo por 3-7 que segurou os bracarenses na I Divisão como 10º classificado. Ângelo Fernandes marcou dois golos nesse derradeiro jogo, o seu último oficial. Até ver.

Nesta que é a quinta temporada consecutiva na I Divisão, e pese não contar com o seu capitão, o Braga chega ao fim da primeira volta com 18 pontos somados, contando seis vitórias e sete derrotas, para um 8º lugar - com o 8º ataque mais concretizador e a 8ª defesa menos batida (em golos por jogo) - que garantia a presença na 2ª edição da Taça 1947, caso esta se realizasse.

Com o apuramento para os 16-avos-de-final da Taça de Portugal assegurado (defrontará o Alenquer depois de ter eliminado o Mealhada), o Braga regressa à competição a 8 de Janeiro, em Paço de Arcos

AMGRoller Compozito

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