Entre o risco contido e o risco tardio

O triunfo do Sporting frente ao Tomar definiu-se no 'risco'. Aos leões, com uma vantagem de dois golos, não interessava arriscar mais, e os tomarenses arriscaram demasiado tarde, observaram os treinadores.

Entre o risco contido e o risco tardio

O jogo deste domingo entre Sporting e Tomar teve o condão de colocar frente-a-frente os timoneiros que estiveram à frente da equipa principal do Sporting em cerca de sete anos e meio dos últimos oito. Nuno Lopes, da luta pela manutenção à discussão - e conquista - de títulos entre Fevereiro de 2014 e Julho de 2016, e Paulo Freitas, na afirmação definitiva no plano nacional e europeu, tendo pegado na equipa em Março de 2017, após a curta vigência de Guillem Pérez.

O triunfo do Sporting por 1-2 colocou ponto final na invencibilidade caseira do Tomar esta temporada e, após o apito final, os técnicos concordaram que a estratégia assumida, contendo o risco, foi, por um lado, determinante para a vitória e, por outro, impeditiva de ir mais além.

Vitória da humildade e da estratégia

"Um bom jogo de Hoquei entre duas boas equipas", começou por resumir Paulo Freitas. Frisando que a sua equipa, habituada às grandes decisões, não sente pressão seja contra que adversário for, o técnico leonino destacou a atitude da sua equipa. "Um vitória da humildade. Esta é uma equipa muito humilde, mas com um espírito competitivo acima da média", referiu.

Lamentando a ausência de Toni Pérez (operado ao nariz) e Zé Diogo (positivo a coronavírus), Paulo Freitas realçou também que estes três pontos foram também "uma vitória da estratégia". A vencer por 0-2, o Sporting abdicou do risco ofensivo. Para o treinador do Sporting não interessava permitir contra-ataques, nem "aquecer" o guarda-redes, o que poderia dar confiança ao adversário. "Viemos, acima de tudo, com estratégia", reforçou.

Na próxima jornada, em jogo agendado para sábado, a partir das 15h, o Sporting recebe o Porto num jogo em que está em causa a liderança nesta fase regular. Os leões estão a dois pontos dos dragões.

Faltou arriscar mais e mais cedo

Se a estratégia de Paulo Freitas vingou, a de Nuno Lopes foi traída pelos dois golos dos leões na primeira metade de jogo.

Ciente de que um Sporting em vantagem é complicado de ultrapassar pelo seu "jogo de contenção", Nuno Lopes aponta o 0-2, pouco depois da possibilidade do 1-1, como o momento do jogo, numa primeira parte em que reconhece uma equipa "receosa".

A segunda parte foi diferente. "O Sporting não chegou à nossa baliza", afirmou. "Devia ter arriscado mais cedo, mas não queríamos que o Sporting fizesse o 0-3", lamentou.

De resto, o "não arriscar" deixaria um trago amargo a Nuno Lopes. A 10ª falta do Sporting não caiu e o Tomar também chegaria à 9ª falta, o que, mais uma vez, condicionou o assumir do risco em busca do primeiro golo que deveria ter o condão de catapultar a equipa.

"O empate era o mais justo", apontou Nuno Lopes, analisando uma primeira parte para o Sporting e uma segunda que foi do Tomar. Faltou um "bocadinho" que, para o técnico tomarense, também poderia ter chegado da bancada. "O público tem de incendiar o jogo. Os jogadores precisavam... a lutar palmo a palmo com o campeão nacional, tem de haver mais calor", referiu, ainda que ressalvando que, na bancada, tinha "exactamente o mesmo comportamento" que os adeptos do Tomar.

No próximo fim-de-semana, o Tomar viaja até Itália para defrontar o Trissino para a Liga Europeia.

Para Nuno Lopes, o jogo não decide nada, mas quem vencer estará certamente com um pé nos quartos-de-final. Será um "mata-mata e não mata-morre", refere, aludindo a que nem Tomar nem Trissino ficarão fora da corrida ao apuramento em caso de derrota. Depois deste primeiro jogo da segunda volta da ase de grupos, ambas as equipas terão de defrontar Lodi e La Vendéenne.

AMGRoller Compozito

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