«É uma vez na vida»

O último teste do Tomar antes da Final Four não teve o desfecho desejado, mas deixou algumas boas indicações. Nuno Lopes, treinador, apela aos adeptos tomarenses para comparecerem num momento que já é histórico.

«É uma vez na vida»

Vive-se um momento ímpar na história do Tomar.

Nos caprichos de outros, o emblema da cidade templária, que há duas épocas estava na II Divisão, não enjeitou a oportunidade de participar - pela primeira vez - na principal competição europeia e reclamou um lugar na Final Four.

Num grupo que tinha as duas equipas mais fortes de Itália (comprovaram-no com os dois primeiros lugares na fase regular), o Tomar passaria sem derrotas, mas com a celebração adiada para a última jornada, na pista de um competitivo La Vendéenne. O percurso teve como pontos altos o primeiro empate (3-3) frente ao Trissino quando a equipa de Alessandro Bertolucci só tinha vitórias (mais de uma dezena...) na temporada e o triunfo na recepção ao Lodi (5-2) que permitiu assumir o 2º lugar com apenas uma ronda por disputar. E culmina bem perto, em Torres Novas.

Já com a cabeça nesta Final Four, o Tomar perdeu no último sábado, na derradeira jornada da fase regular do campeonato nacional, na recepção ao Óquei de Barcelos. Foi um último teste, com ilações positivas a tirar dos últimos minutos - refere Nuno Lopes -, e o Tomar acabou em 8º, pior que o 6º da pretérita temporada, mas, curiosamente, com os mesmos 39 pontos.

Nuno Lopes regressou em Janeiro de 2019 ao Tomar, quando os nabantinos estavam na I Divisão. Não evitaria a descida, mas, volvido um ano, em ano de pandemia, garantiu o regresso à categoria máxima na pretérita temporada. Chegou ao play-off e o 6º lugar, o primeiro atrás dos cinco associados da EHCA que boicotaram a Liga Europeia, valeu-lhe o convite para a prova.

O treinador tomarense prevê um embate equilibrado com o Valongo. "Temos que acreditar que temos os melhores no melhor dia", apontou Nuno Lopes, apelando à presença dos adeptos no Palácio dos Desportos, mesmo sabendo da dificuldade que a hora (um inusitado meio-dia) representa para o comércio local.

Se esta é uma estreia em decisões europeias para o Tomar, não o é para Nuno Lopes, vencedor de uma Taça CERS pelo "outro" Sporting.

Em Fevereiro de 2014, Nuno Lopes chegou - saído do Tomar - a um Sporting que era penúltimo na classificação. Cumpriu o objectivo da manutenção e terminou em 9º, o que valeria o regresso dos leões às competições europeias. E para ganhar.

Na então Taça CERS, o Sporting chegou à Final Four, em Igualada, e venceu o anfitrião nas "meias" por 2-3, com "golo de ouro" de Ricardo Figueira, e o Reus, de Alejandro Dominguez, na final, por 4-3, após desempate por grandes penalidades. João Pinto marcou pelos leões em ambos os jogos e pode ser agora adversário na final, caso Tomar e Trissino vençam as suas "meias".

No arranque da época seguinte, Nuno Lopes e o Sporting disputaram a Taça Continental. Venceram o Barcelona na primeira mão, no modesto Livramento, mas não evitaram a reviravolta na segunda, no mítico e grandioso Palau.

Voltaria a chegar ao decisivo fim-de-semana da Taça CERS, mas não foi feliz em Barcelos. Já em ebulição e com revolução para a temporada seguinte à vista, os leões caíram frente aos catalães do Vilafranca nas "meias". Quatro jogadores não voltaram a "calçar" após essa Final Four e Nuno Lopes deixaria o comando técnico no final dessa época, para assumir outras funções até regressar a Tomar.

AMGRoller Compozito

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