Três apurados e um Valongo que não quebra
Com nova vitória, Porto, Sporting e Óquei de Barcelos estão nas meias-finais. Com novo prolongamento, o Valongo venceu o Benfica e força a 'negra' na próxima quarta-feira.
Porto, Sporting e Óquei de Barcelos já estão nas meias-finais do play-off de decisão de campeão do Campeonato Nacional da I Divisão. As três equipas voltaram a vencer os seus adversários nestes "quartos" e, ficando definido o duelo entre Porto e Óquei de Barcelos, falta saber quem defronta o Sporting a partir de 29 de Maio. É que, no quarto jogo com prolongamento em oito dias (!), o Valongo venceu o Benfica por 5-2 e obriga a "negra" na Luz, na próxima quarta-feira.
Valongo 5-2 Benfica (2-2, 3-0 prol.)
O que o Valongo tem feito na última semana é já épico. Depois de um fim-de-semana com dois prolongamentos (e decisões por grandes penalidades) na Final Four da Liga Europeia. Caiu na final. Descansou dois dias e teve novo jogo com prolongamento na Luz, para o Campeonato Nacional. Caiu. Descansou mais dois dias e, obrigado a vencer, mesmo sem treinador ou adjunto (assumiu Jorge Vieira a condução), foi a novo prolongamento. E venceu.
No frente-a-frente entre finalistas vencidos da Liga Europeia e da Taça de Portugal, em busca de mais qualquer coisa esta época, o Valongo chegou ao intervalo a vencer com um tento solitário de Facundo Bridge. Na segunda parte, Diogo Rafael igualou e Carlos Nicolia consumou a reviravolta aos 11 minutos, mas, quatro minutos volvidos, Rafael Bessa igualava.
Sem mais golos, e com "apenas" sete faltas para o Valongo e cinco para o Benfica, o jogo seguiu para prolongamento. Tal como na Luz, Facundo Navarro adiantou os valonguenses, mas desta feita não houve salvação para umas águias que voltaram a ter uma exibição confrangedora no capítulo ofensivo.
Como na Luz, houve dois golos na segunda parte no prolongamento. Mas foi o Valongo (e Rafael Bessa, que marcou ambos, selando um hat-trick) que os celebrou, bem como o forçar de um terceiro jogo. Será quarta-feira, na Luz, a partir das 20h. E é provável que o bilhete valha 60 minutos de Hóquei em Patins...
Óquei de Barcelos 3-2 Oliveirense (2-2, 1-0 prol.)
Apenas ofuscado pela resiliência do Valongo no capítulo dos destaques, o Óquei de Barcelos cometeu o feito de contrariar a classificação da primeira fase ao eliminar, em dois jogos, a Oliveirense.
Bem, no capítulo meramente desportivo, não terá sido bem assim, dado que a Oliveirense beneficiara de uma decisão administrativa para somar três pontos no duelo com os barcelenses, quando, em pista, perdera 4-6. E, numa justiça à moda do Minho, polvilhada de tango argentino, é o Óquei de Barcelos que segue para as meias-finais.
Depois da derrota em Oliveira de Azeméis, a Oliveirense estava obrigada a vencer no Pavilhão José Natário, casa emprestada dos barcelenses, dado um castigo de interdição de dois jogos do Municipal de Barcelos. E até se adiantou, por Tomás Pereira, aos 16 minutos, logrando entrar na segunda parte em vantagem.
Depois, Dario Gimènez reclamou os holofotes. O fantasista argentino igualou aos três minutos e, depois do também argentino Lucas Martinez ter dado nova vantagem à Oliveirense aos 12, voltou a igualar a dois minutos do fim do tempo regulamentar. Não se ouviu, mas poderiam ter-se ouvido pedidos de "encore" para Dario, e, como nos concertos, as equipas regressaram para mais.
O prolongamento não teve golos na primeira parte, e Dario Gimènez "desafinou" quando a equipa de Paulo Pereira chegou à 10ª falta, mas, empurrada por vozes que são suas apesar da casa ser emprestada, a equipa de Rui Neto levaria a melhor. Num último acto, Dario fez o seu terceiro no jogo e carimbou o lugar nas meias-finais.
Tomar 2-3 Porto
Sem necessidade de trabalho suplementar, o Porto foi o primeiro - em virtude dos horários dos jogos - a dar o passo para as meias-finais.
Em Tomar, a equipa de Nuno Lopes voltou a entrar bem, mas os dragões de Ricardo Ares voltaram a ser eficazes.
Carlo Di Benedetto não conseguiu bater Francisco Veludo em livre directo após azul a Pedro Martins, mas redimir-se-ia na superioridade numérica. E, redimir-se-ia com juros, voltando a marcar dois minutos e meio depois. Aos 11, Gonçalo Alves serpenteou pela defensiva tomarense como faca quente em manteiga derretida e elevava para três golos sem resposta. Perspectivava-se uma goleada como a do primeiro jogo, no Dragão Arena (pesados 7-0).
No entanto, o Tomar, a jogar para se manter em prova, e com o Porto também em gestão de esforço, soube manter a calma e foi atrás do resultado. Ainda na primeira parte, Caio - no jogo que marcou a sua despedida do Hóquei em Patins - lançou longo e, apesar da intercepção, a bola ficou à mercê de Tomás Moreira que disparou fortíssimo para o fundo das redes da baliza à guarda de Xavi Maliàn.
O golo valia, pelo menos, alguma esperança aos tomarenses para os segundos 25 minutos, mesmo sem Pedro Martins, que, tocado no nariz, seguiu para Lisboa para intervenção cirúrgica.
O Porto não conseguiria voltar a marcar, com Veludo, também em jeito de despedida dos tomarenses, a "fechar a porta" na sua baliza. Mas o Tomar pecava ofensivamente, ainda que tivesse boas oportunidades, nomeadamente por Rúben Sousa, que também fez o seu último jogo pela equipa da cidade templária.
Para os últimos 10 minutos, Nuno Lopes lançou Lucas Honório e, tal como nos minutos iniciais, o jovem atacante mexeu com o jogo. A oito minutos do final, servia Guilherme Silva para o 2-3 que tornava o sonho mais próximo. Mas, nem com cinco de pista, o sonho se concretizaria, com o Porto a mostrar tranquilidade e segurança.
Braga 3-4 Sporting
No Pavilhão de Sequeira, Braga e Sporting voltaram a ter um duelo emocionante, como aquele da primeira fase do campeonato, nas goladas. Então, os bracarenses tinham logrado um empate, mas agora tinham de vencer.
Diogo Seixas adiantou a equipa de Tó Neves, mas João Almeida - com quem o Braga tem um litígio contratual - igualou ainda na primeira parte.
Como no primeiro jogo, a reentrada do Sporting foi eficaz. Ferran Font bisou em dois minutos para uma vantagem de dois golos e os leões colocavam um pé nas "meias". Mas, Vítor Hugo, campeão nacional e europeu pelos verde-e-brancos, não enjeitaria duas grandes penalidades e igualou a partida ainda com largos 11 minutos e meio para jogar.
Houve cautelas, tensão, um Sporting com nove faltas nos derradeiros oito minutos e meio, mas prevaleceria a "estaleca" de campeão. A minuto e meio do fim, Alessandro Verona recebeu ainda na sua meia pista e arrancou para rematar, de zona frontal, para o fundo das redes de Leonardo Pais.
Na zona sempre cinzenta que são os bloqueios, o Braga ainda reclamou a 10ª falta. E até atacou com cinco. Mas nada deu resultado.
Afastado, o Braga de Tó Neves termina o campeonato em 7º, bem melhor do que na pretérita temporada em que lutou pela manutenção até à última jornada.
O Sporting fica a aguardar adversário - Benfica ou Valongo - para as meias-finais à melhor de cinco. Certo para já é que o primeiro jogo será no João Rocha.
Quadro do Play-off
Quartos-de-final
À melhor de três, a 18, 21 e 25 de Maio
• QF1 • Porto 2-0 Tomar • 7-0; 3-2
• QF2 • Sporting 2-0 Braga • 5-1; 4-3
• QF3 • Benfica 1-1 Valongo • 5-4 (3-3, 2-1 prol.); 2-5 (2-2, 0-3 prol.)
• QF4 • Oliveirense 0-2 Óquei de Barcelos • 3-4; 2-3 (2-2, 0-1 prol.)
Meias-finais
À melhor de cinco, a 29 de Maio, 4, 7, 10 e 12 de Junho
• MF1 • Porto vs. Óquei de Barcelos
• MF2 • Sporting vs. Benfica ou Valongo
Final
À melhor de cinco, a 16, 19, 22, 25 e 29 de Junho
• Vencedor MF1 vs. Vencedor MF2
Domingo, 22 de Maio de 2022, 10h05