Tira-teimas pelo título de campeão

Esta quarta-feira, Porto e Benfica desempatam a final e o registo de títulos de campeão nacional conquistados. As vitórias têm sorrido à casa e os dragões têm essa vantagem, mas as águias já contrariaram o 'factor' nas 'meias'.

Tira-teimas pelo título de campeão

Há uma igualdade a 23 títulos de campeão na História da modalidade e outra igualdade a dois jogos na final da 81ª edição do Campeonato Nacional de Hóquei em Patins. Esta quarta-feira, há tira-teimas.

A partir das 20h, Porto e Benfica sobem ao palco do Dragão Arena para um derradeiro embate pelo título de campeão nacional, com arbitragem de Joaquim Pinto e Pedro Figueiredo.

Nos quatro primeiros jogos, há uma clara influência do "factor casa", vantagem conquistada para esta "negra" pela equipa de Ricardo Ares com o triunfo na fase regular de 26 jornadas. O Porto venceu as duas partidas no Dragão e o Benfica venceu as duas partidas na Luz. Para chegar ao título, o Benfica terá de conseguir o que ainda ninguém conseguiu esta época: vencer na casa dos azuis-e-brancos. O Porto "só" terá de confirmar como é imbatível perante o seu público.

Este ano, Porto e Benfica já se encontraram numa decisão. Em Abril, para a Taça de Portugal, o Porto foi categórico, vencendo por 5-1 na final. E, depois desta final de campeonato, já há novo encontro marcado, para a Supertaça, em Setembro.

Em vantagem

Independentemente da marcha do resultado esta quarta-feira, vencerá quem estiver na frente do marcador aquando do apito final. É uma constatação do óbvio, mas será curioso observar que o quarto jogo foi o único em que o vencedor não esteve mais tempo na frente do marcador.

Na partida que levou à "negra", houve um equilíbrio gritante. O Benfica esteve em vantagem 1001 segundos, o Porto 1011 e houve empate durante 988.

No cômputo geral dos 12 mil segundos jogados, o Porto esteve na frente mais de metade, em 6324 segundos, as águias lideraram em 3303 segundos e houve igualdade durante 2373. Desequilíbrio maior na primeira partida, em que os dragões marcaram com 75 segundos jogados e lideraram até final.

Golos

Sem qualquer prolongamento, esta final soma já 31 golos, 17 do Porto e 14 do Benfica, com uma curiosa igualdade a nove nas segundas partes.

Já 13 jogadores diferentes marcaram, sendo que, dos chamados a jogo, apenas o pouco utilizado Carlos Ramos não marcou pelo Porto, ao passo que Poka e Edu Lamas (decisivo na "negra" das meias-finais) ainda não marcaram pelas águias.

Xavi Barroso, Carlo Di Benedetto e Pablo Álvarez são os mais profícuos com quatro golos. Os mais certeiros entre os portugueses são Gonçalo Alves e Gonçalo Pinto, com os mesmos três tentos apontados que Carlos Nicolia. De resto, nesta final contam-se nove golos portugueses, contra 13 argentinos, cinco espanhóis e quatro franceses (todos de Di Benedetto).

Bolas paradas, faltas e cartões

Curiosamente, e contrariando um pouco uma quase "crença popular", as bolas paradas não têm sido determinantes nesta final. Foram-no, de facto, no quarto jogo, com o Benfica a fazer valer a sua eficácia para reclamar a vitória por 5-3 com três golos de bola parada.

No total, o Porto beneficiou de oito bolas paradas, mas só conseguiu bater Pedro Henriques num livre directo. Já o Benfica, com 11 bolas paradas, logrou quatro golos, três de livre directo e um de grande penalidade.

Será curioso observar que houve seis bolas paradas na primeira parte e 13 na segunda, apesar de em todos os jogos haver mais faltas na primeira parte (74) do que na segunda (31). Também em todos os jogos houve mais faltas para os dragões (60 no total) do que para o Benfica (45).

No entanto, note-se que o Benfica, que nunca chegou à 15ª falta, até conseguiu não chegar à 10ª falta no terceiro jogo... mas perderia essa partida. Já o Porto, chegou por duas vezes à 15ª e até chegou às 20 no primeiro jogo... que ganhou.

Disciplinarmente, há a reportar três azuis na primeira parte e quatro na segunda, com quatro para o Porto (todos no quarto jogo) e três para o Benfica. O único vermelho desta final foi para Nicolia, na primeira parte do quarto jogo, afastando-o da "negra".

Ausências das pampas

Nuno Resende tem tido sempre o impedimento de um dos seus argentinos e o castigo de dois jogos de suspensão a Nicolia confirmará desde logo a regra.

Para este quinto jogo está também em dúvida Lucas Ordoñez, que, por lesão, falhou os terceiro e quarto jogos, o que pode levar a uma dupla dor de cabeça para o técnico encarnado. É que Ordoñez e Nicolia são "apenas" os dois melhores marcadores das águias esta época com, respectivamente, 55 e 50 golos apontados.

Nos primeiros dois jogos não tinha havido Pablo Álvarez e a prestação do "killer" de San Juan pode ser fundamental. Regressou para quatro golos em dois jogos e, apesar de discreto, soma 32 golos no ano civil de 2022, mais um do que Lucas, menos um que Nicolia.

Benfica na terceira "negra"

O percurso do Porto até à final foi pautado por vitórias. Venceu em dois jogos frente ao Tomar e depois em três frente ao Óquei de Barcelos, pese ter sido obrigado a uma decisão por grandes penalidades no terceiro jogo.

Já o Benfica levou sempre as disputas ao limite e o jogo desta quarta-feira será a terceira "negra". Não haverá duas sem três ou à terceira será de vez?

As águias foram à "negra" com o Valongo nos quartos-de-final, e venceram na Luz por 5-1. Depois, nas meias-finais, foram à "negra" com o rival Sporting, vencendo no João Rocha por 5-7 no prolongamento, depois de uma igualdade a cinco nos regulamentares 50 minutos.

Resende tem recordado a experiência de play-off que conseguiu em Itália e esta será já a sexta "negra" que disputará. Antes das duas em Portugal, o técnico dos encarnados foi a três "negras" com o Lodi em Itália. Duas em 2016/17, nas "meias" com o Viareggio e na final com o Forte, e uma em 2017/18, quando tinha Gonçalo Pinto no seu plantel, novamente nas "meias" com o Viareggio.

A "negra" da final de 2017 poderá ser a mais inspiradora para Nuno Resende. O jogo foi na casa do Forte e chegou ao fim dos regulamentares 50 minutos empatado a um, com um golo do agora sportinguista Alessandro Verona para o Lodi. A vitória - e o título - surgiria no desempate por grandes penalidades, com Verona a voltar a marcar e o agora oliveirense Franco Platero a também contribuir para o triunfo "gialorosso".

Final

Porto 5-0 Benfica • 16.Jun • 1-0

Benfica 3-0 Porto • 19.Jun • 1-1

Porto 9-6 Benfica • 22.Jun • 2-1

Benfica 5-3 Porto • 25.Jun • 2-2

• Porto vs. Benfica • 29.Jun • 20h • Joaquim Pinto e Pedro Figueiredo

AMGRoller Compozito

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