Dragão é campeão! (e mais vezes do que qualquer outro)
O Porto é campeão nacional depois de vencer o Benfica na 'negra' por 3-2. Os dragões somam o 24º título e passam a ser, pela primeira vez na História, a equipa mais vezes campeã em Portugal.
Foto de capa: FC Porto SportsO Porto sagrou-se campeão nacional numa final discutida até à "negra", com um triunfo por 3-2.
Na decisiva partida, sem Lucas Ordoñez (lesionado), nem Carlos Nicolia (castigado), Nuno Resende chamou os juniores Zé Miranda e Tiago Sanches à ficha de jogo e Pol Manrubia ao cinco inicial. E a tentativa de contrariar o "factor casa" que vingou sempre nesta final, não começou da melhor maneira. Com pouco mais de um minuto jogado, Gonçalo Alves rematou cruzado e rasteiro para o fundo das redes da baliza à guarda de Pedro Henriques, inaugurando o marcador.
Mesmo perante uma casa repleta, o Porto esteve longe da intensidade que lhe foi característica esta época e veria Manrubia, com um bom trabalho sobre a direita, também marcar num remate cruzado, igualando aos cinco minutos. E nem assim a equipa de Ricardo Ares abdicaria de muitas cautelas.
Porto junta o título de campeão nacional à Taça de Portugal (numa dobradinha que não acontecia desde 2017) e à Taça Intercontinental. Em provas oficiais, só falhou a conquista da Elite Cup, ganha pelo Óquei de Barcelos.
No entanto, com um jogo paciente, os dragões chegariam de novo à vantagem aos 16 minutos, com Telmo Pinto a colocar no coração da área para a antecipação de Carlo Di Benedetto com o seu longo braço.
O Benfica procurava reagir e entrou bem na segunda parte, defendendo de forma segura. Nuno Resende lançara Zé Miranda ainda na primeira parte e o jovem não se intimidou, contribuindo para a coesão das águias.
Nas cautelas de parte a parte, o Porto chegava à nona falta aos nove minutos. E, três minutos depois, também o Porto ficava à beira da 10ª falta, num lance que valeria azul a Reinaldo Garcia e Pol Manrubia para estancar os "nervos" de parte a parte.
Já nos 10 minutos finais, caía a 10ª dos azuis-e-brancos, com Xavi Maliàn a segurar a vantagem perante Pablo Álvarez. Mas, a seis minutos e meio do final, o "killer" marcava mesmo, com Edu Lamas a descobri-lo solto ao segundo poste numa clamorosa falha defensiva.
Estava tudo empatado com menos de 400 segundos para o apito final - salvo eventual prolongamento - do jogo e do campeonato. No entanto, as nove faltas dos encarnados davam uma ligeira vantagem aos dragões. Pouco depois da igualdade, Gonçalo Alves foi chamado ao livre directo da 10ª falta contrária e não falhou. O goleador-mor da I Divisão ainda não transformara qualquer bola parada nesta final, mas, na mais importante, não perdoou.
Telmo Pinto é campeão nacional pela terceira vez consecutiva. Vencera em 2019 pelo Porto, em 2021 pelo Sporting e regressou para vencer novamente pelos dragões.
O Porto procurava gerir a tangencial vantagem e contaria com uma acção disciplinar para colocar as duas mãos no troféu. A três minutos do fim, Edu Lamas viu o azul por falta sobre Di Benedetto, numa decisão um pouco exacerbada para o critério adoptado ao longo do jogo e, pese Gonçalo Alves não conseguir marcar no respectivo livre directo, o "underplay" encarnada condicionou a busca da igualdade.
O Benfica ainda voltaria a ter cinco jogadores no último minuto (e cinco jogadores de pista, abdicando de guarda-redes), mas o triunfo já não escaparia ao Porto, com o troféu e as medalhas a serem entregues pelas mais duas altas patentes da modalidade: o presidente da direcção da federação Luís Sénica e o vice-presidente para o Hóquei em Patins Vítor Ferreira.
Na hora da vitória, Ricardo Ares vestiu mais uma vez a t-shirt alusiva à "luta" de Arnau Vilalta.
O "mais" campeão
Esta foi a 81ª edição do Campeonato Nacional de Hóquei em Patins e, nas 42 primeiras, não houve conquistas do Porto.
O primeiro título de campeão nacional só chegou em 1983 e, tomando-lhe o gosto, os dragões conquistaram logo cinco consecutivos, algo que só o Paço de Arcos, na distante década de 40, conseguira.
Desde essa temporada de ouro sobre azul-e-branco de 1982/82, houve 39 edições com 24 títulos do Porto, mesmo estando sete edições sem vencer entre 1991 e 1998. Nestas quatro décadas, o Porto "deixaria" um título para o Valongo, três para Óquei de Barcelos e Sporting e oito para o maior rival, o Benfica, que foi pela 11ª vez vice do Porto. Depois de ter sido campeão em 2015 e 2016, o Benfica foi 2º em 2017 e 2018 e não fora além do 4º lugar em 2019 e 2021.
Com o 24º título conquistado, o Porto passa pela primeira vez a liderar o historial da prova mais importante do calendário nacional, num ano em que apenas a Elite Cup, vencida pelo Óquei de Barcelos, lhe escapou nas provas oficiais em que participou. Vencera em Dezembro a Taça Intercontinental frente ao Sporting, a duas mãos, e a Taça de Portugal em Abril, frente ao Benfica, com um triunfo por 5-1 na final.
Depois da decisão da Taça e do Campeonato, os dois emblemas mais conquistadores do Hóquei em Patins nacional têm encontro marcado para a Supertaça a 10 de Setembro em Barcelos e podem encontrar-se ainda antes, na segubda edição oficial da Elite Cup, agendada para 1 a 4 de Setembro em Tomar.
Final
• Porto 5-0 Benfica • 16.Jun • 1-0
• Benfica 3-0 Porto • 19.Jun • 1-1
• Porto 9-6 Benfica • 22.Jun • 2-1
• Benfica 5-3 Porto • 25.Jun • 2-2
• Porto 3-2 Benfica • 29.Jun • 3-2
Quinta-feira, 30 de Junho de 2022, 0h29