A reafirmação (e confirmação) de Martí Casas

O ano de 2022 começou com uma amarga e inesperada dispensa do Forte, mas Martí Casas não tardou a reencontrar-se com os golos - e títulos - em Calafell. No arranque da nova época, leva insanos 13 golos em três jogos numa OK Liga competitiva.

A reafirmação (e confirmação) de Martí Casas

Se a nova temporada começou bem para alguém nos três grandes campeonatos, esse alguém é Martí Casas. O atacante natural de Mataró assinou 13 golos nas três primeiras partidas da OK Liga e tem a concorrência, no que a golos marcados diz respeito, a léguas.

A OK Liga já leva quatro jornadas realizadas, mas o Calafell adiou a sua partida com o recém-promovido Vilafranca em virtude da participação na Taça Continental. Em Follonica, o conjunto orientado por Ferran López não foi feliz, caindo nas meias-finais frente ao Valongo apesar do golo apontado por Martí Casas. Já na competitiva, Casas não se fica por um golo. Longe disso.

Em três jogos, o atacante do Calafell soma 13 golos, a uma média de 4.33 golos por jogo, sendo o seu perseguidor mais directo o português João Rodrigues, que tem sete golos apontados em quatro partidas, a uma média de 1.75 golos por jogo.

Por vezes, nos arranques de temporada, uma goleada proporciona números irreais, mas Martí Casas teve não um, mas três jogos assombrosos. Marcou uma mão cheia de golos na difícil pista do Caldes, numa vitória por 3-6 (Arnau Xaus marcou o outro golo) e encheu também a outra mão no triunfo na quiçá ainda mais difícil pista do Lleida por 5-7 ("Ferreti" e Jan Escala também marcaram). Na recepção ao Voltregà, esteve "discreto". Sergi Miras marcou o primeiro e Casas ficou-se por "apenas" um hat-trick na vitória por 4-2. Nestes 13 golos, contam-se apenas dois de bola parada.

Agora, depois da Taça Continental, há novo compromisso europeu, com a primeira fase de qualificação da Liga dos Campeões em que o Calafell defronta este fim-de-semana, na Suíça, o Noisy de João Baltazar, o anfitrião Genève e o Valdagno. A OK Liga para o emblema catalão retoma a 6 de Outubro, em Girona.

Reafirmação

Martí Casas chegou ao Calafell em Janeiro último. A dispensa, no último "mercado de Inverno" foi uma surpresa. O Forte precisava de uma vaga de estrangeiro para Marc Gual, que entretanto assumira funções de treinador, e abdicou de Martí Casas, mantendo Xavi Rubio - que viria a sair neste defeso para o regresso de Enric Torner - e Pedro Gil. Não faltaram interessados em Itália e na Catalunha.

Formado no Mataró, chegou à selecção de Sub-20 no Europeu de 2014, em Valongo. E rumou em 2015 a um Vic de Ferran Pujalte que impressionava, contando, por exemplo, com Ferran Font (no Sporting desde 2016), mas também Carles Grau (que representaria o Porto), Jordi Burgaya (Oliveirense) ou o já consagrado "Mia" Ordeig. Mereceu nova chamada à selecção espanhola, agora para a Taça Latina de 2016.

Em 2017, com o Vic a entrar em ruptura, rumou ao Noia e protagonizou uma excelente temporada, já a mostrar a apetência para o golo, e foi aposta de um Forte que perdera dois campeonatos para o Lodi. Foi aposta ganha, com a conquista do "scudetto" logo em 2019, ano em que foi chamado para a Taça das Nações.

Continuou a marcar golos e esteve entre os pré-seleccionados para o Campeonato da Europa de Paredes, que teve lugar em Novembro último.

Nada fazia crer que o Forte abdicasse de Martí e dos seus golos. Mas abdicou. À espera da primeira filha, regressou à Catalunha.

Nos três primeiros jogos, ficou em branco. Apontou dois golos ao Alcoi, já em Fevereiro, mas voltou a ficar em branco frente ao Noia que o projectou. Depois, marcou nas oito partidas que restavam da fase regular, juntando 13 golos aos dois que marcara antes, e voltou a marcar em duas de três partidas dos quartos-de-final do play-off, frente ao Noia, num total de quatro golos.

Na fase regular, acabou por só ficar aquém dos golos apontados por Sergi Miras (24) e Arnau Xaus (22) e teria um prémio maior a 25 de Abril, com a conquista da europeia Taça WSE. Marcou no sábado das "meias" ao Lleida e bisou na final de domingo, ao Follonica, contribuindo decisivamente para a conquista do título. Um dia depois de erguer o troféu, recebia outro prémio, com o nascimento da filha Giulia.

Totalmente integrado, Martí manteve-se em Calafell. Com 27 anos feitos em Agosto e de stick afinado num projecto sólido e com bons jogadores, é uma certeza no Hóquei em Patins actual e vai reclamando mais atenção.

AMGRoller

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