«Não interessa ganhar agora se não estivermos a preparar o futuro»
Raul Alves conquistou pela terceira vez a Eurockey Cup, a segunda em Sub-17 e ao serviço da Oliveirense. Mas, mais do que ganhar troféus, interessa ganhar jogadores para daqui a alguns anos.
Só o Arenys de Munt, em Sub-15, em 2014 e 2015, e o Benfica, em Sub-17, em 2018 e 2019, tinham logrado vencer a Eurockey Cup num escalão duas vezes. E consecutivamente. Agora, foi a vez da Oliveirense de Raul Alves.
Em 2019, depois das águias terem vencido a sua segunda Eurockey Cup de Sub-17, o Valongo brilhava em Sub-15, vencendo e convencendo com um Hóquei em Patins demolidor. Ao leme estava Raul Alves que, em ano de pleno confinamento, estaria à conversa com o HóqueiPT e mereceria a chamada da Oliveirense. Paulo Pereira assumira o comando técnico da equipa principal, mas encontrava um panorama tristonho nos escalões de formação. Conhecendo e reconhecendo o trabalho de Raul nos valonguenses, chamou-o.
Com o Hóquei em Patins definitivamente de regresso após a pandemia, a Oliveirense foi arrasadora em Sub-17 em 2021 e volta a conquistar o troféu este ano, em ambas as ocasiões com Raul Alves como timoneiro.
Um ano depois, o técnico - com um já tradicional "banho", agora ao som dos cânticos de "3720" - sublinha que se mantêm os princípios, e que este é mais um momento de crescimento.
A estratégia da Oliveirense é de médio prazo. Importante será ter jogadores afirmados, na equipa principal, daqui a "três ou quatro anos", havendo "um plano de carreira bem definido". E é nisso que está o foco.
Não prometendo conquistas, mas sim trabalho, Raul Alves contou nesta edição com dois jogadores que o têm vindo a acompanhar nestes triunfos europeus: Luís Moutinho e Gonçalo Machado. Também o guarda-redes Rafael Nogueira poderia reclamar um "tricampeonato", mas seria afastado desta Eurockey Cup por uma lesão ao serviço da selecção nacional de Sub-17.
A selecção juvenil vai, nos Europeus do escalão, em contraciclo com o que os clubes vão conseguindo na Eurockey Cup. Portugal foi vice-campeão em 2018, 2019, 2021 e 2022 para, pouco depois, uma equipa portuguesa se impôr perante, entre outras, as suas rivais do país vizinho. No entanto, para Raul Alves não é possível traçar um paralelismo, até porque são "competições completamente diferentes", em que o "trabalho de longo prazo nos clubes" contrasta com o trabalho limitado no tempo das selecções. E, além disso, "os resultados nem sempre traduzem o bom ou mau trabalho", explica-nos.
Quarta-feira, 12 de Outubro de 2022, 15h54