Arnau: a afirmação que faltava dos Sub-20 de 2015

Em 2015, a Espanha reuniu uma selecção de Sub-20 repleta de talento. O título mundial escapou nos penáltis, mas o tempo colocou todos os jogadores no patamar que se antevia. Tardou mais Arnau Xaus, que se afirma agora no Calafell.

Arnau: a afirmação que faltava dos Sub-20 de 2015

Tricampeã do Mundo de Sub-20, a Espanha falharia o tetra na Colômbia, em 2013, para a armada lusa de, por exemplo, Hélder Nunes. Dois anos, volvidos, já com Guillem Pérez ao leme, "La Roja" procurava regressar aos títulos na catalã Vilanova i la Geltrú. Mas, na decisão, a "estrelinha" de Luís Duarte (na conquista do segundo de três mundiais consecutivos) valeu o triunfo nas grandes penalidades, no derrubar de uma constelação já com alguma rodagem ao mais alto nível.

O passar dos anos confirmaria o potencial do grupo às ordens de Pérez. Essa selecção contava com Ferran Font e Nil Roca, figuras actuais de Sporting e Benfica, ou Sergi Aragonès, que o ano passado - chegando a meio da temporada das águias - "transformou" o Reus em vice-campeão. Contava também com Ignacio Alabart e Sergi Llorca, hoje na equipa principal do Barcelona. Ou César Carballeira, coroado na última temporada campeão pelo Liceo, tendo agora a companhia do guarda-redes Martí Serra. O outro guarda-redes era Blai Roca, agora dono da baliza de um Noia que aspira a títulos.

Mais longe da alta roda, andaram Roger Acsensi e Arnau Xaus. Roger dedicou-se ao curso de Medicina e, com participações intermitentes na OK Liga pelo Caldes, este ano afastou-se por completo. Se definitivamente, no risco de se perder (por justificados motivos) um jogador muito talentoso, logo se verá. Arnau até passou por Portugal, mas a afirmação dá-se "apenas" agora, na afirmação também do Calafell.

A afirmação de Arnau Xaus

Em 2018, Arnau deixou o "seu" Noia para se aventurar no campeonato português, mas - na sua juventude - não teve tempo nem espaço para se impôr na Juventude de Viana.

Regressou no final da temporada à Catalunha, para um Calafell que um ano antes regressara da OK Liga Plata e procurava consolidar-se na categoria máxima. Com 16 golos de Xaus, a equipa orientada por Ferran López foi 8ª em temporada pandémica. E voltaria a ser 8ª em 2019/20, com 11 golos de Xaus e às ordens de Pere Varias.

A pretérita temporada, com López de regresso ao comando técnico, foi a melhor de sempre. Para o Calafell e para Arnau Xaus.

O jogador catalão, agora com 25 anos, apontou 22 golos na fase regular da OK Liga, sendo que apenas o afirmado Sergi Miras marcou mais (24) e a equipa terminou em 6º na fase regular. No play-off, caiu nos quartos-de-final, na "negra", numa decisão em grandes penalidades em Sant Sadurní, mas um prémio maior já ninguém lhe tiraria. Em Abril, em Paredes, o Calafell conquistara a Taça WSE, a segunda mais importante prova de clubes do calendário europeu.

Arnau Xaus foi figura importante na conquista da Taça WSE e é um esteio de um Calafell que se consolida na OK Liga.
Arnau Xaus foi figura importante na conquista da Taça WSE e é um esteio de um Calafell que se consolida na OK Liga.

A nova edição da OK Liga também não começou nada mal. Com seis jornadas disputadas até à pausa mundialista, o Calafell é a única equipa sem derrotas para além do líder Barcelona, distando dois pontos do topo em virtude de um empate em Caldes a dois... com dois golos de Arnau Xaus. O jogador soma já cinco golos na OK Liga, tendo marcado em quatro dos seis jogos disputados.

Esquecida estará a desilusão na Taça Continental, com uma derrota nas meias-finais frente aos portugueses do Valongo. Noutro desafío europeu, a equipa de Ferran López passou a 1ª fase de qualificação da Liga dos Campeões apesar do susto inicial com empate frente ao Noisy (2-2). Venceria Genève e Valdagno, por 0-3 e 2-4, e até terminou o grupo C em 1º lugar. Na 2ª fase, em Dezembro, em busca de um inédito lugar na fase de grupos da Liga dos Campeões (outrora Liga Europeia), disputará com Oliveirense, Grosseto e Diessbach um dos dois primeiros lugares.

Mais adiante, certa é desde já a participação na Taça do Rei, apesar do fim da primeira volta da OK Liga estar longe. O Calafell tem lugar assegurado por ser o organizador, recebendo no Joan Ortoll a festa maior do Hóquei em Patins espanhol.

Na selecção catalã

Na pausa competitiva para o Campeonato do Mundo, Arnau Xaus vestiu a camisola da selecção catalã na GoldenCat, em que a Catalunha se impôs às mundialistas França, Itália e Alemanha.

Xaus não constava na lista inicial do seleccionador Jordi Camps, mas, na véspera do arranque da GoldenCat, o colega Sergi Miras sofreu uma lesão muscular na vitória por 7-2 sobre o Vilafranca e obrigou a procurar alternativa. Integrando-se bem, Xaus marcaria o único golo catalão da primeira parte da final, frente à França, quando os gauleses venciam por 0-3. Foi o início da reviravolta que levaria à conquista do troféu.

AMGRoller

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