Regresso ao Aldo Cantoni

11 anos depois, há novo 'Mundial por excelência'. É Pedro Gil quem o diz. No regresso ao Aldo Cantoni, três argentinos e um português procuram conquistar o título que escapou em 2011 e na Espanha há quem possa voltar a vencer 21 anos volvidos...

Regresso ao Aldo Cantoni

Esta segunda-feira, o Campeonato do Mundo está de regresso ao Estadio Aldo Cantoni, o mais emblemático e entusiástico palco de Hóquei em Patins do Mundo.

Será a sexta vez que o Mundial se disputa na apaixonada San Juan, mas só uma vez sorriu à equipa da casa, triunfando a Espanha em 1970, 1989, 2001 e 2011. A Argentina venceu em 1978, naquele foi o seu primeiro de 17 títulos mundiais, conquistado ainda na euforia do Campeonato do Mundo de futebol, disputado meros quatro meses antes também no país das pampas, e que também terminou com o primeiro título mundial da albiceleste.

No novo milénio, o Mundial de Hóquei em Patins tem visitado San Juan com regularidade, mas por mero acaso. A mais importante prova de selecções disputou-se ali em 2001, regressou 10 anos depois quando a organização foi retirada a Maputo e estava previsto voltar mais 10 anos exactos volvidos, mas a pandemia levou ao adiamento por um ano.

Inaugurado em 1967, o Estádio Aldo Cantoni (homenageando o governador da província de 1926 a 1928, e também presidente da federação de futebol e do Huracan) é lugar de culto da modalidade. Recebeu cinco mundiais e tem capacidade anunciada de 8000 espectadores... e enche muito para além dessa lotação.

Na última edição disputada na cidade berço de muitos dos craques argentinos de todos os tempos e da actualidade, a Espanha bateu a Argentina por 5-4 na final, depois dos argentinos terem afastado os portugueses num jogo em que a arbitragem foi muito contestada nas meias-finais.

Foi o quarto título consecutivo da Espanha de Carlos Feriche, a caminho de um inédito penta que selaria em 2013, em Angola. Portugal, com Rui Neto ao leme, conquistaria o bronze com uma goleada sobre Moçambique, que já tinha escrito a mais brilhante página da sua história na modalidade. Nesse jogo pelo bronze, a selecção das quinas jogaria com uma faixa negra em protesto pela arbitragem da véspera e não estaria presente na cerimónia de entrega das medalhas.

Diogo Rafael é o repetente português de 2011. Também do Benfica, um tridente argentino procura o que não conseguiu no último Mundial no Aldo Cantoni.
Diogo Rafael é o repetente português de 2011. Também do Benfica, um tridente argentino procura o que não conseguiu no último Mundial no Aldo Cantoni.

Na final, arbitrada pelos portugueses Joaquim Pinto e José Monteiro, marcaram "Mia" Ordeig, Marc Torra, Jordi Bargalló, Sergi Panadero e Pedro Gil para a Espanha, tendo David Páez, Pablo Alvarez (bisou) e Emanuel Garcia marcado para a albiceleste.

Dessa selecção espanhola, apenas Trabal, Ordeig e "Titi" Roca se retiraram. Pedro Gil jogava no Porto, Guillem Trabal viria a jogar no Benfica, Jordi Bargalló na Oliveirense, Raul Marin no Sporting e Marc Torra no Benfica e Oliveirense, onde actualmente é capitão.

A Argentina contava com "Tuco" Abalos (Benfica e Sporting), Mariano Velazquez (Benfica), Reinaldo Garcia (Porto), Emanuel Garcia (Porto, Juventude de Viana e Oliveirense) e os "resistentes" Carlos Nicolía, Pablo Alvarez e Lucas Ordoñez que, agora, 11 anos depois, jogam juntos no Benfica e juntos procurarão o ceptro mundial.

Guillem Cabestany, campeão em 2001, procura agora repetir a conquista em San Juan, mas como seleccionador.
Guillem Cabestany, campeão em 2001, procura agora repetir a conquista em San Juan, mas como seleccionador.

"Carlitos", "Pablito" e "Lukitas" são três dos repetentes dessa edição de 2011. "La Roja" conta com um repetente, Sergi Fernandez, tal como Portugal, Diogo Rafael, o primeiro dos mundialistas lusos deste ano a chegar à selecção absoluta, com 21 anos. Dos semifinalistas, repetem também presença os moçambicanos Igor Alves, Mário Rodrigues, Bruno Pinto e Ivan Esculudes, então às ordens de Pedro Nunes.

Em 2011, apenas Guillém Trabal e Pedro Gil repetiram o título de 2001. Para o atacante, San Juan é o "Mundial por excelência, o melhor Mundial sem dúvida" e sorri ao recordar as suas duas participações e conquistas.

Dando a Argentina como favorita ("pelo calor que dá aquela gente"), Pedro Gil junta ao lote dos principais favoritos as selecções de Espanha e Portugal, sendo que "La Roja" pode ter um inusitado repetente em eventual nova conquista do título.

Guillem Cabestany, então com 25 anos, foi campeão do Mundo em San Juan às ordens de "Catxo" Ordeig. 20 anos depois, em Julho de 2021, assumiu o cargo de seleccionador, sucedendo a Ricardo Ares, que - rendendo Cabestany no Porto - não chegaria a disputar qualquer competição à frente da selecção absoluta masculina espanhola. Cabestany já disputou um Europeu... e ganhou.

AMGRoller Compozito

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