«Vamos ver quem vai ganhar...»

Este fim-de-semana, decide-se o acesso à fase de grupos da 'Champions'. Em Forte dei Marmi, o jovem Kyllian, do Noia, defronta um adversário temido por muitos. O pai, o campeoníssimo Pedro Gil, é trunfo do Forte na busca da 'felicidade'.

«Vamos ver quem vai ganhar...»
Foto de capa: Eva Pedrola / CE Noia

Na remodelada Liga Europeia, agora Liga dos Campeões, joga-se este fim-de-semana a segunda fase de qualificação, com oito equipas que vieram da primeira fase qualificatória e oito apuradas directamente divididas em quatro grupos de quatro equipas. Num campeonato concentrado de três jornadas nos dias 16, 17 e 18, os dois mais bem classificados de cada grupo avançam para a fase de grupos.

Em Forte dei Marmi, prevê-se uma das disputas mais acérrimas, num duelo italo-catalão. Para dois lugares, concorrem Forte e Caldes e os ex-campeões europeus Noia (campeão em 1989) e Follonica (2006). E a derradeira partida tem um interesse acrescido.

Na comitiva do Noia viajará Kyllian Gil, de apenas 20 anos, mas com um currículo que impressiona, tendo vestido na formação as camisolas da equipa de Sant Sadurní, Porto, Valdagno, Forte e Sporting.

Em 2018, regressou à Catalunha, para representar o Barcelona em quatro épocas. Depois de ter marcador 23 golos em 20 jogos pela equipa "B" blaugrana e de se ter estreado na equipa principal - marcando um golo - na pretérita temporada, foi emprestado ao Noia para ganhar ritmo ao mais alto nível, numa experiência que, conforme confidenciava ao HóqueiPT a meio de Outubro, antes da pausa mundialista, dará certamente frutos.

O Noia, com quatro golos de Kyllian em 10 jogos, é 4º na OK Liga, mas tem menos um jogo, cujos três pontos poderiam valer a subida a 2º. A partida em atraso - suspensa pelo trágico desaparecimento de Alexandre Acsensi - é com o Caldes, curiosamente o primeiro adversário na segunda ronda de qualificação da Liga dos Campeões. Segue-se o Follonica, de Sérgio Silva, no sábado, e o anfitrião Forte, a fechar este grupo C, no domingo.

À 12ª jornada da Serie A1, o Forte é "apenas" 6º, apostando muito do seu "projecto felicidade" - com avultado investimento - na Liga dos Campeões. Em busca dessa "felicidade", os investidores do Forte chamaram, em 2021, Pedro Gil. Pai de Kyllian.

Quando Kyllian nasceu em 2002, Pedrito era vigente Campeão da Europa e do Mundo pela Espanha, no dealbar de uma hegemonia a nível de selecções sem precedentes.

Pedro foi campeão italiano pelo emblema toscano em 2014, 2015 e 2016, antes de rumar ao Sporting. Pelos leões, Gil juntaria mais dois títulos europeus de clubes (2019 e 2021) ao que conquistara em 2009 pelo Reus, num pecúlio internacional de clubes muito aquém do que logrou pela selecção.

Quando Kyllian nasceu, em Abril de 2002, Pedro Gil estava na sua segunda época ao serviço do Infante de Sagres, antes de se mudar para o Porto, e ostentava os seus primeiros títulos Europeu e Mundial. Totalizaria sete conquistas no Campeonato da Europa e seis no Campeonato do Mundo, que o colocam indiscutivelmente como um dos melhores de todos os tempos.

"Pedrito" nunca escondeu que queria um dia jogar com o seu filho. Domingo, partilharão pista, mas como adversários. Pedro não é propriamente conhecido por fazer prisioneiros na pista e Kyllian está preparado não ter facilidades...

A 23 de Novembro último, uma queda na pista do Grosseto assustou, e poderia ter comprometido o duelo entre pai e filho, mas o resiliente atleta, expoente máximo do mais vale quebrar que torcer, regressou aos treinos, e esta terça-feira já voltou à competição, indo a jogo na derrota por 4-6 na recepção ao Sarzana. Pedro soma "apenas" três golos em sete jogos, mas a fome de golos e de vitórias é a mesma de sempre.

Neste jogo entre Forte e Noia, especial para Pedro e Kyllian, estarão quatro actores da histórica conquista da Taça CERS de 1998 pelos catalães.

Pedro Gil (42 anos celebrados em Abril) era um jovem que despontava, tal como Marc Gual (42 feitos esta terça-feira), agora treinador-jogador do Forte, e Jordi Bargalló (43 completos no início de Dezembro), que regressou a "casa" em 2021. Os três, que cresceram juntos na capital da cava e juntos conquistariam a Europa e o Mundo por "La Roja", são de uma colheita que rivaliza com as melhores do espumante que dá fama a Sant Sadurní.

O quarto protagonista, uma espécie de D'Artagnan dos três jovens mosqueteiros, é Pere Varias, figura emblemática do Noia, então capitão e agora (novamente) na condução da equipa.

AMGRoller Compozito

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia
A três jogos do 'palco' mais desejado

A três jogos do 'palco' mais desejado

16 equipas divididas em quatro grupos jogam este fim-de-semana, com três jogos em três dias, a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões. Oliveirense, Óquei de Barcelos, Braga e Valongo procuram juntar-se a Benfica, Porto e Sporting.