Óquei de Barcelos sem respostas para jogos de 'risco elevado'
O Óquei de Barcelos aborda as limitações na lotação da sua 'Catedral', que vinca serem 'impostas pela FPP e pelas autoridades policiais'. O clube lamenta não ter respostas sobre os critérios para os seus jogos de 'risco elevado'.
O Óquei de Barcelos reagiu este domingo às restrições nos jogos de "risco elevado" no Municipal de Barcelos, a "Catedral".
As imagens do encontro entre o Óquei de Barcelos e Benfica, um jogo grande que tem habitualmente casa cheia, tiveram algo de confrangedor, com topos meio despidos e uma inusitada "caixa de segurança" para alguns adeptos barcelenses que, por exemplo, não houve num outro jogo de "risco elevado" no mesmo palco, entre Porto e Benfica, para a Supertaça.
A redução da lotação e as medidas extra de segurança nas bancadas foram imposição da classificação do jogo como de "risco elevado". E os barcelenses têm 10 jogos de "risco elevado", seis deles em casa, em 26 jornadas.
Em comunicado assinado pela Direcção, abaixo transcrito na íntegra, o Óquei de Barcelos expõe aos seus adeptos os motivos destas restrições que têm descaracterizado um ambiente que era apontado como invejável no panorama do Hóquei em Patins e do desporto dito "amador" em Portugal. Sem perceber os critérios da identificação de jogos como de "risco elevado", os barcelenses não têm respostas, e sofrem um duplo revés financeiro: têm de suportar os elevados custos de policiamento e perdem receita de bilheteira.
A Direção do Óquei Clube de Barcelos reitera que não tem qualquer responsabilidade pelos gravíssimos constrangimentos que têm vindo a ser impostos aos nossos adeptos, no Pavilhão Municipal de Barcelos, quando o Óquei Clube de Barcelos joga.
As decisões de limitação na lotação e no acesso ao Pavilhão Municipal de Barcelos são impostas pela Federação de Patinagem de Portugal e pelas autoridades policiais.
Pese embora todos os esforços desta Direção em as reverter e as várias reuniões que tem tido nesse sentido, o despacho do presidente da Autoridade de Prevenção e Combate à Violência do Desporto (APCVD), datado de 24 de agosto de 2022, decreta que dez dos 26 jogos a realizar pelo Óquei de Barcelos, para o Campeonato, são de “Risco Elevado”. Seis destes jogos são na qualidade de visitado. Mesmo que o clube adversário traga não mais de meia dúzia de adeptos, como aconteceu este sábado, com a Oliveirense, mas também nos jogos com o Tomar e o Braga, as APCVD também os considera de “Risco Elevado”. A Direção do Óquei Clube de Barcelos já questionou, várias vezes, sobre os critérios de tal decisão. No entanto, até ao momento, não recebeu qualquer resposta.
A Direção do Óquei Clube de Barcelos garante que tudo continuará a fazer para que o Pavilhão Municipal de Barcelos honre o título que tem de Catedral do Hóquei em Portugal e, por consequência, volte a ter as bancadas repletas com o apoio dos seus adeptos. Um apoio que tanto nos carateriza.
Recordamos que somos um clube de hóquei em patins, que vive dos seus adeptos e que não se alimenta em outros desportos ou modalidades. Estes gravíssimos constrangimentos, reiteramos, prejudicam o Clube a vários níveis: esta Direção tem despendido um valor cada vez maior para custear o elevado número de efetivos policiais e de segurança, que é imposto no Pavilhão Municipal de Barcelos. As limitações implicam, claro está, também um rombo significativo na bilheteira.
A Direção do Óquei Clube de Barcelos deixa também uma palavra de agradecimento profundo a todos os adeptos que, jogo após jogo, marcam presença nos pavilhões.
Esta Direção quer continuar a contar com todos vós. A grandeza deste Clube está nos seus 75 anos de história, nas suas conquistas desportivas, só possíveis com a fidelidade e entusiasmo da nossa massa adepta.
Domingo, 8 de Janeiro de 2023, 20h48