«Sabemos que somos muito pequenos, mas vimos com um coração muito grande»
Detentor da Taça WSE, o Calafell estreia-se na Liga dos Campeões num processo sólido de afirmação. A ter de andar atrás do resultado na Luz, o treinador Ferran López elogiou a entrega da sua equipa e lamenta algumas decisões de arbitragem.
O Calafell tem estado em processo de afirmação e, esta quinta-feira, deu mais um passo, com o primeiro jogo da sua História na fase de grupos da Liga dos Campeões, a mais importante prova europeia e mundial. Num palco da Luz a que faltou público, a derrota por 5-3 não deslustra e a modesta equipa catalão chegou mesmo a colocar as águias em sentido.
"Queríamos colocar o Calafell no mapa. E é o que temos feito nos últimos anos. Para nós, vir jogar aqui é um verdadeiro luxo enquanto desportistas. Tivemos pela frente um dos melhores plantéis do planeta, com um treinador muito bom, muito bem estruturado, que joga bom Hóquei... e aqui em casa deles... imagine-se como é difícil", destacou.
A realidade do Calafell é distinta da que vivem os "tubarões" da modalidade. Por exemplo, numa quinta-feira que só este ano é europeia, Ferran López foi prelector numa conferência pela manhã na Catalunha. Saiu, trocou o fato mais formal de trabalho pelo fato de treino do Calafell numa qualquer cabina telefónica e voou para Lisboa, uma hora depois da sua equipa.
Na Luz, o Benfica fechou a primeira parte a vencer por 4-1, obrigando o Calafell a mudar a sua estratégia. Três golos em pouco minutos pareciam fatais para as aspirações catalãs. "Analisando os golos, acho que são duas bolas paradas, mais uma que é duvidosa, porque acho que é com o pé. E depois há um erro defensivo pelo qual pagámos. Não estivemos mal na primeira parte, mas fomos um pouco tímidos. Na segunda parte fomos mais como costumamos ser, ousámos mais e acho que por isso equilibrámos o jogo", elogiou. "Competimos muito bem e discutimos o jogo até ao fim. O último golo é anedótico, com a defesa um pouco quebrada desorientada", lamentou, apontando alguma influência à arbitragem.
"Agora, conversámos um pouco, sabemos que somos muito pequenos. Chegamos com o coração muito grande, mas queremos ser tratados como se fôssemos apenas mais uma equipa. E considero que houve decisões um pouco duvidosas. Esta última jogada e o primeiro livre directo são muito duvidosos. Pelos argumentos que a dupla de arbitragem nos deu, ainda mais. No final, com o jogo em aberto, talvez com aquele livre directo tivéssemos merecido algo mais. Mas sabemos que tivemos uma equipa estelar pela frente e estamos felizes com a forma como competimos", expôs, visando o francês Loic Le Menn e o italiano Filippo Fronte, este último um dos árbitros escolhidos para a final do último Campeonato do Mundo.
Depois de ter vivido o melhor ano de sempre, com a conquista da europeia Taça WSE, o Calafell é 5º na OK Liga, decorridas 15 jornadas, apenas atrás das outras quatro equipas (Barcelona, Liceo, Reus e Noia) que também estão nesta Liga dos Campeões. E prepara-se para receber a organização da Taça do Rei.
Antes da grande festa do Hóquei em Patins espanhol, há outros compromissos, como os da Liga dos Campeões. No próximo dia 9, o Calafell recebe a Oliveirense e será fundamental um triunfo para continuar a acalentar o sonho de uma presença na Final Eight.
Sexta-feira, 27 de Janeiro de 2023, 13h40