Benfica vence no João Rocha, alicerçado num sólido muro
O Benfica venceu o Sporting no João Rocha com uma exibição seguríssima de Pedro Henriques, e reforçou a liderança do Campeonato PLACARD. Óquei de Barcelos, Valongo e Oliveirense confirmaram favoritismo e venceram nas suas pistas.
O Benfica levou a melhor no "dérbi capital", vencendo o Sporting por 1-3, com uma tremenda actuação defensiva em que o guarda-redes Pedro Henriques foi o expoente máximo. Nos oito anteriores dérbis no João Rocha, nunca uma equipa marcara apenas um golo.
É um clássico do desporto português, mas no Hóquei em Patins é um dos expoentes máximos a nível mundial. E tal é explicado com os melhores intérpretes do Mundo, sem se olhar a nacionalidades.
Ao apito inicial de Manuel Oliveira e João Catrapona, Alejandro Dominguez e Nuno Resende apostavam apenas num português, entre os postes, e quatro estrangeiros. Coincidentemente, dois argentinos e dois espanhóis de cada lado. Com o passar dos minutos, com algum ligeiro ascendente encarnado, a primeira opção dos dois treinadores voltou a ser estrangeira. Nuno lançou o francês Roberto Di Benedetto e Alejandro o italiano Alessandro Verona.
Quando aconteciam as primeiras substituições, Nil Roca viu azul. Ferran Font não conseguiu bater Pedro Henriques, mas houve ordem para repetição. E o guarda-redes, habitual suplente na selecção portuguesa, voltou a fechar a porta, agora a Gonzalo Romero.
O primeiro português de pista a entrar foi Gonçalo Pinto, para defender o "underplay", e parte do sucesso defensivo dos encarnados passou pelo seu contributo. Sem golos, com Ângelo Girão e Pedro Henriques sem falhas, a sempre insonsa igualdade a zero mantinha-se. E a tensão em pista aumentava.
A quatro minutos e meio do intervalo, Daniel Oliveira ("Poka") e Toni Pérez viam o azul por "troca de mimos" longe da bola, quando os leões saiam para o ataque. O Benfica aproveitou alguma confusão para impor mais velocidade e um remate de Pablo Álvarez era desviado, aparentemente com o corpo, por Lucas Ordoñez - que recuperara a bola na tabela de fundo - para o primeiro do jogo e único da primeira parte.
A etapa complementar começava com as águias na frente no marcador, em golos e também em faltas. Com os mesmos cincos multinacionais do apito inicial, mas cautelas encarnadas pelas nove faltas já somadas, o Benfica cometeu talvez a sua única grande falha defensiva no dobrar do primeiro minuto, com Matías Platero a surgir só no coração da área para a igualdade a um, batendo o guarda-redes que lhe fora talismã na conquista europeia de 2017 pelo Reus.
O Sporting estava na "mó de cima" e a 10ª falta contrária dava oportunidade a Ferran Font para tentar desfeitear novamente desfeitear Pedro Henriques. Ao som do "muchachos" que embalou a selecção argentina à conquista do Mundial de futebol, o português ganhou o duelo ao catalão, e as águias "sobreviviam" ao acosso inicial dos leões após o reatamento.
Mais confortável por aliar a dianteira na classificação a uma igualdade que nunca se pode menosprezar no João Rocha, o Benfica trabalhava bem defensivamente e espreitava o ataque, muitas vezes facilitado pela precipitação "kamikaze" da saída para o ataque típica na vertigem de Alejandro Dominguez.
Aos 10 minutos, Roberto Di Benedetto servia a preceito, de trás da baliza, Gonçalo Pinto para um remate a meia altura de primeira, a surpreender Girão. O Benfica ganhava ainda mais conforto e o Sporting ainda mais urgência em atacar.
Os leões chegariam à 10ª falta a nove minutos do final. Na ausência de Carlos Nicolía, "inimigo" em tantos dérbis, Ângelo Girão negava a oportunidade a Pablo Álvarez e discutia com Pedro Henriques o título de "homem do jogo". Mas, na pressão leonina, uma grande penalidade permitiu a Diogo Rafael o 1-3 que, com cinco minutos para jogar, seria final.
Em busca de um segundo golo, o Sporting "estendeu-se em pista" e, com os níveis físicos a acusarem a rotação com menos um jogador [João Almeida não entrou], arriscou várias vezes sofrer novo golo. Ainda conseguiria forçar a 15ª falta encarnada, mas, chamado à tentativa de concretização, Gonzalo Romero esbarrou - mais uma vez - na segurança de Pedro Henriques.
À quinta oportunidade, este foi o primeiro triunfo de Nuno Resende no João Rocha em tempo regulamentar, a segunda vitória de sempre do Benfica naquele palco. Os encarnados "cavam" uma vantagem de quatro pontos para os leões.
Vitórias caseiras de Óquei de Barcelos, Valongo e Oliveirense
Nos outros três jogos do dia, vitórias caseiras das equipas mais bem classificadas.
O Óquei de Barcelos venceu o Riba d'Ave por 7-2 e alcançou os 35 pontos do Sporting no 2º lugar. Os barcelenses chegaram ao intervalo a vencer por 3-0 e ampliaram a vantagem para cinco golos sem resposta nos primeiros quatro minutos da etapa complementar, gerindo depois o esforço. Alvarinho e Miguel Vieira bisaram.
O Valongo recebe e venceu o Parede por 6-3, ficando a apenas um ponto do Porto (que tem menos um jogo) e a dois de Sporting e Óquei de Barcelos.
Depois da vitória em Itália, frente ao Lodi, a equipa orientada por Edo Bosch até esteve a perder por 0-2, mas reagiu e a 11 minutos e meio do intervalo tinha o jogo igualado. Logo após o reatamento, Carlitos - que já marcara - consumou a reviravolta e Diogo Abreu dilatou, depois de azul a Guilherme Pedruco.
O Parede até logrou novo golo, mas mais dois azuis, a João Alves ("Joka") e Manuel Coimbra, sentenciaram a partida, com Rafa Bessa e Facundo Bridge a aproveitarem o powerplay após Carlitos e Miguel Moura desperdiçarem os respectivos livres directos. O resultado ficou feito a 12 minutos do fim.
Em Oliveira de Azeméis, a Oliveirense suou para levar de vencida o Murches, por tangencial 4-3. Já na primeira volta, só perto do final é que a equipa de Paulo Pereira evitou pior desfecho, então empatando a um.
Agora, cumpridos sete minutos, a Oliveirense até já tinha somado dois golos, primeiro por Tomás Pereira e depois por Jordi Adroher, mas os jovens às ordens de Hugo Lourenço anularam a desvantagem, com tentos de João Maló e Zé Miranda.
Marc Torra desequilibrou antes do intervalo, mas, na 10ª falta oliveirense, Zé Miranda repôs a igualdade, a três. Faltavam jogar 20 minutos e novo golo ia sendo adiado. A escassos dois minutos do fim, os obreiros dos dois primeiros golos garantiram os três pontos, com Tomás Pereira a servir Adroher para o definitivo 4-3.
Por disputar nesta 15ª jornada, fica o jogo entre Braga e Porto, por participação dos bracarenses na Taça WSE. O duelo, com os dragões a poderem subir ao 2º lugar e a equipa de Tó Neves a poder destacar-se no 9º lugar (fugindo de Riba d'Ave e Parede), está agendado para as 21h de próxima quarta-feira.
15ª Jornada
• Paço de Arcos 2-0 Juventude de Viana • 28.Jan
• Famalicense 7-2 Tomar • 28.Jan
• Sporting 1-3 Benfica • 29.Jan
• Óquei de Barcelos 7-2 Riba d'Ave • 29.Jan
• Oliveirense 4-3 Murches • 29.Jan
• Valongo 6-3 Parede • 29.Jan
• Braga vs. Porto • 1.Fev, 21h • Miguel Guilherme e Bruno Henriques
Classificação
= 1º Benfica (39), 2º Sporting (35), 3º Óquei de Barcelos (35), 4º Porto* (34), 5º Valongo (33), 6º Oliveirense (27), 7º Tomar (20), 8º Famalicense (17), 9º Riba d'Ave (13), 10º Braga* (13), 11º Parede (13), 12º Paço de Arcos (9), 13º Murches (8), 14º Juventude de Viana (7)
*menos um jogo
Domingo, 29 de Janeiro de 2023, 22h19