Campeoníssimos em Portugal

A Liga dos Campeões regressa, duas semanas depois, para a 2ª jornada da fase de grupos. Barcelona e Reus, as duas equipas mais tituladas da mais importante prova europeia, jogam em Portugal, respectivamente em Valongo e Barcelos.

8.Fev.2023 Champions

Depois de uma primeira jornada com apenas meia surpresa, no empate do campeão Trissino no Dragão Arena, a Liga dos Campeões está de regresso para mais uma quinta-feira europeia.

Oliveirense e Benfica (grupo A) e Porto (grupo B) jogam em Espanha, deslocando-se respectivamente a Calafell, Corunha, onde as águias defrontam o Liceo, e Sant Sadurní, com o Noia a receber os dragões. O Sporting joga em França, na pista da única equipa fora da tríade Portugal-Espanha-Itália, o Saint-Omer.

Em Portugal jogam Barcelona e Reus, as duas equipas com mais triunfos na competição, defrontando Valongo e Óquei de Barcelos.

O Barcelona é o grande dominador da mais importante prova de clubes, com 22 conquistas em 56 edições concluídas. Mas nem sempre foi assim. Depois de uma primeira vitória do Voltregà, em 1966, o Reus foi o primeiro dominador, vencendo seis edições consecutivas entre 1967 e 1972. Depois, o Barcelona reclamou os dois primeiros troféus para o seu museu e "só" em 1982, com a sétima conquista, passava a ser o emblema mais galardoado. Os "blaugrana" venceram oito edições consecutivas, entre 1978 e 1985 (para um total de 10 triunfos), mas depois estiveram 11 anos sem vencer. A afirmação total veio já como Liga Europeia, com 12 conquistas nas 25 edições concluídas. No entanto, a última já data de 2018, numa Final Four realizada no Porto...

Entretanto, o Reus, sem aquele fulgor inicial, voltou a vencer "apenas" em 2009, às ordens de "mestre" Carlos Figueroa, e, com muita surpresa, em 2017, com Enrico Mariotti como treinador e com o português Pedro Henriques na baliza. Os "roginegros" somam oito conquistas, mais duas que Liceo e Igualada. O Sporting, com três triunfos, é o clube português mais titulado na prova. E, mesmo somados os triunfos de Porto (dois), Óquei de Barcelos (um) e Benfica (dois), apenas chega para igualar os oito do Reus...

Viagem ao passado

O Barcelona regressa ao Municipal de Valongo nove anos depois de só ter reclamado um triunfo por tangencial 2-3 no último segundo. Foi na primeira mão dos quartos-de-final, na antecâmara de uma Final Four que teria lugar no Palau Blaugrana e que terminaria com a coroação da equipa da casa. João Souto (agora no Sporting) bisou para os valonguenses e Pablo Alvarez (Benfica) assinou os três golos dos blaugrana, "ganhando" o jogo ao bater Ângelo Girão (Sporting) de livre directo no derradeiro segundo da partida. na segunda mão, com a equipa de Paulo Pereira focada no feito histórico da conquista nacional, um pesado 7-1 ditou o afastamento do mágico fim-de-semana a quatro.

Antes, Valongo e Barcelona tinham-se defrontado na edição de 1977/78, quando o acesso era apenas para campeões. Os valonguenses terminaram em 2º lugar em Portugal, atrás da "equipa maravilha" do Sporting, mas "beneficiaram" da conquista europeia dos leões para terem um bilhete para a competição. O Barcelona, que viria a conquistar o seu terceiro troféu, arrumou a questão do apuramento com oito golos sem resposta na cidade condal. Com a equipa de Josep Llorente no conforto da vantagem, o Valongo venceria na segunda mão por 5-3.

Óquei de Barcelos e Reus defrontaram-se há pouco mais de mês e meio, então em Valdagno, em busca do acesso a esta fase de grupos. O empate a dois, com os barcelenses a marcarem na primeira parte e os reusences na segunda, acabaria por ser suficiente para as duas equipas seguirem em frente e, quis o sortilégio do sorteio, voltarem a coincidir no grupo. Tal como em 2004/05. Então no grupo B, o Reus levou a melhor quer no jogo de ida, quer no jogo de volta, vencendo por 2-0 na Catalunha e 0-5 no Minho. A equipa catalã organizaria a Final Four, mas o triunfo foi do Barcelona.

O "papão" blaugrana também tinha levado a melhor três anos antes, em 2002, na Final Four de Guimarães. Aí, o Óquei de Barcelos venceu o Reus por 2-1 na meia-final, mas perderia na decisiva partida frente ao Barcelona, caindo nos instantes finais do prolongamento depois de uma igualdade a um no tempo regulamentar. Seria a segunda final perdida pelos barcelenses depois da conquista do prémio maior em 1991, então ainda a duas mãos, frente aos italianos do Roller Monza.