'Venham mais quatro': Seis equipas portuguesas na decisão em Viana

A Benfica, Porto, Trissino e Barcelona, juntam-se as restantes equipas lusas. Com Oliveirense e Valongo, que venceram, e Sporting e Óquei de Barcelos, que, sem surpresa, empataram entre si, estão seis equipas portuguesas na decisão a oito.

14.Abr.2023Champions

Benfica, Porto, Trissino e Barcelona já estavam apurados. Os restantes quatro bilhetes para a Final Eight da Liga dos Campeões - que se disputa de 4 a 7 de Maio em Viana do Castelo, no Pavilhão Municipal José Natário - foram assegurados pelas outras quatro equipas portuguesas em prova.

Oliveirense triunfa no Riazor

Na batalha do Riazor pelo segundo lugar do Grupo A, a Oliveirense adiantou-se a cinco minutos do intervalo, por Xavi Cardoso, mas o Liceo - a quem só a vitória interessava - não tardou a empatar, e logo por Bruno Di Benedetto, futuro reforço da equipa de Oliveira de Azeméis.

Num jogo tenso, só voltaria a haver golos na recta final. O 2-1 por Fran Torres, que bisara na Luz na ronda anterior, colocava a equipa de Juan Copa na Final Eight, mas a resposta foi pronta, com Tomás Pereira a igualar. O Liceo precipitava-se em busca da vantagem e, não marcando, arriscou-se a sofrer. E sofreu. Xanoca fez o 2-3 final que confirmava o apuramento oliveirense.

No outro jogo do grupo, entre último e primeiro, ambos já sem hipótese de verem a sua posição alterada, Calafell e Benfica empataram a dois.

Roberto Di Benedetto fez o primeiro, a seis minutos do descanso, com Carlos Nicolia a ampliar no primeiro minuto da segunda parte. Mas, tal como frente ao Liceo, os encarnados seriam "vítimas" de um bis, desta feita de Jordi Ferrer. "Ferreti" reduziu aos sete minutos e igualou menos de um minuto depois, ditando a divisão de pontos

Campeão com galões a sério

Com o primeiro lugar do grupo B em jogo, e sabendo de antemão que o segundo teria pela frente o Benfica, o Porto adiantou-se ainda não estavam cumpridos cinco minutos, por Carlo Di Benedetto. Mas, sobre o intervalo, o ex-portista Giulio Cocco igualava de grande penalidade.

No embalo do golo no final da primeira parte, o Trissino "disparou em quatro minutos para 3-1, com novo tento de Cocco, novamente de penálti, e por Jordi Mendez. Di Benedetto voltou a marcar (os três irmãos franceses marcaram nesta ronda), mas o Trissino voltou a mostrar os seus argumentos.

Quando, em Maio último, o Trissino se tornou campeão europeu, fora porque os "colossos" europeus tinham abdicado da participação na principal prova europeia. Quando empatou no Dragão Arena na primeira jornada da presente edição, foi porque os azuis-e-brancos tinham várias ausências por castigo. A equipa de Alessandro Bertolucci ostenta os galões, mas não é (era?) levada a sério...

Agora, com a vitória no grupo - e, talvez, o "melhor" lado dos quartos-de-final - em causa, Andrea Malagoli, Joan Galbas e Giulio Cocco dilataram para um contundente 6-2, "obrigando" os dragões a defrontar o Benfica na abertura (a confirmar-se a ordem dos jogos) da Final Eight.

Já sem hipóteses matemáticas de qualificação para a fase final, Noia e Sarzana fecharam a sua participação na Liga dos Campeões em Sant Sadurní, com um triunfo dos catalães por 4-2.

Sergio Festa marcou os dois golos da equipa italiana, ainda na primeira metade de jogo, mas o Noia até chegaria ao intervalo a vencer, com os tentos de Jordi Bargallò, Marti Gabarrò e Kyllian Gil. Na segunda parte, com as equipas a pensarem noutros objectivos, apenas Eloi Mitjans marcou.

Valongo sofre, mas está (outra vez) na decisão

No Grupo C, os jogos tiveram de ser adiados meia-hora em virtude de atraso dos árbitros Miguel Guilherme e Teófilo Casimiro na chegada a Itália.

Em Valongo, Facundo Navarro marcou o primeiro aos 15 minutos e Francisco Silva ampliava antes do intervalo. O Forte ia vencendo o Barcelona, mas por margem demasiado curta para "destronar" os valonguenses. No entanto, quando Pablo Najera reduziu para o Lodi a 10 minutos do final, temeu-se a igualdade, que afastaria a equipa de Edo Bosch caso o Forte levasse a vantagem, por mais curta que fosse, até final.

O Valongo foi (teve de ser) calculista, frio e eficaz. E o vice-campeão europeu segurou a sua tangencial vantagem - mesmo com o Lodi a tentar o empate com cinco jogadores de pista - e obrigava o Forte, cujo jogo estava mais atrasado, a vencer o Barcelona por cinco ou mais golos...

Em Forte dei Marmi, o jogo começou de feição para os italianos. Em pouco mais de dois minutos, o Forte marcou por duas vezes, por Elia Cinquini e Federico Ambrosio, ganhando dupla vantagem sobre um Barcelona que, com os primeiros lugares neste Grupo C da Liga dos Campeões e na fase regular da OK Liga assegurados, vai gerindo esforço.

Uma vitória dilatada dos italianos poderia "tramar" o Valongo, mas o Barcelona, derrotado pelos valonguenses no jogo anterior, não se queria despedir com dois desaires da fase de grupos. Sergi Panadero reduziu ainda na primeira parte e, depois de Ambrosio fazer o 3-1 no arranque da segunda, um golo de Marc Grau e dois de João Rodrigues viraram o marcador. O melhor que o Forte conseguiria, já sabendo que o Valongo vencera, seria evitar a derrota, igualando a quatro pelo catalão Enric Torner.

Aquele empate que se impunha

Em Barcelos, Óquei e Sporting sabiam que um empate apurava ambos para a Final Eight, mesmo que o Reus vencesse em França. E, da interessante teoria à conveniente prática, foram 50 minutos de uma espécie de "pacto de não agressão".

Sem os pudores que levaram à revolta depois de um "arranjinho" entre Espanha e França no último campeonato da Europa, galos e leões chegaram ao intervalo com um nulo no marcador, pouco Hóquei em Patins jogado e não mais do que duas faltas para cada lado, o que dizia muito da abordagem das duas equipas ao jogo.

Na etapa complementar, houve mais vivacidade. Aos seis minutos, Toni Perez terá desviado um remate de Gonzalo Romero para o primeiro da partida. Luís Querido igualou quatro minutos depois de grande penalidade, mas João Almeida colocaria, quase de pronto, novamente os leões na frente. Acto contínuo, Rampulla fazia o 2-2 a 13 minutos do fim.

Foi um 13 com muito de "azarado"... para o Reus. De novo com o empate no marcador, e já com quatro golos a darem algum calor a uma noite fria, Óquei de Barcelos e Sporting voltaram a "mastigar" o jogo, deixando a conveniente igualdade persistir até ao apito final.

O expectável empate entre as equipas portuguesas tornava vã a vitória do Reus em Saint-Omer por 4-7. A equipa de Jordi Garcia vencia por 2-5 ao intervalo, com "Checco" Compagno e Sergi Aragonès a bisarem, completando Marc Julià a mão cheia.

David Gelmà ampliou no início da etapa complementar e, pese Marçal Cuenca e Omar Nedder terem reduzido, o triunfo catalão - selado com o terceiro golo de Sergi Aragonès - nunca esteve em causa. Mas não seria suficiente.

Como noutras situações, a equipa catalã só se poderá queixar de si própria, por exemplo com a pesada derrota na recepção aos barcelenses. Por pouco "ético" que possa soar, o que choca não é o empate entre duas equipas que assim cumprem o seu objectivo, mas sempre a reacção ofendida da alegada "vítima".

Grupo A

• Liceo 2-3 Oliveirense • 13.Abr

• Calafell 2-2 Benfica • 13.Abr

= 1º Benfica (12), 2º Oliveirense (10), 3º Liceo (6), 4º Calafell (3)

Grupo B

• Trissino 6-2 Porto • 13.Abr

• Noia 4-2 Sarzana • 13.Abr

= 1º Trissino (14), 2º Porto (11), 3º Noia (8), 4º Sarzana (0)

Grupo C

• Valongo 2-1 Lodi • 13.Abr

• Forte 4-4 Barcelona • 13.Abr

= 1º Barcelona (13), 2º Valongo (11), 3º Forte (9), 4º Lodi (0)

Grupo D

• Óquei de Barcelos 2-2 Sporting • 13.Abr

• Saint-Omer 4-7 Reus • 13.Abr

= 1º Sporting (11), 2º Óquei de Barcelos (10), 3º Reus (10), 4º Saint-Omer (3)

Quartos-de-final

• QF1 • Benfica vs. Porto • 4.Mai a confirmar

• QF2 • Barcelona vs. Óquei de Barcelos • 4.Mai a confirmar

• QF3 • Trissino vs. Oliveirense • 5.Mai a confirmar

• QF4 • Sporting vs. Valongo • 5.Mai a confirmar

Meias-finais

• MF1 • Vencedor QF1 vs. Vencedor QF2 • 6.Mai

• MF2 • Vencedor QF3 vs. Vencedor QF4 • 6.Mai

Final

• Vencedor MF1 vs. Vencedor MF2 • 7.Mai