Tomar vence Sporting nos penáltis e conquista Taça pela primeira vez

O Tomar ergueu, pela primeira vez, a Taça de Portugal. Os tomarenses venceram o Sporting numa final apenas decidida nas grandes penalidades e, com a conquista do seu primeiro grande troféu, tornam-se o oitavo vencedor da 'prova rainha'.

Tomar vence Sporting nos penáltis e conquista Taça pela primeira vez

O Tomar conquistou a Taça de Portugal ao vencer o Sporting por 6-8 depois de quase três horas de jogo, com 50 minutos de tempo regulamentar, 10 minutos de prolongamento, várias idas ao Sistema de Revisão Vídeo (SRV), e oito grandes penalidades.

Os tomarenses sucedem ao Porto, recordista com 18 triunfos, e junta-se na restrita galeria de vencedores da Taça de Portugal também a Benfica (15 troféus), Sporting, Óquei de Barcelos e Oliveirense (todos com quatro) e Malhangalene e Académico de Cambra (com um cada).

Tomar na frente

O Sporting regressou à final da Taça de Portugal oito anos depois da decisão em Vila Franca de Xira. Na altura, Nuno Lopes era treinador do Sporting e, dessa equipa, apenas os guarda-redes Ângelo Girão e Zé Diogo se mantêm no plantel leonino.

Agora, Zé Diogo foi chamado a jogo para colmatar a ausência de Girão, suspenso preventivamente depois de ver o vermelho na véspera, estando igualmente "ausentes" (na bancada) os também suspensos João Souto e Alejandro Dominguez e o lesionado Alessandro Verona. Chamados os jovens Gustavo Carvalho, Filipe Martins e João Pina (que não chegariam a ir a jogo), o Sporting adiantou-se aos nove minutos, em busca de um troféu que vai escapando desde 1990.

Mas o Tomar reagiu. Lucas Honório empatou de grande penalidade quatro minutos volvidos e, num jogo dividido, Pedro Martins surpreendeu num movimento a sair detrás da baliza de Zé Diogo para fazer o 1-2 a cinco minutos do intervalo.

Com o Pavilhão Municipal Cidade de Tomar, que recebeu a Final Four, repleto e com a equipa de Nuno Lopes a ser apoiada como nem sempre é regra para o campeonato, os tomarenses chegaram ao 1-3 logo no primeiro minuto da etapa complementar, numa assistência de Tomás Moreira para "Tato" Ferruccio que mereceria aturada análise no SRV dos árbitros Joaquim Pinto e João Catrapona. O golo acabaria por ser validado, mas foi depois quase de pronto "anulado" por Matías Platero, com o 2-3.

Sporting por cima

Defendendo a tangencial vantagem, o Tomar foi recuando, ficando cada vez mais perto o tento do empate da equipa orientada neste jogo por Ricardo Gomes no banco e Alejandro Dominguez a partir da bancada. António Marante negou um primeiro livre directo a Ferran Font, mas não conseguiu travar a recarga de Gonzalo Romero num segundo, aos 14 minutos. E o Tomar continuava com nove faltas.

Na iminência da 10ª falta, o Tomar até conseguiu um livre directo depois de azul a Platero, mas também Zé Diogo brilhava. E, a pouco mais de cinco minutos do fim dos regulamentares 50, Toni Perez desviava para o fundo das redes um lançamento de Ferran Font e os leões voltavam a estar na frente.

Entre o "matar do jogo" e o empate, Ferran Font e Tomás Moreira perderam duelos de livre directo com Marante e Zé Diogo. Já nos dois minutos finais, na 10ª falta tomarense, o guarda-redes de 21 anos do Tomar ganhou mais um duelo, a Romero, e um azul a Henrique Magalhães deixava Tomás Moreira com a responsabilidade de igualar. E igualou, levando o jogo para prolongamento.

Prolongamento e grandes penalidades

Com 4-4 no marcador, curiosamente o mesmo resultado que se registara para o Campeonato Placard, adiantou-se o Sporting num tiro de Romero, mas o Tomar não baixou os braços. Com Nuno Lopes a mostrar uma estranha tranquilidade no banco, a equipa foi em busca de nova igualdade e, quando teve a oportunidade de grande penalidade, Lucas Honório não tremeu do alto dos seus 19 anos (completa 20 a 5 de Maio) e, vendo Zé Diogo defender o primeiro remate, fez com mestria o 5-5 a uma só mão.

Com cerca de dois minutos e meio até à "lotaria" dos penáltis, Sporting e Tomar foram tudo menos conservadores, procurando resolver quanto antes. No "vai e vem" a cada uma das balizas, o Tomar pediria revisão de um lance sobre Filipe Almeida, não lhe sendo dada razão, e o Sporting respondeu com pedido de revisão de um lance entre Tato e Font.

O argentino do Tomar puxou o catalão do Sporting e, num primeiro momento, veria vermelho. Em pista, foi falar com Joaquim Pinto e depois com Font. Entretanto, o vermelho foi revertido, mas ficou sem se perceber, pelas imagens, como Tato não é sancionado por puxar o adversário ou Font não é expulso pela resposta ao puxão de Tato ou Tato não é efectivamente expulso por um murro, independentemente da intensidade, a Font. Ninguém ficou bem na fotografia. Nem os jogadores, nem os árbitros, nem o próprio SRV...

A igualdade a cinco perdurou até às grandes penalidades. Gonzalo Romero e Lucas Honório não conseguiram marcar a abrir. Depois, Henrique Magalhães e Tomás Moreira marcaram. Toni Pérez não conseguiu bater António Marante e Guilherme Silva deu vantagem aos tomarenses. Matías Platero não marcou e Filipe Almeida fez a bola beijar o fundo das redes e despoletou a festa da filial nº1 do Sporting, numa ligação já com mais de um século.

Na sua caminhada para uma conquista histórica, o Tomar venceu Boliqueime (1-9), Marinhense (3-7), Juventude Salesiana (1-4), Famalicense (4-3) e Porto (5-3) para carimbar a presença na final frente ao Sporting.

Como o Tomar, Diogo Cortez, Filipe Almeida, Guilherme Silva, Ivo Silva, Lucas Honório, Pedro Martins, Tato Ferruccio, Tomás Moreira e os guarda-redes António Marante e Albert Mola - e o técnico Nuno Lopes - vencem a primeira Taça de Portugal para o seu currículo.

Meias-finais

• MF1 • Tomar 5-3 Porto • 29.Abr

• MF2 • Sporting 3-2 Óquei de Barcelos • 29.Abr

Final

• Sporting 6-8 Tomar (4-4, 1-1 prol, 1-3 pen) • 30.Abr

AMGRoller

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