«Faltou-nos o prémio, mas fizemos um bom trabalho»
Sem títulos, mas com muito orgulho na sua equipa. Alejandro Dominguez apontou à justiça do vencedor, mas vincou a vontade de continuar no Sporting para, caso o clube tenha paciência, voltar a estar nos momentos de decisão e tentar ganhar.
No rescaldo da derrota no quarto jogo da final do play-off do Campeonato Placard, Alejandro Dominguez começou por destacar a boa entrada do Sporting num jogo que tinha de vencer.
"Entrámos muito fortes e criámos muitas ocasiões para marcar. A equipa estava francamente bem", frisou, reconhecendo depois que o grupo acusou a igualdade.
"Quando eles empataram, a equipa baixou um pouco", explicou, vincando as muitas oportunidades criadas depois desse momento, nem sempre com as melhores escolhas. "Tenho orgulho pela vontade, mas faltou-nos critério nas decisões", lamentou, apontando o mérito do adversário. "Defensivamente, eles estiveram fantásticos", observou.
Na frieza dos números, o palmarés do Sporting, condicionado pela intermitência da modalidade no clube, está longe de se poder comparar ao de Porto e Benfica. Mas a conquista de títulos oficiais tem sido a regra depois de 2014, com a excepção, até esta época, da temporada de 2016/17, que começou com Guillem Pérez e acabou com Paulo Freitas ao leme.
Antes, às ordens de Nuno Lopes, o Sporting conquistara uma Taça CERS (2014/15) e uma Supertaça (2015/16). Depois, com Paulo Freitas, conquistou o Campeonato Nacional (2017/18), a Liga Europeia (2018/19), a Taça Continental (2019/20), novamente Campeonato Nacional e Liga Europeia (2020/21) e, finalmente, outra Taça Continental (2021/22), ainda que "deturpada" pela ausência de Porto e Sarzana, que tinham direito desportivo a participar.
"Quando começámos há nove ou 10 meses, dissemos que queríamos estar nas decisões, e conseguimos, excepto na Liga dos Campeões", afirmou Alejandro em jeito de balanço da sua primeira temporada no comando técnico leonino. "Não queremos estar nas decisões para estar, queremos estar para ganhar. E os adeptos querem ganhar. E esta equipa está feita para ganhar. Então, sinto-me responsável por não ter conseguido dar um título ao Sporting neste primeiro ano, mas no desporto só ganha um", lamentou. "Não foi por falta de atitude, de crença.. A equipa está enorme. Não se pode apontar nada aos jogadores. Há que digerir. Viemos para ganhar, queríamos ganhar e dói perder", assumiu.
"O Benfica é o justo campeão nacional, e felicito-os", fez questão de dizer, desvalorizando o "ruído" depois do terceiro jogo. "O que passou o ano passado, com os jogadores à pancada, é que foi grave. Este ano, à parte da agressividade normal, em pista, passou-se alguma coisa? Dentro da pista, não houve nenhum ruído, apenas dez jogadores a disputarem todas as jogadas", realçou.
Reconhecendo que esta, na falta de títulos, "não foi uma grande temporada", o treinador argentino apontou já à próxima "Condições para continuar? Claro, a não ser que o clube me diga o contrário. Mas eu estou com toda a vontade do Mundo", sublinhou. "O Hóquei é a minha vida e trabalho como um 'cabrão'. Todos os dias. Muito. E a mudança de paradigma que esta equipa fez desde a minha chegada foi enorme. Tiveram de aprender a jogar algo diferente do que estavam habituados a jogar. E acredito que fizemos um bom trabalho. Faltou-nos a 'linda' [o prémio, a taça], mas fizemos um bom trabalho. Se o clube tiver paciência, vamos tentar ganhar", assegurou.
Segunda-feira, 19 de Junho de 2023, 18h52