Espanha derruba heróicos italianos nos penáltis
A Espanha está na final do Europeu, num duelo ibérico com Portugal. Muito condicionada, a Itália vendeu cara a derrota e 'La Roja' foi obrigada a tempo extra e penáltis para vencer os heróis de Alex Bertolucci, num jogo que se prolongou por 2h20.
A Espanha está na final do Campeonato da Europa que decorre em Sant Sadurní d'Anoia, depois de uma autêntica maratona de 2h20 frente a estóicos e heróicos italianos, só vencidos nas grandes penalidades.
É uma Itália a que não se devem poupar elogios. Chegou ao Europeu condicionada por ausências e perdeu o importante Ipiñazar já no decorrer da prova. Nas meias-finais com a Espanha, mostrou organização, espírito de sacrifício e deixou tudo em pista para contrariar uma final que muitos prognosticavam.
Deixando, naturalmente, a iniciativa de jogo para a Espanha, a Itália contou com Riccardo Gnata - campeão europeu de 2014 - em excelente plano, completando o (pouco) que os seus companheiros mais adiantados deixavam por fazer. E, aos 15 minutos, Andrea Malagoli interceptou um passe na divisória e arrancou para o tento inaugural.
A resposta foi pronta, com Pau Bargalló a não perdoar de livre directo depois de azul a Alessandro Faccin, mas a "squaddra azzurra" não tremia. Nem quando, a seis minutos do intervalo, ficou sem "Checco" Compagno, atingido na cara por um stick (ou dois...) na ânsia dos espanhóis ganharem a "corrida" a uma bola alta. Num jogo de muito trabalho para Pedro Figueiredo, mais interventivo que Loic Le Menn, houve azul para César Carballeira e Giulio Cocco, que desperdiçara o correspondente livre directo, voltava a colocar a Itália na frente num remate de meia distância.
A três minutos do descanso, regressava Compagno, sob sonoros aplausos de uma casa cheia apesar do resultado adverso para os locais. Ainda com a cara ensanguentada, incorporava o espírito guerreiro desta selecção de Alessandro Bertolucci.
A Itália jogava perante a candidata Espanha "apenas" com Cinquini, Cocco, Gavioli, Malagoli e o condicionado Compagno. Antonioni, Faccin e Barbieri, certamente desconhecidos até de muitos seguidores da modalidade, estavam no banco, indo a jogo somente Faccin e sempre por pouco tempo. Mas, com muita solidariedade defensiva, foi adiando o golo espanhol.
Já com nove faltas, a Espanha chegaria ao 2-2 a nove minutos do fim dos regulamentares 50, num remate cruzado de Sergi Aragonès, sendo o ex-Benfica uma das figuras desta selecção de Guillem Cabestany. Somaria também a nona falta a Itália, mas, em contra-ataque, Andrea Malagoli voltava a colocar a sua equipa na frente. Respondeu de pronto Pau Bargalló, para o 3-3 já nos seis minutos finais.
Atacava a Espanha e defendia a Itália, pendentes de eventuais livres directos. A quatro minutos do fim, Pau Bargalló assinava o seu terceiro golo no jogo - - para o 4-3, primeira vantagem de "La Roja" na partida. E tudo parecia encaminhar-se para a tal perspectivada final ibérica.
Na 10ª falta espanhola, Carles Grau fez uma defesa enorme com o patim no ar na tentativa de Malagoli. Pau não faria melhor na 10ª falta italiana, mas o jogo estava controlado. Ou não.
À entrada do último minuto, a Espanha não foi a Espanha. Não especulou, não optou por segurar a bola, não esgotou tempo de ataque, não colocou a cabeça à frente do coração como tantas vezes é marca do Hóquei em Patins do país vizinho. Pau atacou a baliza e permitiu o contragolpe, e Andrea Malagoli voltou a marcar, selando um hat-trick para um 4-4 que levou o jogo para prolongamento.
No tempo extra, só deu Espanha na primeira parte, mas sem consequências. Na segunda parte, a Itália segurou melhor o jogo e, sem fôlego, "pediu" grandes penalidades.
Na decisão por castigos máximos, será fácil dizer que Alessandro Bertolucci errou na escolha de guarda-redes. No banco tinha Stefano Zampoli, seu guardião no Trissino, herói nas grandes penalidades na conquista europeia de Torres Vedras em 2022. Mas optou por Gnata, que protagonizou uma excelente exibição e será seu guarda-redes na próxima época no Forte. A questão é que na época finda, Gnata trabalhou com um tal de Roger Molina.
Portugal de apelido materno, Roger Molina assumiu as indicações para as grandes penalidades. Coincidência ou não, César Carballeira, Sergi Aragonès e Xavi Barroso marcaram depois de Giulio Cocco, Andrea Malagoli e Davide Gavioli não conseguirem converter. E à terceira grande penalidade transformada em outras tantas oportunidades, a Espanha carimbava a presença na final.
A final deste 55º Campeonato da Europa, entre Espanha e Portugal, tem lugar este sábado, às 21h45 locais, 20h45 em Portugal continental.
Campeonato da Europa 2023 - Grupo A
• Portugal 7-4 Itália • 17.Jul
• Espanha 2-2 França • 17.Jul
• Espanha 3-3 Portugal • 18.Jul
• Itália 4-2 França • 18.Jul
• Portugal 3-1 França • 19.Jul
• Itália 4-7 Espanha • 19.Jul
= 1º Portugal (7), 2º Espanha (5), 3º Itália (3), 4º França (1)
Campeonato da Europa 2023 - Grupo B
• Suíça 4-0 Inglaterra • 17.Jul
• Andorra 6-2 Alemanha • 17.Jul
• Andorra 2-5 Suíça • 18.Jul
• Inglaterra 2-8 Alemanha • 18.Jul
• Suíça 9-3 Alemanha • 19.Jul
• Inglaterra 2-4 Andorra • 19.Jul
= 1º Suíça (9), 2º Andorra (6), 3º Alemanha (3), 4º Inglaterra (0)
Campeonato da Europa 2023 - Quartos-de-final
• QF1 • França 5-0 Suíça • 20.Jul
• QF2 • Itália 4-1 Andorra • 20.Jul
• QF4 • Portugal 15-2 Inglaterra • 20.Jul
• QF3 • Espanha 5-0 Alemanha • 20.Jul
Campeonato da Europa 2023 - 5º ao 8º
• LF2 • Inglaterra 1-2 Suíça • 21.Jul
• LF1 • Alemanha 2-0 Andorra • 21.Jul
• 7º e 8º • Andorra vs. Inglaterra • 22.Jul, 13h30
• 5º e 6º • Suíça vs. Alemanha • 22.Jul, 16h
*horas locais, menos uma hora em Portugal continental
Campeonato da Europa 2023 - 1º ao 4º
• MF2 • Portugal 5-2 França • 21.Jul
• MF1 • Espanha 7-4 Itália (4-4, 3-0 pen) • 21.Jul
• 3º e 4º • Itália vs. França • 22.Jul, 18h30
• Final • Espanha vs. Portugal • 22.Jul, 21h45
*horas locais, menos uma hora em Portugal continental
Sábado, 22 de Julho de 2023, 8h16
