Carlos López, um ídolo que deixa as pistas

No Aldo Cantoni. Numa grande competição. A capitanear a sua UVT. A defrontar o seu Barcelona. O argentino Carlos López, uma das figuras maiores da modalidade nos últimos 25 anos, pendurou os patins.

Carlos López, um ídolo que deixa as pistas
Vídeo: 2M Al Mundo

Na segunda meia-final da Taça Intercontinental, o Barcelona vencia por 1-6 no Aldo Cantoni quando, a sete minutos e meio do apito final, Carlos López reduziu para a sua UVT, marcando após uma dança na área contrária. A última dança. A 10 segundos do derradeiro apito, Carlos López reclamou a bola para si e despediu-se dela.

As imagens da 2M Al Mundo, com a narração de Enzo Muñoz, levaram a despedida de Carlos López a todo o mundo. Um dos melhores jogadores do último quarto de século já anunciara este sábado que esta partida, a pouco menos de um mês de completar 47 anos, seria a sua última sobre os patins e as mensagens de agradecimento - por tanto - multiplicaram-se.

Não foi com uma conquista, mas o adeus dificilmente poderia ser melhor. No mítico Aldo Cantoni, pela sua UVT, de onde saltou para uma brilhante carreira na Europa, frente ao seu Barcelona, que representou entre 2004 e 2011, conquistando, entre muitos outros troféus, seis vezes a OK Liga e quatro a Liga Europeia.

Ídolo. López jogou a maior parte da sua carreira com o 18 nas costas.
Ídolo. López jogou a maior parte da sua carreira com o 18 nas costas.

López chegara ao Velho Continente em 1997, para representar o Liceo. Pelos "verdes" venceu as internacionais Taça CERS, Liga Europeia, Taça Continental e Intercontinental. E uma Taça do Rei. Foi chamado para um estelar Barcelona.

Em 2011, quando o paradigma começava a mudar em Portugal e no Benfica, reforçou as águias. Conduziu-as logo na primeira época a um título de campeão nacional que escapara em 13 temporadas. E, em 2013, esteve na conquista de um inédito título de campeão europeu, com João Rodrigues - o primeiro a abraçar López agora no Aldo Cantoni após o apito final - a assinar o decisivo golo no Dragão Caixa.

Deixou o Benfica em 2015, duas vezes campeão nacional, duas vezes vencedor da Taça de Portugal, vencedor de uma Liga Europeia. Campeão europeu no Liceo, Barcelona e Benfica, tentou na derradeira temporada na Europa o mesmo pela Oliveirense. E esteve perto. Levou a equipa de Oliveira de Azeméis à sua primeira Final Four. E à sua primeira final.

Terceira vez campeão do Mundo. Vencera em 1999 e 2015 sobre os patins, venceu em 2022 como adjunto da selecção feminina.
Terceira vez campeão do Mundo. Vencera em 1999 e 2015 sobre os patins, venceu em 2022 como adjunto da selecção feminina.

Regressou à Argentina, mas não abandonou as pistas. Conquistou, por exemplo, o Pan-Americano de 2022 sobre patins e reclamou a participação da UVT na Taça Intercontinental em 2023. Esperou. E agora, despede-se.

Campeão do Mundo pela Argentina em 1999 e, como capitão, em 2015, Carlos López voltou a sagrar-se campeão mundial como adjunto da selecção albiceleste feminina em 2022. Na antecâmara dessa conquista, em San Juan, concedeu uma entrevista ao HóqueiPT.

Para a História fica um currículo recheado. Venceu duas vezes o Campeonato do Mundo e duas vezes o Pan-Americano pela Argentina, seis vezes a Liga Europeia, duas a Taça CERS, oito a Taça Continental, quatro a Intercontinental e três o Sul-Americano de clubes. Em Espanha, conquistou a OK Liga em seis ocasiões, a Taça do Rei em quatro e a Supertaça noutras quatro. Em Portugal, reclamou duas vezes o título de campeão nacional, duas vezes a Taça e uma a Supertaça.

Um ícone. Uma lenda. Um ídolo.

AMGRoller Compozito

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