Argentina na final, apesar da resistência francesa

A Argentina está na final da Taça das Nações, depois de vencer a França, orfã do capitão Carlo Di Benedetto, por 6-4. Houve polémica num 5-3 que desequilibrou o jogo e a selecção campeã do Mundo só respirou de alívio a um segundo do fim.

Argentina na final, apesar da resistência francesa

A Argentina é a primeira finalista da 69ª Taça das Nações, depois de vencer a França por 6-4 num jogo vivo e emotivo até final.

Carlo Di Benedetto até aqueceu no lado francês, mas - já se sabia - por precaução não foi a jogo. O pior cenário, de fractura, não se concretizou, e o atacante estará de volta às partidas em breve.

A Argentina entrou rápida, pressionante, rematadora. Mantendo a intensidade, "Negro" Paez já tinha rodado todos os quatro jogadores de pista aos oito minutos, ao passo que a França ainda não tinha promovido qualquer alteração ao cinco que tinha o jovem Marc Rouze no lugar de Carlo.

A selecção albiceleste ia perdendo algum gás, mas, aos 13 minutos, na primeira substituição gaulesa - com a entrada de Nathan Gefflot para o lugar de Rouze - a equipa ainda se adaptava quando Facundo Navarro entrou "como faca quente em manteiga" na área de Pedro Chambel e inaugurou o marcador.

A França reagiu. Rouze voltava à pista, saindo Remi, e, a cinco minutos do intervalo, Lucas Martínez via o azul por falta sobre Roberto Di Benedetto. Sem Carlo, avançou mais uma vez Bruno para o livre directo e, mais uma vez, marcou num remate forte, restabelecendo a igualdade.

Os franceses tinham importunado mais Valentin Grimalt, mas a Argentina voltava a impôr intensidade. Remates fortes colocavam à prova Chambel - e a resistência da sua viseira - mas a equipa de Nuno Lopes segurava a igualdade até ao descanso. A pesada derrota no último embate para a Taça das Nações, com os argentinos a vencerem por 6-0 em 2019, estava longe de se repetir.

No arranque da segunda parte, de livre directo, Lucas Ordoñez "bailou" perante Chambel para o 2-1 e, pouco depois, na 10ª falta francesa, o capitão argentino tinha oportunidade semelhante para dilatar. Desta feita, ganhou o guardião dos gauleses, mas, logo de seguida, aproveitando um mau passe, Romero fez o 3-1.

Condicionado sem Carlo, mas com Rouze e Nathan a mostrarem-se boas soluções na rotação, a França nunca baixou os braços. Ao 3-1, "les bleus" responderam com um lançamento de Roberto Di Benedetto para a área que acabou no fundo da baliza de Grimalt. E, quando Nolito fez o 4-2 de grande penalidade aos 13 minutos, Remi Herman respondeu na mesma moeda um minuto depois.

A França "carregava" e criava muitos embaraços a uma Argentina que defendia como podia. Os franceses desperdiçariam um livre directo, mas, sempre em busca da igualdade, foram traídos a seis minutos do fim.

Com Grimalt batido, Lucas Martinez cortou em esforço uma bola com o patim sobre a linha, numa acção merecedora de grande penalidade. No seguimento do lance que poderia ser uma eventual oportunidade para o 4-4, Lucas Ordoñez fazia o 5-3. Bruno Benedetto, sem controlar a sua indignação, viu azul e a França ficou a jogar com menos um.

Sobrevivendo ao "underplay", os de Nuno Lopes voltaram à carga, ainda que menos de quatro minutos para jogar. Quando já faltavam menos de dois, Reinaldo Garcia viu azul por falta sobre Roberto Di Benedetto, e o próprio Roby transformou, na recarga ao livre directo, em golo.

Com diferença mínima no marcador, a França acreditava. Cometeria a 15ª falta, mas Pedro Chambel voltou a ganhar o duelo a Lucas Ordoñez, e tudo era possível, mas, na maior experiência albiceleste, Bruno Di Benedetto veria novo azul e, com apenas um segundo para jogar, Romero assinava o definitivo 6-4.

Em três presenças consecutivas - em 2017, 2019 e agora -, a Argentina chegou sempre à final. Nas duas edições anteriores, frente a Portugal. Na outra meia-final, frente à Itália, ainda este sábado, a selecção das quinas procurará novo duelo com a albiceleste, que reeditará também as finais dos Mundiais de 2019 e 2022.

A final está agendada para as 21h30 locais deste domingo, 20h30 em Portugal continental.

Meias-finais

• LF1 • Angola 3-2 Suíça • 30.Mar

• LF2 • Espanha 7-1 Montreux • 30.Mar

• MF1 • Argentina 6-4 França • 30.Mar

• MF2 • Portugal vs. Itália • 30.Mar, 21h30

Finais

• 7º/8º • Suíça vs. Montreux • 31.Mar, 14h

• 5º/6º • Angola vs. Espanha • 31.Mar, 16h30

• 3º/4º • França vs. Vencido MF2 • 31.Mar, 19h

• Final • Argentina vs. Vencedor MF2 • 31.Mar, 21h30

Horários das partidas na hora local (menos uma hora em Portugal continental).

AMGRoller Compozito

Partilhe

Facebook Twitter AddToAny
Outros artigos do dia
Portugal passa nos penáltis

Portugal passa nos penáltis

Num jogo de pouco risco de parte a parte, houve nulo no fim do tempo regulamentar e no fim do prolongamento. Nas grandes penalidades, Gonçalo Alves - que, tocado, falhou grande parte do jogo - e Xano Edo foram os heróis portugueses.

Angola e Espanha disputarão 5º lugar

Angola e Espanha disputarão 5º lugar

Angola e Espanha venceram, respectivamente, Suíça e Montreux e vão disputar o 5º lugar da 69ª edição da Taça das Nações. No derradeiro dia, as formações helvéticas definirão os 7º e 8º lugares.

«Muito contente com o trabalho destes rapazes»

«Muito contente com o trabalho destes rapazes»

Na antecâmara de um Mundial muito importante para Itália, Alessandro Bertolucci vai testando soluções em Montreux. Com uma geração valorosa, a ausência de algumas figuras maiores serve para trabalhar e estudar alternativas.

«Conseguimos cumprir com o que queríamos»

«Conseguimos cumprir com o que queríamos»

No primeiro grande teste como campeã do Mundo, a Argentina venceu a Itália por 3-1. Gonzalo Romero ficou em branco, mas foi mais uma vez determinante num triunfo em que exultou a defesa compacta e as transições rápidas.

«Ganhar, ganhar, ganhar»

«Ganhar, ganhar, ganhar»

Em estreia na selecção absoluta de Portugal, Xavi Cardoso tem somado muitos minutos e é peça importante no xadrez de Paulo Freitas, tendo contribuído (também) com o derradeiro golo frente à Espanha. O mote é de trabalho e vitórias.

«Equipa soube reagir, soube ter maturidade, soube ter qualidade»

«Equipa soube reagir, soube ter maturidade, soube ter qualidade»

A fase de grupos da Taça das Nações terminou com festa portuguesa. A ter de ganhar e em desvantagem desde cedo frente à Espanha, Paulo Freitas enalteceu a capacidade de reação da selecção como um todo e dos jogadores.