«Trabalhamos muito para não ter estes momentos»
O Benfica despediu-se da Champions League com uma pesada derrota. Para Nuno Resende, foram cometidos demasiados erros nas transições defensivas e faltou eficácia no ataque, a que não será alheia a ausência de Nicolia, por alegada lesão.
Vencedor da Elite Cup e da Supertaça no início da época, o Benfica é afastado de um dos seus principais objectivos ainda antes do fim-de-semana de decisões. E com estrondo, numa contundente derrota por 1-5 na recepção ao Óquei de Barcelos.
O afastamento é um "fracasso". "Trabalhamos muito para não ter estes momentos. Não atingimos a Final Four da Liga dos Campeões e é o que fica", lamentou Nuno Resende. Para o treinador das águias, o Benfica até entrou bem. Faltou eficácia, num claro contraste com a eficácia - defensiva e ofensiva - do Óquei de Barcelos.
"Chegámos à baliza muitas vezes, o Conti fez uma excelente exibição", apontou, reconhecendo erros nas transições defensivas, habitualmente um ponto forte da sua equipa, e não se "escondeu" na ausência de Carlos Nicolia. "Dá-nos soluções nas bolas paradas, nos desequilíbrios em algumas acções, mas fomos com os que tínhamos. Em nenhum dos três jogos com o Barcelos conseguimos estar completos", apontou.
A precisarem de golos para virarem a desvantagem de dois golos que trazia da primeira mão (e que foi aumentando...), os encarnados sentiram de sobremaneira a ausência de Nicolia, quer nos golos [é o melhor marcador no Campeonato], quer na construção de oportunidades.
Após o apito final, ouviram-se pedidos de demissão do técnico, houve pedidos de satisfações a Pedro Henriques, e, apesar do clube ter emitido "boletim clínico" a dar conta da indisponibilidade por lesão, foi levantada a suspeita de "perseguição" na ausência de Nicolia, até porque o campeão do Mundo argentino tem indo várias vezes a jogo esta época com mazelas. Resende - considerando "natural" a revolta dos adeptos - refutou taxativamente as insinuações.
Agora, há que rectificar já no domingo, na recepção ao Riba d'Ave.
Derrota pesada
A derrota por quatro golos perante o seu público é uma das mais pesadas da história recente do Benfica. Nos últimos 20 anos, tem apenas paralelo nas derrotas de Dezembro de 2017, frente ao Barcelona (4-8) para a Liga Europeia, e de Outubro de 2008, frente ao Oeiras (1-5), que até era último classificado na I Divisão.
Para encontrar uma derrota caseira por mais golos, é preciso recuar 31 anos, até Junho de 1993, na final da então Taça dos Campeões Europeus, frente ao Igualada.
Com algumas semelhanças com esta eliminatória com o Óquei de Barcelos, o Benfica perdera na primeira mão, em Les Comes, por 4-1 e procurava a reviravolta. Mas as águias perderiam por cinco golos, por 3-8, logrando os arlequins de Carlos Figueroa a primeira de quatro conquistas consecutivas na mais importante prova europeia.
Sexta-feira, 12 de Abril de 2024, 21h12