Dragões e águias, e Ares e Resende, na luta pelo título

Porto e Benfica iniciam este domingo a discussão do título de campeão, o 25º para quem vencer, num duelo também entre Ricardo Ares e Nuno Resende nas últimas três temporadas. O 'factor casa' tem sido determinante, e esse está do lado do Porto.

16.Jun.2024 PlacardHP

Arranca este domingo a derradeira fase da disputa do título de campeão nacional, entre Porto e Benfica, à melhor de cinco. É a luta entre os dois emblemas mais titulados do Hóquei em Patins nacional, procurando ambos o seu 25º título, mas também uma luta particular entre os técnicos Ricardo Ares e Nuno Resende.

Em Junho de 2021, o Porto de Guillem Cabestany levava a melhor sobre o Benfica de Alejandro Dominguez no quinto jogo da meia-final do primeiro play-off no regresso do modelo, ainda sem público nas bancadas em virtude da CoViD-19. Os dragões deixavam pelo caminho o Benfica e avançavam para a final, perdendo depois para Sporting de Paulo Freitas.

No final dessa temporada, por motivos diferentes, Porto e Benfica mudavam de timoneira. Aos dragões chegava um Ricardo Ares desconhecido de muitos, para as águias chegava um Nuno Resende que nos anos anteriores estivera em Itália. Três anos volvidos, Ricardo Ares tem contrato até 2027, tendo renovado logo no início da sua segunda temporada. Nuno Resende já esteve de saída na pretérita temporada, mas, com títulos, manteve-se no comando técnico. Agora, deverá mesmo deixar o Benfica, chegando Edu Castro do Barcelona.

Ares e Resende têm 48 anos. O basco completa 49 a 30 de Junho, no dia de uma eventual "negra", o sanjoanense completa 49 apenas 17 dias depois. São ambos caranguejo de signo. "Este é um bom momento para conhecer melhor a sua própria pessoa. É boa altura para solucionar ou definir melhor um assunto relacionado com a casa", aponta o astrólogo Paulo Cardoso para este domingo de primeiro jogo da final. Signifique lá isso o que signifique.

Títulos

Desde que chegaram, Ares e Resende conquistaram oito das 10 provas nacionais disputadas, com quatro triunfos de cada, tendo escapado "apenas" a Elite Cup em 2021 (Óquei de Barcelos) e a Taça de Portugal em 2023 (Tomar).

Na primeira temporada de Ares, o Porto conquistou Campeonato e Taça de Portugal, conquistando a Elite Cup no arranque da temporada seguinte. Poucos dias depois, o Benfica conquistava a Supertaça, vencendo também em 2022/23 o Campeonato. No arranque da presente época, o Benfica conquistou Elite Cup e Supertaça, mas, mais recentemente, o Porto venceu a Taça de Portugal.

Neste equilíbrio interno, Ricardo Ares destaca-se claramente no panorama internacional, somando já uma Taça Intercontinental, uma Champions League e uma Taça Continental.

Duelos

Entre dragões e águias às ordens de Ares e Resende, houve, nestes quase três anos, 20 jogos oficiais. O Porto venceu 12 e o Benfica oito e não houve nenhum empate. Em duelos directos por títulos, todos em 2022, o Porto venceu Taça, Campeonato e Elite Cup. O Benfica venceu a Supertaça.

Esta época, houve para já apenas dois embates, na fase regular do Campeonato, com uma vitória para cada lado. No final da temporada, serão cinco a sete - ficando ainda assim aquém dos oito de 2021/22 ou dos 10 de 2022/23 - e logo se verá se o "factor casa" continua a ser imensamente determinante.

Entre Ares e Resende, houve oito jogos no Dragão Arena e outros tantos no Pavilhão Fidelidade. Apenas um jogo dos 16 quebrou a regra - a tal excepção que a confirma - da vitória do anfitrião, mas quando o Porto venceu na Luz em 2023, no fecho da fase regular, o Benfica já tinha o 1º lugar garantido.

O peso do "factor" tem-se notado particularmente no reduto dos azuis-e-brancos. Nos oito duelos lá realizados, houve dois desfechos tangenciais, mas os restantes foram por três ou mais golos. No último, a 3 de Fevereiro, o 7-1 foi mesmo o mais dilatado desta história recente esgrimida pelos dois técnicos.

Em 2º na fase regular, ao Benfica cabe, desde logo, vencer um jogo no Dragão Arena, o que, com público - e o Porto já tem lotação esgotada para os seus dois (primeiros) jogos em casa - não acontece há quase 10 anos, desde Dezembro de 2014.

Esta final começa no Dragão Arena, este domingo, seguindo-se jogo na Luz a 19 e novamente no Dragão a 23. Se necessário, há quarto jogo no ninho das águias a 26 e uma "negra" no covil dos dragões a 30. Sempre às 15h no Dragão Arena e às 20h no Pavilhão Fidelidade.

Entretanto, estão lançados nos boletins electrónicos os árbitros dos dois primeiros jogos, com os minhotos Fernando Vasconcelos e Carlos Correia a dirigir a primeira partida, no Dragão Arena, e Joaquim Pinto e João Catrapona a serem os eleitos para o segundo jogo, na Luz.

Quem não estará nesta final, por lesão, é Lucas Ordoñez, desfalcando o Benfica. Do lado do Porto, Roc Pujadas - a caminho do Sporting - também parece ser "carta fora do baralho", tendo inclusivamente na série com o Sporting sido preterido por um adoentado Telmo Pinto. Já Edu Lamas, que no último defeso trocou a capital pela Invicta, será o único a ir a jogo com passado no rival.